terça-feira, 1 de abril de 2025

[Aparecido rasga o verbo] Ressacas de Cachimbas

Aparecido Raimundo de Souza 

DIZEM OS ENTENDIDOS e peritos no assunto, e nós vamos na aba deles, que as cachimbas são traiçoeiras. Não tanto quanto as cachimbadas. Já o cachimbo, devemos, todos nós, seres humanos ou não, tomarmos muito cuidado com a sua presença. Uma cachimbada em excesso pode levar o sujeito a ter problemas de TOC, de bafo de onça, e o mais importante: de câncer de pulmão, laringe, esôfago, perda da ereção na hora da trepada (ainda que a diva seja esculpida e escarrada, a princesa Angélica, a esposa desnarigada do narigudo Luciano Huck).  Vamos partir de uma lógica bem lógica. Se não for literalmente lógica, não será efetivamente lógica: por exemplo. Você senta com amigos num bar, ou num quiosque na beira da praia, ou ainda numa tabacaria e chama a atendente apetitosa. Escolhe um sabor exótico como "melancia cósmica", “peido de sogra extraviado”, ou "menta intergaláctica".  

De repente a sua figura de tirar o fôlego das donzelas do belo sexo, você percebe que ela está soprando mais fumaça do que uma chaminé de locomotiva do século XIX. O problema é que, enquanto na hora tudo parece uma maravilha – risadas soltas e poses dramáticas com nuvens cinematográficas – a indisposição vem no “horas depois,” ou mais tardar, dia seguinte com  força total. Primeiro, marca presença, aquele sintoma clássico: a voz do Cauby Peixoto misturada com a de um vendedor de algodão-doce na praça dos Três Poderes. Acordar rouco é inevitável, mas você ainda tenta convencer todo mundo de que "foi só uma noite animada". E o gosto na boca? Aquele "leve toque de cinzas e arrependimento" que nenhum dentifrício consegue apagar? Mesmo que a cabelereira Débora Rodrigues dos Santos enfiasse o restante do batom que introduziu no cu da justiça em frente ao stf todinho em sua goela, nada teria mudado. 

Depois, o momento crítico: os flashes de memória da noite anterior. Você lembraria vagamente de alguém sugerindo competições de quem soltaria a maior bolha de fumaça (spoiler: “você perdeu, mané”). Para piorar, aquele sabor de "urina radioativa" que pareceria tão divertido no menu? Pois é, agora ele é seu pior inimigo. Nesta hora surge a promessa eterna: "Eu nunca mais vou fumar cachimba na minha vida!" Uma frase considerada clássica, proferida com a mesma convicção com que se dizia "vou começar a dieta na segunda-feira". Curiosamente, a memória bisonha e um novo convite dos “amigos” são capazes de destruir essa promessa em menos de três dias. Por isso, se você está lendo este texto enquanto encara a sua incomodidade braba (e não brava) de cachimba, se recorde do que iremos deixar grafado: a sobrevivência exige hidratação (muita água), balas de menta e um pouco da paciência de Jó. 

E, claro, um bloco de anotações para registrar mais uma das suas épicas juras de "nunca mais". No início do presente texto, falamos da cachimba. O que é cachimba? Eis aqui uma pergunta interessante. A expressão "cachimba provoca a própria cachimba". Inúmeras vezes esta coisinha estúpida é usada de forma humorística e descontraída para dizer que o hábito de fumar cachimba pode levar a tragar mais vezes, seja pela companhia dos “amigos”, seja pela variedade de sabores, ou também, pelo prazer em soltar grandes nuvens de fumaça. Tudo junto e misturado, funciona como um ciclo: quanto mais você fuma, mais você sente vontade de repetir a experiência! Claro, é sempre de princípio amistoso sintetizar que, como qualquer hábito recreativo, o uso da cachimba deve ser feito com comedimento e imperturbabilidade. Desta forma, você evitará possíveis desconfortos – como aquela disforia peculiar da qual mencionamos antes – e mantém, ainda que a toque de caixa, a diversão saudável. 

Outro detalhe importante. Jamais confunda cachimba com caxumba. Vez em quando, a gente troca as bolas.  Lembrem que peritos de tons harmoniosos em manusear as redondinhas, foram as figuraças de Garrincha, Romário, e agora, Neymar, Lionel Messi e etc. etc. Quem nunca interverteu a posição das bolas?  Imagina só: você indo ao médico, achando que está com "cachimba", em vez de "caxumba?". Pode ser uma coisa muito séria. O especialista certamente iria receitar uma sessão de boas gargalhadas e, talvez, uma rodada de sabores frutados. Não confunda frutados (de frutas) com frustrados – grosso modo (ludibriados). Brincadeiras à parte, é benéfico saber que a confusão só deve ficar e permanecer na piada.  Passamos agora a dissecar a “Caxumba,” também conhecida como "parotidite infecciosa". Este nome esquisito nada mais é que aquele agente patogênico e sapeca, visível apenas aos olhos esbugalhados de um microscópio potente, obviamente acarretado por um filho da uma rapariga da família Paramyxoviridae. 

Ela, a Paramyxoviridae é bem conhecida por causar o famoso inchaço nas bochechas, que acontece devido à inflamação das glândulas salivares, especialmente as parótidas. É comum também nas glândulas do melhor amigo dos homens: o pênis. Os sintomas incluem febre, dor de cabeça, tanto na de cima, como na de baixo, cansaço, causticações musculares e, claro, aquela tumefação ou calombo inconfundível no rosto, o que muitas vezes deixa as pessoas com uma aparência "geralmente engraçada”, (como um dente trepado no outro tendo um terceiro igualmente encavalado querendo pular no colo do dentista), o que torna a fisionomia do indivíduo nada confortável". A boa notícia é que, geralmente, esta mazela não passa de uma inópia limitada – ou seja – resolve sozinha em algumas semanas. Quando não desaparece, a bunda perde o controle das pregas, o bilau despenca a toda velocidade como aquele avião da Voepass que foi “derrubado” em Vinhedo. 

Para evitar essa loucura de ter o seu rabo inoperante e o careca cuspidor “cabiscaido,” o mais importante é a prevenção: a vacina tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola) é super eficaz e costuma ser administrada na infância, a partir dos 70 anos. Para quem contrai, o tratamento é basicamente repouso, hidratação e compressas mornas para aliviar a prostração. Passemos, agora, para um desafio criativo. Vamos imaginar como seria se a "cachimba", de alguma forma, se misturasse com a caxumba – um conceito tão inusitado quanto hilário, tipo o Alexandre de Morais deixar vaga a sua cadeira na “Suplema Corti.” Vamos contar uma historinha infame. “Tudo começou como uma noite inocente de cachimba com os amigos, entre sabores exóticos como "laranja cósmica" e "menta sideral". Ao acordar, dia seguinte, você percebeu algo estranho: as suas bochechas estavam dilatadas ou distendidas, (você correu no espelho do banheiro e viu o Quico, ou o Kiko) da série Chaves, da tevê mexicana como se tivesse participado de um campeonato de gomas de mascar – e perdido feio”. 

"Será que foi alergia ao sabor de “maçãs radioativas”? Você se questiona, porém, a Internet batiza esse novo fenômeno como "cachumba" – uma mistura insólita de caxumba e cachimba. As imagens críticas começam a circular: gente com nuvens de fumaça saindo das bochechas ampliadas, e um amontoado de “hashtags” se espalhando feito canetadas de um único ministro com cara de leão enjaulado procurando inocentes para serem devorados pelas falcatruas do 8 de janeiro em todas as redes sociais. O "tratamento"? Vamos repetir: repouso, hidratação e, claro, evitar novas sessões de cachimbas até que as bochechas desinchem – isso se você conseguir resistir aos amigos de todas as horas que insistirão em tentar sabores novos como "pêssego galáctico do Paraguai", boceta de canja de galinha virgem ainda não deflorada de Curitiba, Lula cortado em fatias ao molho de picanha importada da puta que pariu””. (Fim da historinha). 

Talvez a "cachumba" não seja exatamente científica, mas com certeza virará motivos para muitas risadas... ou uma desculpa esfarrapada para evitar a próxima noite de aventuras fumegantes dentro de um Gulfstream G550, um dos aviões do Roberto Carlos. Tivemos o prazer de ler num livro do grande escritor Soneca (não confundam com o Sêneca, nascido em Córdoba, na Espanha, batizado Lucios Annaeus Seneca). Fazemos referência ao Soneca, nascido em Camamú, na Bahia. Em seu livro “Cachumbando a Caxumba do Cachimbo Eterno”, na página 475, ele conta uma passagem interessante: Leremos um trechinho curto. “Era uma vez uma sessão inocente de cachimba que terminou numa digna capa de tabloide. Tudo começou com a escolha do sabor "limão surreal" – aquele que prometia deixar qualquer ser vivente soltando fumaça até se parecer com o dragão do filme “Como treinar o seu dragão”. 

“Dia seguinte, o plano de virar caricatura mítica rolou água morro abaixo, quando se percebeu que o pobre dragão parecia mais um hamster com as bochechas infladas tipo o Fofão por conta de guardar comida para a sua dragoa, conhecida no mundo infantil como Carmem Bochecha de Pelúcia. A partir daí, nasceu a lenda da "cachumba"”.  (Fim da historinha). Os especialistas em dias de agora, estão divididos. Alguns defendem que a "cachumba" é um fenômeno causado pela combinação do sabor "ervas radioativas" e o excesso de competição para quem faz a maior bolha de fumaça soltando puns fedorentos na fuça dos moradores de ruas. Outros apregoam que é pura falta de juízo mesmo, principalmente de quem nem sabe o que significa ter juízo. Seja como for, agora há um novo sintoma da ressaca de cachimba: o inchaço alcolambre intergaláctico das bochechas de Ferrando Hacaggadd, acompanhado de uma voz que mais parece a do narrador de filmes antigos de ficção científica saído dos livros do francês Júlio Verne. 

Uma notícia alvissareira. O mercado já está reagindo ao fenômeno! Farmácias e drogarias estão lançando kits “anticachumbis,” com sabores apetitosos, como “erva cidreira muçuns,” "camomila dilmazen" e "menta pacífica páviofino”. Claro, os memes estarão a todo vapor. Alguns mostrarão bochechas infladas que soltam colunas de fumaças incandescentes como os vulcões Kilauea e o Vesúvio e outros sugerirão que a cachumba é só o povo brasileiro abestalhado dizer "talvez devêssemos, ao invés da porra do L aviadado, ter escolhido um hobby menos exótico". Diante de toda bobeira escrita, vamos terminar com a Moral da história? A cachumba pode ser inventada, mas as boas risadas são reais. Na próxima rodada de cachimba, escolha com cuidado e se prepare para possíveis aventuras, desde um sabor delicioso até uma saga épica envolvendo bochechas tesudas e arrependimentos fumegantes. E o resto, quem não gostou de tudo o que trouxemos à baila, que fale como o Mark Manson. E aprenda com ele a “SUTIL ARTE DE LIGAR O FODA-SE”. 

Título e Texto: Aparecido Raimundo de Souza, de Ribeirão das Neves, em Minas Gerais, diretamente da sala de imprensa do Complexo Penitenciário Nelson Hungria, 1-4-2025 

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Presente de grego 
[Aparecido rasga o verbo – Extra] Bromidrose plantar. Para os entendidos, fedeu chulé 
Lembranças 
Vazios eles são como filetes de sangue em feridas abertas ao sabor de águas revoltas. Atraem tubarões monstruosos. Eles quem??!!
Cujo

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