sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Da série "A vida que levei...": um escrito antigo

Capítulo anterior:
A vida que levei me levou a não gostar de nacionalismos

Achei este escrito num dos tópicos da Comunidade orkutiana "Comissários/as Aposentados RG":
Nasceu em 1950. Cinco anos antes acabara a 2ª Guerra Mundial. E começava a da Coréia.
Em 1933, a maioria do povo alemão elegeu Adolf Hitler. Meses antes, em fevereiro, Hitler mandara atear fogo ao parlamento alemão, o Reichstag, e atribuira esse atentado aos comunistas alemães.
Em 1939 Hitler invade a Polônia. Começa a 2ª Guerra Mundial. As maiorias alemãs, italianas e japonesas acreditavam e apoiavam os seus governantes. Joseph Paul Goebbels era notável. Gênio da propaganda e manipulação política. Quanto aos japoneses, talvez ainda haja escondido em alguma selva um combatente. Em julho de 1953 acaba a guerra da Coréia.
O pequenino e subdesenvolvido Portugal tinha um império colonial.
A infância era feliz.
Aos quatro dias de fevereiro de 1961, foi atacada a esquadra (delegacia) móvel. Justamente a Esquadra de Polícia Móvel, corpo de elite recém chegado da metrópole. Ficava no início da estrada do Catete. Dias depois, sim, dias depois, por ocasião do enterro desses cinco policiais, no Cemitério Novo, lá estava ele. Havia ido ao cemitério para o curso de catequese. Quando, de repente, estoura a confusão: gritos, todo o mundo correndo para a traseira do cemitério, tiros. "Abaixem-se! Abaixem-se!", "são os terroristas!".
Em março de 1961, a U.P.A. (União dos Povos de Angola) atacou roças (fazendas) no norte da província portuguesa. As notícias davam conta de massacres, eviscerações... um horror! Assim começou..
Para ele, todos os negros eram terroristas e a Rádio Brazzaville, que emitia uma vez por dia, à noite, era controlada pela União Soviética.
É claro, se alistou na Mocidade Portuguesa; bermuda cáqui, camisa verde, escudo de Portugal dourado no bolso esquerdo, boné tipo a forma do "soldado de papel". Que orgulho em desfilar pelas ruas do bairro. Ou participar num evento no Estádio dos Coqueiros 'homenageando' alguma autoridade em visita à província...
As manifestações pela Paz que, curiosamente, só se realizavam nas capitais dos países democratas, nunca, jamais, em nenhuma capital dos países da 'cortina de ferro'.
Jim Pereira

Próximo capítulo:
A vida que levei... (6º capítulo - Formigas)

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