Hélio Dias Viana
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Charge irreverente no jornal francês “Le Monde” sobre o reatamento das
relações entre EUA e Cuba.
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Do mesmo modo como as colônias são perdidas nas metrópoles, pode-se dizer que Barack Obama está reeditando a política dos Estados Unidos quando estes eram governados por presidentes que favoreceram a esquerda no mundo inteiro, embora essa mesma esquerda os tenha depois etiquetado com a fama do contrário.
Assim, se foi através de uma
grande manobra político-midiática lançada a partir de Nova Iorque que Fidel
Castro e os revolucionários de Sierra Maestra prevaleceram,
formando depois um regime despótico que perdura até hoje, assim também foi
através dos EUA que esse mesmo regime — em apuros pela falta do necessário
apoio econômico da Rússia e da Venezuela, ambos em profunda crise —, está sendo
salvo pelo presidente Obama, com o decidido e incompreensível apoio do Papa
Francisco e da diplomacia vaticana.
É bom frisar: não é o povo,
mas o regime comunista cubano que está sendo salvo. E uma das provas de que o
querem salvar não está apenas nos indignados protestos dos cubanos
anticomunistas exilados, mas também na Venezuela chavista, para onde Cuba
enviou vários generais e milhares de agentes, para implantar ali o mesmo regime
que, apenas instalado, já atribui sua falência aos EUA, quando ela decorre da
própria aplicação do socialismo, que só produz opressão e miséria.
É portanto um engodo, uma
falácia, interpretar a cessação do embargo e a abertura em relação a Cuba como
um progresso da democracia, quando para que a normalidade ali se estabeleça
bastaria que seus ditadores sanguinários restaurassem a propriedade privada e a
livre iniciativa, soltassem todos os presos políticos, dessem aos cubanos total
liberdade de expressão, bem como de ir e de vir — inclusive para fora do país
—, convocassem eleições livres (livres, bem entendido, também de urnas
eletrônicas…), e, finalmente, se afastassem do poder.
Alguém acredita que uma
transformação assim é sequer imaginável? Se não é, por que então festejar e
apoiar a iniciativa da Casa Branca, que causou verdadeira exultação em todas as
hostes da esquerda mundial e indignação nos anticomunistas? Mais grave ainda,
como podem as duas mais altas autoridades da Terra — temporal e espiritual —
concorrer para evitar que o povo cubano saia de seu cativeiro e retorne à plena
normalidade a que tem direito?
Título e Texto: Hélio Dias Viana, ABIM,
22-12-2014
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