terça-feira, 16 de novembro de 2010

Páginas de vida: que me ensinaram a não gostar de nacionalismos, fascismos e outros "ismos".

Meu pai, logo após chegar a Luanda
A minha vida começou em Luanda, Angola. 1950.

As minhas lembranças começam na Vila Clotilde. Antes disso, segundo os meus pais, moramos na Maianga, em São Paulo…

A escola primária era a número 15, Paulo Dias de Novais. Ficava na Rua José Anchieta, Vila Clotilde. Pertinho da Liga Africana.

Lembro-me da Praia do Bispo, onde moramos por pouco tempo, na minha opinião. O nome do bairro já sugere… sim, em frente a uma praia de grande faixa de areia. Íamos, os meus pais e eu, passear na areia nas noites quentes de Luanda. Jogávamos com uma bola, também.


O ensino secundário começou na Escola Industrial. Entre a Vila Clotilde e a Vila Alice. Passou pela Escola Comercial Vicente Ferreira. Ficava no Bairro do Café, se não me engano. A embaixada brasileira ficava perto, numa arborizada rua.

Na época da Escola Industrial fui da Mocidade Portuguesa, cheguei a Chefe de Quina!

Em 4 de fevereiro de 1961, houve um ataque noturno à 5ª Esquadra de Polícia, que ficava no início da Estrada do Catete.

Em 15 de março desse ano, houve violentos ataques em fazendas do norte de Angola. Atrocidades foram relatadas.

Era o começo da guerra de independência de Angola.

Em 1961/1962 (me desculpem de antemão os muito prováveis erros de cronologia e datas), fui duas vezes com os meus pais assistir ao desembarque das tropas que chegavam da Metrópole para lutar contra os terroristas e defender o território português. Chegavam no “Niassa”. Elas desfilavam pela Avenida Marginal, que, salvo erro, se chamava Avenida Paulo Dias de Novais.

Aliás, penso que fui a todas as manifestações de apoio às autoridades da Metrópole quando visitavam Luanda. Fui porque éramos convidados, à guisa de programa dos tempos livres. Gostava de receber as bandeirinhas de papel.

Uma dessas visitas, foi em 1963. O ministro do Ultramar, Adriano Moreira, foi visitar Angola. Não estou lembrado se foi ainda na Metrópole ou já em Luanda a decisão, o fato é que a visita do ministro acrescentou mais dois pontos nas notas de todos os alunos em Angola. Naquela época, eram de 0 a 20. Portanto, como imaginam, muitos passaram de ano graças a esse presentaço.

Próximo capítulo: A NSU do meu pai

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