Reinaldo Azevedo
Pois é, leitores… Eu não sou
um barbosista, como vocês sabem. Quando Joaquim Barbosa acerta, eu aplaudo.
Quando ele erra, eu critico. Na verdade, isso vale para ele e para qualquer
pessoa. Nesta quarta, por exemplo, ele errou feio. Deu uma palestra no King’s
College, da Universidade de Londres. E fez o que alguém na sua posição não deve
fazer: falou mal da política e dos políticos no Brasil. E foi além.
Barbosa criticou com dureza a
situação das prisões brasileiras, que definiu como um “horror”, informa a Folha, e disse que assim é por culpa dos políticos, já
que o assunto não rende voto. Digamos que ele tenha razão no mérito: não cabe
ao presidente de um Poder esse tipo de discurso? Tivesse apenas apontado o tal
“horror”, vá lá; as considerações sobre a política é que são impróprias.
Imaginem um ministro da Suprema Corte dos EUA em visita ao Brasil largando a
língua no Congresso americano… Não dá pé.
Até porque cabe aqui uma
pergunta direta e reta. Barbosa é o presidente do Conselho Nacional de Justiça.
O que ele fez, na sua esfera de competência, para diminuir essas dificuldades?
A seu tempo, Gilmar Mendes, por exemplo, promoveu um grande mutirão para, entre
outras coisas, libertar pessoas que estavam irregularmente presas pelos mais
diversos motivos. Barbosa tem de descobrir que alguém na sua posição tem de
estar mais comprometido com a ação do que com a denúncia.
Indagado sobre o tema, Barbosa
também falou sobre o suposto racismo no Brasil: “Entre negros e mulatos, são a
maioria dos brasileiros, mais de 50%, muito mais que as cotas. Os brasileiros
não gostam de discutir esse assunto. A TV brasileira parece a TV da Dinamarca”.
Quais “brasileiros” não gostam
de “discutir esse assunto”? O Brasil terá em breve lei de cotas raciais, em
vigor em todas as universidades públicas, até para o ingresso no funcionalismo
federal. O absurdo é tal que bolsas para doutorado já obedecem ao critério da
cor da pele.
Em parte, ele tem razão: temos
discutido pouco esse assunto… E um conselho final: não é a primeira vez que
Barbosa trata “os brasileiros” como um conjunto ou corpo ao qual ele não
pertencesse. Barbosa é quê? Escandinavo? Eu não gosto disso que chamo “discurso
de motorista de táxi”. Como todo respeito, é sempre a categoria mais
insatisfeita do Brasil. E opina mais do que o Reinaldo Azevedo. É a gente botar
o traseiro no banco, lá vem uma crítica “aos brasileiros”, que sempre fazem
tudo errado.
Título, Imagem e Texto: Reinaldo Azevedo, 30-01-2014
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