Diferença de preços inexplicável e injustificável. (A exploração de preços no Brasil)

No dia 18 de dezembro de 2010, postei aqui no blogue:

"Cansei de dizer aos amigos que não compreendia os preços praticados no Brasil. Dizia-lhes mais ou menos assim: pô, se um operário americano ganha vinte, trinta dólares por hora… como o mesmo modelo de carro (e sem os mesmos acessórios de série), fabricado no Brasil, por operários que ganham muito menos, custa duas, três vezes mais?!..." Releia aqui

Pois bem, eis o que vejo na revista Época, nº 666, de 18 de fevereiro de 2011:

Café rápido e mais barato

A máquina de sachê da Philips é prática, mas o sabor...

Bruno Ferrari

Sempre tive um pé atrás com máquinas de café que usam sachês. Não pelo sabor (muito pelo contrário), mas pelo preço. Agora surgiu uma opção. A Senseo usa sachês individuais para cada xícara, por um preço menor que o das concorrentes. Cada pacote com 18 saquinhos de pó sai por R$ 10. A cafeteira custa R$ 400. A Nespresso, da Nestlé (R$ 1.100), usa cápsulas que custam cerca de R$ 2. Os sachês da Senseo são produzidos pela Pilão, em quatro tipos: do Verão, mais suave, ao Intenso, ideal para quem gosta da bebida mais forte. A máquina, que faz até dois cafés ao mesmo tempo, ficou na redação por uma semana e aguentou o ritmo frenético de uso. O ideal é usá-la em ambientes domésticos. Quanto ao sabor, deixa a desejar. Mas vale o custo-benefício.

Algo me impeliu a pesquisar os preços na Europa:

Então, a cafeteira Senseo custa 70 libras, o que dá 189 reais. Um pacote com 68 sachês sai por 22 libras, o que dá 60 reais, isto é, cada sachê sai por 88 centavos.

A cafeteira Nespresso, o modelo Krups XN2001 custa 150 euros, isto é, 341 reais. E a cápsula é vendida ao preço de +ou- 30 cêntimos, quer dizer 69 centavos...