sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

"Que o Governo não cumpre o que diz já se percebeu há muito tempo, a única dúvida é porque o FMI está a demorar tanto tempo."

No dia 28 de Abril de 2010, os juros da dívida portuguesa a 10 anos chegavam aos 5,809%. Poucas horas depois, o primeiro-ministro explicava que estes valores eram incomportáveis para o País e anunciava medidas: cortes no subsídio de desemprego e maior controlo no pagamento das prestações sociais.
No dia 7 de Maio, os juros da dívida portuguesa chegavam aos 6,285%. Seis dias depois, o primeiro-ministro explicava que esses valores eram insustentáveis para o País e anunciava novas medidas: aumentos do IRS, do IRC e do IVA, entre outros cortes nos apoios sociais.
No dia 28 de Setembro, os juros da dívida portuguesa chegavam aos 6,512%. No dia seguinte, o primeiro-ministro anunciava que estes valores eram insuportáveis para o País e anunciava medidas: diminuição de salários, novo aumento do IVA, redução drástica das deduções fiscais, entre outras subidas de impostos.
No dia 8 de Outubro, os juros da dívida portuguesa maninham-se nos 6,25%. Um dia mais tarde, o ministro das Finanças explicava que estes valores mão podiam manter-se no País e fazia um ultimato: se o PSD não aprovasse o Orçamento do Estado e se, por causa disso, os juros chegassem aos 7%, Portugal teria de recorrer ao FMI.
No dia 14 de Fevereiro deste ano, os juros da dívida portuguesa chegavam aos 7,495%, o valor mais alto desde que existe o euro. Há vários dias que os juros estão consecutivamente acima dos 7%, um valor que foi ultrapassado em mais da metade das sessões deste ano. Que o Governo não cumpre o que diz já se percebeu há muito tempo, a única dúvida é porque o FMI está a demorar tanto tempo.
Editorial da revista Sábado, nº 355, 17 a 23 de fevereiro de 2011


Foto: AD
Digitalização e Edição: JP

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