Luís Naves
O governo conseguiu um défice orçamental de 4,7% em 2013.
Lembram-se dos analistas que há um ano diziam ser impossível cumprir a meta de
5,5% acordada com a troika? A produção industrial está a subir e a balança de
transacções tornou-se positiva. O desemprego parece baixar, há mais poupança e
consumo, a bolsa mostra um comportamento surpreendente, os empresários dizem-se
optimistas e as exportações aumentam.
Claro que as boas notícias
coincidem com a continuação de cortes nos rendimentos dos trabalhadores e nas
pensões. Os sacrifícios não acabaram e os portugueses têm todas as razões para
descontentamento. Todas as razões e mais uma: foram enganados pela retórica dos
partidos da esquerda. Afinal, a estratégia da troika fazia sentido e o programa
de assistência podia funcionar.
A crise dura há cinco anos e
afectou a vida de toda a gente. Durante década e meia, foram adiadas reformas
importantes e mantidas estruturas que travavam a competitividade do País. O
modelo estava errado e bateu na parede em 2008. Portugal entrou em
pré-falência, atrasou o pedido de resgate e teve de cumprir um duríssimo
programa de austeridade que terminará dentro de pouco mais de uma dezena de
semanas. O País que resulta deste período difícil será diferente do anterior,
será mais competitivo e menos iludido com falsas promessas. O orçamento começa
a estar equilibrado, a dívida começou a baixar e as reformas estruturais que a
troika nos exigiu, no essencial, estão feitas ou lançadas.
Apesar disto ser cada vez mais
visível, a esquerda continua a dizer que os sacrifícios foram desnecessários e
inúteis, que a situação é desesperada e que não haverá futuro se não
abandonarmos este caminho. Mas qual é a alternativa que propõe? Outra vez a
falência? Como é possível que os partidos da esquerda insistam em querer bater
com a cabeça na parede?

Título e Texto: Luís Naves, no blogue “Fragmentário”,
23-01-2014
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