O PS está em pânico com a hipótese de perder a empresa que gere os comboios em Portugal. Tem razões para isso. O problema é descobrir quais são essas razões
Gonçalo Bordalo Ribeiro![]() |
Estação de Massamá, 29 de maio de 2010. Foto: JP |
Primeiro, as boas notícias: sem uma empresa pública de transportes ferroviários, o Estado livrava-se de um prejuízo anual de 231 milhões de euros, de uma transferência regular de 34,7 milhões de indemnização e de uma dívida aos bancos de 3,3 mil milhões (quatro vezes mais do que a empresa devia 14 anos antes).
Agora, as notícias razoáveis: uma empresa pública de comboios é tão importante como uma empresa pública de energia e combustíveis. E já há muitos anos que o País vive com uma EDP e uma Galp privatizadas. Nos últimos anos, estas empresas tornaram-se mais rentáveis, menos despesistas e são controladas por leis que teoricamente não lhes permitem abusar da situação de quase monopólio em que vivem.
Finalmente, as más notícias: acabar com a CP significa acabar com cinco lugares no Conselho de Administração pagos com ordenados que podem ultrapassar os 101 mil euros anuais; significa extinguir 196 lugares de chefia com salários médios de 3.600 euros por mês; significa perder o controlo da empresa onde o partido no poder pode colocar um chefe por cada 16,4 trabalhadores – a taxa mais alta.
Como se pode facilmente perceber, ponderando todos os factores, o PS não pode deixar de controlar a CP. Pode custar dinheiro, mas é dinheiro bem gasto.
Gonçalo Bordalo Pinheiro, Sábado, 09-02-2011
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