Publicação destaca que
"não foi fácil ouvir alguma notícia positiva sobre o País”
Flávio Morgenstern
Do Terra
Economia:
Artigo publicado pelo jornal Financial Times nesta terça-feira afirma
que o Brasil foi o grande perdedor do Fórum Econômico Mundial em Davos, na
Suíça. Segundo a publicação, o País deixou uma percepção de falta de
investimentos em infraestrutura e a sensação de que “muito do crescimento foi
proveniente do consumo”. O artigo completa que “não foi fácil ouvir alguma
notícia positiva sobre o País”.
A publicação destaca uma frase
do economista-chefe do Itaú-Unibanco, Ilan Goldfajn, que afirmou que “os
investidores estão olhando para os países com uma economia sustentável e
estável” e completou dizendo que “o Brasil não é”.
O jornal ressalta que a
presidente Dilma Rousseff foi para Davos logo após inaugurar um estádio para a
Copa do Mundo e não vem fazendo nada para mudar o estado de espírito pessimista
que envolve o Brasil.
FT destaca o México
O jornal destacou a
participação do México em Davos colocando o país como número um na lista de
participantes. O fato de o México anunciar a chegada de grande empresas, como a
Nestlé, que promete investir US$ 1 bilhão no país, e a Pepsico, que promete
investimento de US$ 5,3 bilhões, foi lembrado pelo jornal.
Países africanos como Nigéria,
Tanzânia, Quênia e Uganda também foram vistos com bons olhos pelo Financial
Times, que afirmou que eles convenceram os participantes do fórum de que coisas
boas vão acontecer em 2014.
Há uma explicação simples
para o Brasil ser comparado a economias da África subsaariana em suas
eternas ditaduras e guerras tribais e ainda sair perdendo.
O mais importante para a
economia é a liberdade: chegamos ao mundo nus e fracos, precisamos caçar
alimento e descobrir sem grandes conhecimentos como vencer intempéries e
ameaças. O estado natural do homem é a pobreza extrema, não a riqueza.
Alguns homens passam, então, a
criar inventos com sua razão para melhorar a vida. Da pedra polida à irrigação,
as cidades assentadas e o sistema jurídico, o desodorante e o avião, o papel
higiênico macio e o iPhone. Todas obras de alguém que as inventou. Quem pretende
ter usufruto de alguma dessas invenções passa a trocar alguma coisa com o
criador daquilo. Trabalhar para ele – ou então para um terceiro, ou por conta –
e troca os frutos de seu trabalho pelos frutos do trabalho deles.
Isso é mercado – são trocas
livres, horizontais, espontâneas, sem nenhuma centralidade dirigindo o
processo, nenhum planejamento de uma força maior, com poder maior, além da
própria vontade das pessoas. Elas são o mercado, com suas
exigências, desconfianças e vontades.
Ter essa liberdade permite que
as pessoas criem inventos que melhoram a vida de outras pessoas, que não são
obrigadas à força a pagar nada: trocam o que desejam livremente pelo que o
criador de novas riquezas inventa livremente. Ambos saem enriquecidos no
processo – é como um homem que fabrica pães negociando com um que fabrica
manteiga. Ambos seriam mais pobres sem o mercado.
O mercado exige essa
liberdade, porque é a liberdade das próprias pessoas. Mas, com a ascensão do
Estado e das formas autoritárias de Estado – culminando com o inchadíssimo
Estado moderno, que tem “participação no poder” para acalmar as massas, mas uma
interferência na economia muitas vezes maior do que um faraó, xogum ou
imperador da Antiguidade sonhou em ter – passa-se a haver um novo agente.
Enquanto um homem cria
riqueza, e outro trabalha, talvez criando outras coisas, em troca daquela
riqueza, o terceiro agente não cria nada, e toma uma parte da livre transação
de ambos para si. Este terceiro elemento é o Estado, que faria bem em exigir
algum pagamento em troca de seu sistema jurídico e da sua segurança, mas
apenas subtrai riqueza, ao invés de aumentá-la,
quando age além disso.
O Estado moderno, surgido e
teorizado depois da abertura comercial do capitalismo, com intuitos cada vez
mais duvidosos, passa a cobrar imposto até de comércio, fazendo com que os
homens percam cada vez mais riqueza – tanto que criam quanto encarecendo as que
desejam.
Teóricos econômicos que
abraçaram essa mentalidade destruidora grassaram desde fins do
séc. XVIII, acreditando que o mercado deixaria os ricos muito ricos e os pobres
muito pobres (o que se provou o maior erro da História humana) e que a função
do Estado era planificar cada vez mais as trocas humanas, buscando uma “igualdade”
que parte de um poder central ao invés da liberdade de cada um tomar seus
desejos e responsabilidades sobre seu destino para si, desde que não fira
ninguém.
O dirigismo de Dilma, de Lula,
do PT e de seus congêneres é esta forma destruidora de engessamento da
economia: cada vez menos pessoas produzem, se vão perder essa riqueza para quem
não a criou, e cada vez é mais caro para quem quer melhorar o seu conforto (ou
mesmo meramente se alimentar) conseguir pagar pela riqueza alheia, já que
também tem de pagar para o terceiro agente (e nossa ordem tributária dá conta
de mais de 40% por ano, fazendo com que trabalhemos até maio apenas para
financiar este moderno Leviatã).
É o fim da liberdade de
mercado. E essa liberdade é auferível. A imprescindível Heritage Foundation lança, todo ano, o Índice da Liberdade Econômica, com dados das mais sólidas organizações mundiais
auferindo o quanto a liberdade econômica das pessoas está sendo assaltada – por
impostos altos, corrupção, Estado-Babá, máquina pública etc.
Para quem acredita que o
mercado é como um polvo chulhuóide e malvado que fica bravo e “especula”
impiedosamente para roubar os pobres, e não percebe que o mercado são
as pessoas, é de bom alvitre comparar a liberdade de mercado mundial com o
Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) de cada país. Não há como espantar todas
as dúvidas de que o mercado enriquece os pobres (obviamente, porque cria
riqueza que precisa ser distribuída em massa pelo menor custo possível, do
contrário o seu criador não terá como enriquecer com seus inventos) e, bazinga,
até aumenta a tão propalada “igualdade”.
A desgraça humanitária que foi
a gestão de Barack Obama jogou a América três posições abaixo em 2014,
saindo da zona “livre” para a “quase livre”. O Brasil, sexta maior economia do
mundo e quinto país mais populoso, patina em 114º lugar (sic), na zona
onde falta pouco para se dizer que não existe liberdade de mercado (40% para
mais de carga tributária não podem conviver com “trocas livres”), com uma
economia que deixa os frutos do trabalho das pessoas com as pessoas do mesmo
jeito que Honduras (112º), Belize (115º), Butão (116º), a enroscadíssima Grécia
(119º) ou futuras potências mundiais do porte de Guiana (121º), Iêmen (123º) ou
Senegal (125º). São esses países que podem ser comparados
economicamente ao Brasil. Não é preciso ser gênio ou vidente para
imaginar o nosso futuro.
Se a aleivosia de que o
mercado deixa os ricos mais ricos e os pobres mais pobres, como explicar que os
países mais ricos do mundo (com os pobres mais ricos do mundo) são justamente
os de economia mais aberta – já que não tungam sua população a cada vez que
criam riqueza para financiar viagens caríssimas de seus políticos e implantar
“distribuição de renda” e outras falsidades?
Nos primeiros lugares, vemos,
em ordem, Hong Kong, Singapura, Austrália, Suíça, Nova Zelândia, Canadá, Chile
(caindo rapidamente), Maurícia, Irlanda e Dinamarca. Se o mercado gera pobreza,
onde estão os pobres desse país? Se a “distribuição de renda” tira os pobres da miséria, por que a concentração dirigista de poder e o
controle dos mercados no Niger (127.º), Moçambique (128º), Bangladesh (131º) ou
Egito (135º) não está enriquecendo essas populações, “salvas” do mercado?
Para quem acredita no mito do
Estado de Bem-Estar Social nórdico, também é de bom tom questionar por que
esses países, apesar de programas estatais em populações pequenas, estão
disparados à frente na liberdade econômica. A Dinamarca está em 10º, na zona em
que existe livre mercado, tendo apenas dois paraísos fiscais (Suíça e
Maurícia) à sua frente. Ela é um “Estado de Bem-Estar Social” ou um paraíso
fiscal?
A Finlândia está em 19º,
perdendo uma posição para a Alemanha (o único grande país europeu de economia
livre e que, por mera coincidência acidental, foi quem não sofreu com a crise,
passando a emprestar dinheiro para os sofredores). Suécia fica logo depois, com
Islândia em 23º (era o país mais pobre da Europa na década de 50, antes de
abrir sua economia e ter milionários em cada esquina de Reykjavik – talvez pelo
“imperialismo islandês”…) e Noruega em 32º. A maior parte dos paraísos fiscais
é menos paraíso fiscal do que o “Estado de Bem Estar Social nórdico”.
Suas economias caminham juntas
com o campeão das privatizações Japão (25º), o lar do capitalismo Reino Unido
(14º), os paraísos fiscais Bahrain (13º), Luxemburgo (16º), Taiwan (17º),
Botswana (27º), Emirados Árabes (28º), Qatar (30º) e com a musa do Estado
mínimo ultra-mínimo Coréia do Sul (31º, apenas um ponto à frente do país
escandinavo “menos livre”). Qual desses países citados, muitos deles
paupérrimos há cerca de 40 anos, “empobreceu” ao adotar o livre comércio de
fato? De fato, ao invés de privatizar duas ou três companhias
falidas, o que até o Irã (173º) faz, e se chamar de “neoliberalismo”.
A realidade não é
exatamente o inverso do que os formadores de opinião e os
professores universitários mais cacarejam sem saber do que falam por aí?
Enquanto a mentalidade anticapitalista do brasileiro continuar achando que é o
Estado que nos salva de nós mesmos (o mercado) não mudar, ainda aplaudiremos
Dilma Rousseff fazendo nosso país ser comparado a ditaduras da África subsaariana
– e ainda perder de Uganda (91º), Tanzânia (106º) e Quênia (111º).
Obrigado, Dilma.
Título e Texto: Flávio Morgenstern, Implicante,
29-01-2014
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