O título não é meu. O generoso
e esforçado leitor dos meus escritos já sabe, há muito tempo, o que julgo da
imprensa portuguesa. E, claro, amigos que são, vão compreender a minha
jactância ao afirmar que me regozijo em ter percebido rapidamente a agenda
ideológica (de algumas pessoas é puro ressentimento ou ódio pessoal) que está
entrincheirada, obviamente camuflada, nos jornais, revistas e nos canais
televisivos: RTP, SIC e Tvi. Já desabafei sobre isto bastas vezes.
Mas, se me regozijo em ter
sacado rapidamente as intenções de
telejornais e comentaristas, mais me regozijo ao ler artigos, como os dois que
seguem abaixo, escritos por portugueses que moram em Portugal talvez há meio século,
mais ou menos, que escrevem bem melhor do que eu e, muito importante,
acrescentam detalhes que enriquecem a minha tese, ou desconfiança, se
preferirem.
Os grifos nos textos são de
minha responsabilidade.
Obrigado e boa leitura!
JP, 15-01-2014
Estou farto deste jornalismo de merda
José Mendonça da Cruz
Estou farto da informação
reaccionária e terrorista, que, em vez de estudar e explicar os assuntos, os
submerge no que proclama serem as fatais e inevitáveis consequências. Farto de
ver medidas graves e sérias como as que o FMI propõe para a redução da despesa
serem descartadas, sofrerem como tratamento serem despejadas sobre elas as
sentenças grosseiras e retrógradas do comunista de serviço. Estou farto da
parcialidade e da preguiça.
Estou farto de directores e
editores cheios de narrativas pré-fabricadas na cabeça, destituídos de
capacidade ouvinte, despidos de curiosidade além do próprio e indigente
pré-juízo, apostados em afogar os factos nas suas pobres certezas.
Estou farto da esperteza
saloia dos rebanhos redactoriais, da sua presunção ilegítima de que o seu poder
vale mais que o voto. Farto do engraçadismo que extravasou das croniquetas para
malformar as notícias, farto das reprimendas em off por aquilo que os políticos «só não disseram», farto de
remoques pessoais e ressentimentos pedantes.
Estou farto desta manipulação
descarada, boçal e presumida que treslê relatórios, que omite os factos que
contrariem o preconceito, que falsifica discursos feitos em português de lei
sob o pretexto de que eram «herméticos». Estou farto desses medrosos, desses
cadáveres, que pintam tudo de negro e suspiram pelo imobilismo.
Estou farto do catastrofismo
com que pintam as notícias, farto dos que choram por causa da dívida pública,
por causa do excesso de betão, por causa da ruína da paisagem, e, mal virada a
esquina, choram que haja arrefecimento na construção civil. Farto de ver
reportagens inteiramente direccionadas para a obtenção de queixas públicas, e
de ver as mesmas reportagens concluir pelo desastre quando, nas entrevistas de
rua, foram unanimente desmentidas. Estou farto de ver um aumento de 5 cêntimos
nos táxis promovido a suplício do povo.
Estou farto de agentes
políticos (que ninguém quis na política)
mascarados de jornalistas, a promoverem as suas especiais crenças e as dos
amigos, a promoverem os aldrabões que lhes subscrevam os pontos de vista. Estou
farto de jornais que espezinham as mínimas regras deontológicas, e logo vêm,
inexplicavelmente ufanos, proclamar-se «de referência». Farto de incúria e
desonestidade impunes.
Estou farto dos desgraçados
que se sonham contrapoder enquanto vão baixando a sua audiência e as suas
tiragens, e depois alucinam que a culpa é da crise e da austeridade.
Estou farto de ver como certos
fôros que são ilhas de inteligência, refúgios onde gente que estudou e pensou
debate com serenidade e inteligência, de ver como desses fôros não transpira
uma gota de bom senso, de trabalho, de seriedade para as notícias.
Estou farto dos manipuladores
que entendem que o «contraditório» consiste em dedicar 5 segundos a uma fonte
do governo e fazê-la seguir de 10 minutos de opinião do Bloco e do PCP ou do
primeiro sociólogo que consigam colher na rua.
Estou farto de imbecis com
carteira de jornalista a fazerem dos noticiários um rol de opiniões tontas,
farto de ver noticiar, não as greves e seus motivos ou falta deles, mas as
«emoções» de passageiros frustrados e os dichotes alarves da Inter.
Estou farto da ignorância e do
populismo que presidem à hierarquização das notícias, farto do fogo ou do
acidente que precedem um evento muito menos espectacular mas de consequências
muito mais gravosas.
Estou farto desse jornalismo
de pacotilha que alega que é modernidade o que não passa de falta de formação,
critério e cultura. Farto de ver pôr no mesmo patamar os rabiscos pintalgados
por alguma deputada pinceleira e as obras e o percurso de grandes escritores e
artistas.
Não me farto de deslocar-me à
cabina de voto. Mas fartei-me de me deslocar às bancas. Não me cansa ser
jornalista. Mas cansa-me este jornalismo de merda.
Título e Texto: José Mendonça
da Cruz, no blogue “Corta-fitas”,
09-01-2014
Palhaçadas comunistas
OE 2014: PCP e CGTP convergem sobre eventuais inconstitucionalidades
Carneiro
Como se sabe, os Comunistas
vivem do desdobramento esquizofrénico em plúrimas entidades que lhes permite
preencher meia hora do Telejornal de cada dia com a mesma mensagem política
afirmada repetidamente por diversas organizações.
Fala-se da lei das rendas e aparece o Partido Comunista, aparece o
Partido Os Verdes, aparece a Associação de Inquilinos, aparece a Associação dos
Jovens Inquilinos, aparece a Associação dos Reformados, aparece a CGTP, aparece
o Sindicato dos Limpa-Chaminés, aparece a Frente Comum da Função Pública e o
mais que estiver à mão. Todos a afirmar a mesma coisa, contra o aumento das
rendas, contra o Governo, pela demissão imediata do Governo, pelas vantagens
extraordinárias para as pessoas se vivessem num regime de tipo soviético, etc.
Como se sabe, os Jornalistas
Portugueses, em vez de divulgarem os crimes contra a Humanidade que os
Comunistas cometeram e cometem em todos os Países onde chegaram ao Poder,
preferem deixar-se instrumentalizar neste circo que tem tanto de demagógico
como de inconsequente.
No caso do OGE de 2014, a
notícia supra que refere a coincidência de opiniões entre o Partido Comunista e
a CGTP é ridícula. Ora se é o Comité Central do Partido Comunista que emana as
directivas visando a perturbação social, laboral e cívica que a Central
Sindical tão bem tem executado, assumindo-se como o braço armado dos
comunistas, ao ponto de se vangloriarem das mais de 1.5 acções de contestação
por dia durante o ano de 2013 ou dos 500 dias de greve nos últimos 2 anos e
meio nos Transportes Públicos, não se alcança a novidade. Ademais, como
sabemos, enquanto o Partido Comunista e os Verdes dentro da Assembleia da
República fingem que aceitam as regras da democracia burguesa, às portas da
mesma Assembleia ou nas galerias do público, os comunistas ensaiam cercos,
assaltos e perturbam o funcionamento da mesma democracia burguesa que os
alimenta.
Porque estes tipos vivem dos
subsidios públicos atribuídos aos respectivos partidos, às associações que
formam que nem cogumelos, à remuneração dos cargos políticos que ocupam nas
autarquias, à remuneração dos mais de 15 mil sindicalistas militantes do
Partido Comunista Português que não fazem mais do que lançar greves e
sabotagens. Esta gajada não faz mais pelo País do que agitação social. E
percebe-se o que eles têm chiado com os cortes da despesa no sector Público.
É que eles dependem
exclusivamente do Orçamento Geral do Estado. Não criam riqueza, não criam uma
empresa, não contribuem com um cêntimo para a riqueza do país.
Bastam-se em tentar impedir o
funcionamento da sociedade com o modelo escolhido maioritariamente em
sucessivas eleições cujos resultados os comunistas nunca respeitaram. O mais
que fazem é boicotar as exportações com greves nos Portos, é paralizar a
actividade económica com greves diárias nos Transportes Públicos. E vivem
encaixados nos sindicatos, em especial, nas empresas públicas. Por isso é que a
palavra "privatização" os arrepia tanto.
Os sindicalistas comunistas
não lutam pelo emprego dos trabalhadores. Lutam exclusivamente pela manutenção
de um status quo que legitime os respectivos empregos parasitas e inúteis. E a
Comunicação Social portuguesa está sempre disponível para ajudar à palhaçada
comunista. Os Jornalistas Portugueses não percebem que, se por acaso os
Comunistas chegassem ao Poder, a primeira das liberdades constitucionais que
seria eliminada seria, exactamente, a liberdade de informação.
Título e Texto: Carneiro, no blogue “Xiclista”, 14-01-2014
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Hoje, assisti, por momentos, o jornal das 8 do Porto Canal. Confesso que pensava que iria encontrar um refresco... que nada! Foram 10 minutos "noticiando" sobre os Estaleiros de Viana do Castelo... Não entendo tanta hienagem – é, de hienas – midiática sobre um câncer sabido de toda a população, e que este governo (e faz muito bem) quer nos livrar a todos! E quem é o "comentador"? Um tal de professor Bacelar, militante socialista!
ResponderExcluirÉ de matar!