quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

Estou farto deste jornalismo de merda

O título não é meu. O generoso e esforçado leitor dos meus escritos já sabe, há muito tempo, o que julgo da imprensa portuguesa. E, claro, amigos que são, vão compreender a minha jactância ao afirmar que me regozijo em ter percebido rapidamente a agenda ideológica (de algumas pessoas é puro ressentimento ou ódio pessoal) que está entrincheirada, obviamente camuflada, nos jornais, revistas e nos canais televisivos: RTP, SIC e Tvi. Já desabafei sobre isto bastas vezes.

Mas, se me regozijo em ter sacado rapidamente as intenções de telejornais e comentaristas, mais me regozijo ao ler artigos, como os dois que seguem abaixo, escritos por portugueses que moram em Portugal talvez há meio século, mais ou menos, que escrevem bem melhor do que eu e, muito importante, acrescentam detalhes que enriquecem a minha tese, ou desconfiança, se preferirem.
Os grifos nos textos são de minha responsabilidade.
Obrigado e boa leitura!
JP, 15-01-2014

Estou farto deste jornalismo de merda
José Mendonça da Cruz


Estou farto da informação reaccionária e terrorista, que, em vez de estudar e explicar os assuntos, os submerge no que proclama serem as fatais e inevitáveis consequências. Farto de ver medidas graves e sérias como as que o FMI propõe para a redução da despesa serem descartadas, sofrerem como tratamento serem despejadas sobre elas as sentenças grosseiras e retrógradas do comunista de serviço. Estou farto da parcialidade e da preguiça.

Estou farto de directores e editores cheios de narrativas pré-fabricadas na cabeça, destituídos de capacidade ouvinte, despidos de curiosidade além do próprio e indigente pré-juízo, apostados em afogar os factos nas suas pobres certezas.

Estou farto da esperteza saloia dos rebanhos redactoriais, da sua presunção ilegítima de que o seu poder vale mais que o voto. Farto do engraçadismo que extravasou das croniquetas para malformar as notícias, farto das reprimendas em off por aquilo que os políticos «só não disseram», farto de remoques pessoais e ressentimentos pedantes.

Estou farto desta manipulação descarada, boçal e presumida que treslê relatórios, que omite os factos que contrariem o preconceito, que falsifica discursos feitos em português de lei sob o pretexto de que eram «herméticos». Estou farto desses medrosos, desses cadáveres, que pintam tudo de negro e suspiram pelo imobilismo.

Estou farto do catastrofismo com que pintam as notícias, farto dos que choram por causa da dívida pública, por causa do excesso de betão, por causa da ruína da paisagem, e, mal virada a esquina, choram que haja arrefecimento na construção civil. Farto de ver reportagens inteiramente direccionadas para a obtenção de queixas públicas, e de ver as mesmas reportagens concluir pelo desastre quando, nas entrevistas de rua, foram unanimente desmentidas. Estou farto de ver um aumento de 5 cêntimos nos táxis promovido a suplício do povo.

Estou farto de agentes políticos (que ninguém quis na política) mascarados de jornalistas, a promoverem as suas especiais crenças e as dos amigos, a promoverem os aldrabões que lhes subscrevam os pontos de vista. Estou farto de jornais que espezinham as mínimas regras deontológicas, e logo vêm, inexplicavelmente ufanos, proclamar-se «de referência». Farto de incúria e desonestidade impunes.

Estou farto dos desgraçados que se sonham contrapoder enquanto vão baixando a sua audiência e as suas tiragens, e depois alucinam que a culpa é da crise e da austeridade.

Estou farto de ver como certos fôros que são ilhas de inteligência, refúgios onde gente que estudou e pensou debate com serenidade e inteligência, de ver como desses fôros não transpira uma gota de bom senso, de trabalho, de seriedade para as notícias.

Estou farto dos manipuladores que entendem que o «contraditório» consiste em dedicar 5 segundos a uma fonte do governo e fazê-la seguir de 10 minutos de opinião do Bloco e do PCP ou do primeiro sociólogo que consigam colher na rua.

Estou farto de imbecis com carteira de jornalista a fazerem dos noticiários um rol de opiniões tontas, farto de ver noticiar, não as greves e seus motivos ou falta deles, mas as «emoções» de passageiros frustrados e os dichotes alarves da Inter.

Estou farto da ignorância e do populismo que presidem à hierarquização das notícias, farto do fogo ou do acidente que precedem um evento muito menos espectacular mas de consequências muito mais gravosas.

Estou farto desse jornalismo de pacotilha que alega que é modernidade o que não passa de falta de formação, critério e cultura. Farto de ver pôr no mesmo patamar os rabiscos pintalgados por alguma deputada pinceleira e as obras e o percurso de grandes escritores e artistas.

Não me farto de deslocar-me à cabina de voto. Mas fartei-me de me deslocar às bancas. Não me cansa ser jornalista. Mas cansa-me este jornalismo de merda.
Título e Texto: José Mendonça da Cruz, no blogue “Corta-fitas”, 09-01-2014


Palhaçadas comunistas
OE 2014: PCP e CGTP convergem sobre eventuais inconstitucionalidades
Carneiro
Como se sabe, os Comunistas vivem do desdobramento esquizofrénico em plúrimas entidades que lhes permite preencher meia hora do Telejornal de cada dia com a mesma mensagem política afirmada repetidamente por diversas organizações.

Fala-se da lei das rendas e aparece o Partido Comunista, aparece o Partido Os Verdes, aparece a Associação de Inquilinos, aparece a Associação dos Jovens Inquilinos, aparece a Associação dos Reformados, aparece a CGTP, aparece o Sindicato dos Limpa-Chaminés, aparece a Frente Comum da Função Pública e o mais que estiver à mão. Todos a afirmar a mesma coisa, contra o aumento das rendas, contra o Governo, pela demissão imediata do Governo, pelas vantagens extraordinárias para as pessoas se vivessem num regime de tipo soviético, etc.

Como se sabe, os Jornalistas Portugueses, em vez de divulgarem os crimes contra a Humanidade que os Comunistas cometeram e cometem em todos os Países onde chegaram ao Poder, preferem deixar-se instrumentalizar neste circo que tem tanto de demagógico como de inconsequente.

No caso do OGE de 2014, a notícia supra que refere a coincidência de opiniões entre o Partido Comunista e a CGTP é ridícula. Ora se é o Comité Central do Partido Comunista que emana as directivas visando a perturbação social, laboral e cívica que a Central Sindical tão bem tem executado, assumindo-se como o braço armado dos comunistas, ao ponto de se vangloriarem das mais de 1.5 acções de contestação por dia durante o ano de 2013 ou dos 500 dias de greve nos últimos 2 anos e meio nos Transportes Públicos, não se alcança a novidade. Ademais, como sabemos, enquanto o Partido Comunista e os Verdes dentro da Assembleia da República fingem que aceitam as regras da democracia burguesa, às portas da mesma Assembleia ou nas galerias do público, os comunistas ensaiam cercos, assaltos e perturbam o funcionamento da mesma democracia burguesa que os alimenta.

Porque estes tipos vivem dos subsidios públicos atribuídos aos respectivos partidos, às associações que formam que nem cogumelos, à remuneração dos cargos políticos que ocupam nas autarquias, à remuneração dos mais de 15 mil sindicalistas militantes do Partido Comunista Português que não fazem mais do que lançar greves e sabotagens. Esta gajada não faz mais pelo País do que agitação social. E percebe-se o que eles têm chiado com os cortes da despesa no sector Público.

É que eles dependem exclusivamente do Orçamento Geral do Estado. Não criam riqueza, não criam uma empresa, não contribuem com um cêntimo para a riqueza do país.

Bastam-se em tentar impedir o funcionamento da sociedade com o modelo escolhido maioritariamente em sucessivas eleições cujos resultados os comunistas nunca respeitaram. O mais que fazem é boicotar as exportações com greves nos Portos, é paralizar a actividade económica com greves diárias nos Transportes Públicos. E vivem encaixados nos sindicatos, em especial, nas empresas públicas. Por isso é que a palavra "privatização" os arrepia tanto.

Os sindicalistas comunistas não lutam pelo emprego dos trabalhadores. Lutam exclusivamente pela manutenção de um status quo que legitime os respectivos empregos parasitas e inúteis. E a Comunicação Social portuguesa está sempre disponível para ajudar à palhaçada comunista. Os Jornalistas Portugueses não percebem que, se por acaso os Comunistas chegassem ao Poder, a primeira das liberdades constitucionais que seria eliminada seria, exactamente, a liberdade de informação.
Título e Texto: Carneiro, no blogue “Xiclista”, 14-01-2014

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Um comentário:

  1. Hoje, assisti, por momentos, o jornal das 8 do Porto Canal. Confesso que pensava que iria encontrar um refresco... que nada! Foram 10 minutos "noticiando" sobre os Estaleiros de Viana do Castelo... Não entendo tanta hienagem – é, de hienas – midiática sobre um câncer sabido de toda a população, e que este governo (e faz muito bem) quer nos livrar a todos! E quem é o "comentador"? Um tal de professor Bacelar, militante socialista!
    É de matar!

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