quarta-feira, 4 de junho de 2025

Uma declaração de amor ao Porto: eis o equipamento alternativo 2025/26

Já disponível nas FC Porto Stores e Online

Quando o FC Porto nasceu já elas povoavam os jardins da cidade. Mais de 130 anos depois, as camélias, flores que representam a cidade Invicta, chegam, agora, à camisola do FC Porto.

Eis o equipamento alternativo para 2025/26Uma declaração de amor ao Porto. 


Inspirada na “Cidade das Camélias” e traduzindo a paixão dos adeptos pelo FC Porto, a nova camisola, em tom salmão, destaca-se pela representação gráfica das flores que povoam os jardins da cidade no final do Inverno desde o século XIX e que aparece, de forma subliminar, mas, ao mesmo tempo, bastante presente, por toda a camisola.

Como símbolo de uma região, o FC Porto desde sempre se assume como um embaixador da cidade. “Porto cidade, Porto clube” é mais do que um mote: é uma declaração. Uma ligação umbilical que, agora, ganha um novo toque com esta alusão à cidade das camélias.

O visual fica completo com os calções e meias da mesma cor, que traz uma nova pele de Dragão para os jogos fora de casa. Um look moderno e expressivo que traduz a paixão do universo portista de uma forma elegante e contemporânea, adicionando um novo tom à coleção do Dragão.

O STF é um tribunal de mimados

Supremo deixou de decidir conforme o Direito e a Constituição. Decide conforme sua vontade

André Marsiglia 

Dizer que o STF (Supremo Tribunal Federal) virou uma corte mimada talvez soe estranho —mas o adjetivo parece descrever bem um comportamento que se repete. Como crianças birrentas contrariadas, os ministros reagem mais por impulso do que por princípios. 

A recente abertura de inquérito contra Eduardo Bolsonaro (PL-SP), em resposta à “inação” do Itamaraty, diante das sanções dos Estados Unidos a Alexandre de Moraes, e a retomada da regulação das redes sociais, como demonstração de que não se curvam, mostram tanta potência quanto a do berro de um bebê frustrado. 

Quando o governo não faz o que os ministros querem, como no caso das sanções a Moraes, quando o Congresso não vota o que eles querem, como no caso do PL das fake news (PDF – 194 kB) –o STF esperneia, chora e sobra para todos os lados. 

O Congresso decidiu não legislar como desejavam os ministros, decidiu não levar adiante a regulação proposta e, pronto, o Tribunal resolve legislar por conta própria. Mas isso não mostra uma independência, não. 

Afinal, a regulação do STF transfere para as plataformas sua responsabilidade de dizer o que é lícito ou ilícito na internet, delega e terceiriza não seu poder, mas seu dever. E se as plataformas não seguirem o roteiro censório do Supremo, recebem multas altíssimas. 

[Quadro da Quarta] Napoleão I

Napoleão 1º e seu filho, o rei de Roma. Gravura do século XIX, Museu Nacional des Châteaux de Malmaison.

Anteriores: 
Construção do Palácio de Mafra 
Mulher pensativa 
À porta da escola 
Adeus de Heitor a Andrômaca 
Remi e Capi

terça-feira, 3 de junho de 2025

[Livros & Leituras] Controle social, Sociedade Alternativa e poder: Nietzsche criou um monstro?

Ensaio de Walter Biancardine, maio de 2025, 26 páginas (PDF). 

Nietzsche, Crowley e a Sociedade Alternativa são inimigos da verdade, propagando mentiras que envenenam a alma e destroem a sociedade. Suas ideias, nascidas do orgulho e do relativismo, não resistem à luz do cristianismo, que oferece redenção, ordem e esperança.

O autor teve a amabilidade de me enviar o seu artigo em formato PDF. Posteriormente publicou-o em seu blogue.

The Russian-Ukrainian Talks Are At An Impasse That Only The US Or Brute Force Can Break

Andrew Korybko 

The most realistic best-case scenario for Russia would be that the US seriously tries coercing Ukraine into concessions, Russia doesn’t devastatingly retaliate to any subsequently desperate Ukrainian provocations, and then Ukraine capitulates shortly thereafter once the US cuts it off

The second round of the newly resumed Russian-Ukrainian talks in Istanbul on Monday resulted in no progress being made towards peace. Both sides simply exchanged their respective memoranda about their predictably envisaged zero-sum military-political endgames and agreed to yet another prisoner swap. That outcome was expected since the US hasn’t yet coerced either or both sides into concessions. Therefore, unless the US steps up and is successful, only brute force can break this impasse.

Regarding the possible solution of American intervention, it would take different forms with Ukraine and/or Russia if it ever comes to pass. With respect to the first, the US would have to credibly threaten to completely cut Ukraine off from military, intelligence, and economic aid if it doesn’t comply with some of Russia’s demanded concessions for peace and then go through with it if Zelensky refuses. Even though the Europeans likely won’t follow suit, they couldn’t replace the US’ then-lost role in helping Ukraine.

As for the form that it would take with Russia, the US would have to impose and then enforce crippling secondary sanctions against all of Russia’s energy clients without exception, with an emphasis on China, India, the EU, and Turkiye. Together with the aforesaid or in lieu of it due to the painful blowback that such sanctions could entail, the US might also “escalate to de-escalate” by ramping up military, intelligence, and economic aid to Ukraine, though at the risk of war by miscalculation with Russia.

Macron e Brigitte comemoram vitória do PSG enquanto Paris arde


Paulo Hasse Paixão

Alguns incidentes, pequenos, banais e insignificantes, próprios de pessoas de bem quando festejam a conquista de um título de futebol, ocorreram no sábado à noite em Paris, antes, durante e depois a final da Liga dos Campeões.

Não há nada para ver aqui.

Dois mortos, mais de 20 polícias feridos, um deles em coma, outros 120 feridos e 560 detidos. Uma cidade em estado de sítio com lojas roubadas e destruídas, incêndios por todo o lado, caos generalizado, violência em larga escala, milhares de polícias na rua.

Por causa de um jogo de futebol? Não. Por causa das virtudes da diversidade.

Nesse entretanto, o presidente Emmanuel Macron e o seu marido, perdão, e a sua mulher Brigitte comemoravam alegremente a vitória do PSG, como se nada fosse.

Globalistas sofrem derrota eleitoral na Polônia

Paulo Hasse Paixão 

Karol Nawrocki encontra-se com Donald Trump na Sala Oval, 1 de maio 2025/ Wikipédia

Pelos vistos, na Polónia, e apesar dos tiques totalitários do executivo globalista no poder, a vontade popular escrutinada pelo voto ainda conta para alguma coisa e Karol Nawrocki, o candidato conservador alinhado com o Partido Lei e Justiça (PiS) nas eleições presidenciais, derrotou o presidente da Câmara de Varsóvia, Rafał Trzaskowski, alinhado com o o primeiro-ministro Donald Tusk. Nawrocki, de 42 anos, derrotou tangencialmente Trzaskowski, por 50,89% contra 49,11%.

Trzaskowski declarou vitória prematuramente depois das primeiras pesquisas à boca das urnas projetarem que ele venceria a disputa, mas resultados posteriores reverteram a sorte dos candidatos.

O triunfo de Nawrocki é um duro golpe para o primeiro-ministro Tusk, ex-presidente do Conselho Europeu da UE, que derrubou Partido Lei e Justiça à frente de uma geringonça instável de partidos globalistas e de extrema-esquerda nas eleições legislativas de 2023. Apesar desta vitória, a liberdade de ação de Tusk tem sido limitada pelo presidente conservador cessante, Andrzej Duda, que exercia poderes de veto e perdão. Agora, com outro candidato conservador a substituir Duda, a presidência continuará a restringir o governo de Tusk durante o resto do seu mandato.

Em abril, a pouco mais de um mês destas eleições presidenciais, o Governo de Donald Tusk e o sistema judicial polaco decidiram silenciar a dissidência, ao interditar os canais de televisão conservadores do país. Se calhar, essa medida autoritária acabou por se virar contra os seus promotores.

Five Takeaways From Poland’s Presidential Election

Andrew Korybko 

MAGA and European conservatives win, Ukraine and the EU lose, and there’s less risk of a war with Russia

Polish conservative presidential candidate Dr. Karol Nawrocki narrowly beat his liberal rival Rafal Trzaskowski on Sunday during the second round of elections by 50.89% to 49.11% after losing the first one by 29.54% to 31.36% respectively. Liberal Prime Minister Donald Tusk dramatically declared that the election would “decide the future of Poland” so many across the world became interested in the vote given its growing importance in European affairs. Here are five takeaways from what just happened:

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1. This Is The First Conservative Victory In Europe Since September 2023

Not since Slovak Prime Minister Robert Fico’s return to office after his country’s parliamentary elections in September 2023 has there been a conservative victory in Europe till now. Liberals won in Moldova last November, Germany in February, and Romania last month. Having broken the trend, Poland proved that conservatism isn’t the lost cause that the liberals misrepresented it as being after those elections. In fact, as the region’s largest country, what just happened in Poland might influence others’ next elections too.

2. Populist-Nationalists Rallied Behind The Conservative As The Lesser Evil

The first round saw populist-nationalists Slawomir Mentzen and Grzegorz Braun score a total of 21.15% of the vote at 14.1% and 6.34% respectively. Most of their supporters then rallied around Nawrocki as the lesser evil, hoping that he’ll remain committed to the eight promises that he pledged to abide by in writing after his interview with Mentzen shortly before the second round. These include protecting Poland’s sovereignty vis-à-vis the EU and refusing to authorize the deployment of troops to Ukraine.

3. Poland’s Relations With Some Of Its Key Partners Might Soon Worsen

Building upon the last pledge, Ukraine is none too happy with Nawrocki’s victory even though they’re now trying to play it cool despite condemning him for opposing its NATO membership as one of his eight promises. Likewise, ties with the EU might once again become strained too, though nowhere near as much as they were when the conservatives also controlled the premiership. The same goes for Germany since conservative opposition leader Jaroslaw Kaczynski believes that Tusk is a literal “German agent”.

Mais de 5 mil brasileiros terão que deixar Portugal; Deysi e Trindade comentam

O governo de Portugal informou que vai notificar quase 34 mil pessoas que tiveram pedidos de residência negados para deixar o país voluntariamente ou à força.

Segundo informações, mais de 5 mil brasileiros fazem parte do grupo.

Deysi Cioccari e José Maria Trindade comentaram.

#JovemPan #JornalDaManhã, 3-6-2025

[Livros & Leituras] Homeopatia – Uma medicina alternativa

Cristina Pombo, Edições Parténon, Lisboa, outubro de 2018, 106 páginas.


A Homeopatia é uma medicina alternativa ainda não completamente regulamentada em Portugal, enquanto no Reino Unido é comparticipada pelo Serviço Nacional de Saúde desde os anos 40. Num país onde não há tradição alternativa na saúde, o seu nível de ensino é igualmente deficiente e desadequado. 

A maior parte das pessoas desconhece o que é a Homeopatia, ou julga que se trata de mezinhas, chazinhos ou suplementos para resolver pequenos males de saúde. Muitos consideram que não tem qualquer eficácia e pensam que algumas melhoras que se produzam com o seu uso se devem a efeito placebo. 

Por todas estas razões e muito mais, este livro procura informar de modo simples, acerca de uma forma de medicina que tem ajudado milhões ao longo dos últimos 3 séculos e que apenas deixou de ser usada pelo boom da química, com todas as repercussões que isso tem trazido para a saúde global das populações. 

Cristina Pombo é licenciada em Ciências Farmacêuticas pela UCL, naturopata e especialista em Homeopatia pela International Academy of Classical Homeopathy. Tem repartido os últimos 12 anos da sua vida entre Lisboa e o Reino Unido e dedica-se fundamentalmente à prática clínica e ao ensino da Homeopatia.

‘Jaé’: Prefeitura do Rio fecha acordo e confirma início da migração em julho

A transição para o Jaé será feita em etapas, com 70% dos usuários migrando no início de julho

Victor Serra

Depois de meses de impasse e adiamentos, a Prefeitura do Rio finalmente dá um passo concreto para implementar o sistema municipal de bilhetagem. A novela envolvendo o Jaé — o substituto do Riocard — ganhou um novo desfecho nesta segunda (2/6), com a assinatura do acordo entre as empresas Billing Pay Autopass, que estavam em disputa pelo controle da operação.

Segundo informações do portal Tempo Real, pelo acerto, as duas passam a atuar juntas. A Autopass será a proprietária da CBD Bilhete Digital, enquanto a Billing Pay, que já operava a tecnologia do sistema, continua com essa responsabilidade. A costura foi fechada a menos de um mês da data anunciada para o início da transição oficial: 1º de julho.

Transição para o Jaé será em etapas

Segundo a Prefeitura, a mudança para o Jaé será feita em etapas. Cerca de 70% dos usuários — especialmente os que utilizam o Bilhete Único Carioca — migrarão logo no início do mês. Já os passageiros que usam cartões avulsos ou o Bilhete Único Intermunicipal só entrarão na nova fase depois, em um cronograma ainda não divulgado. Isso porque o governo estadual ainda não assinou o convênio necessário para a integração com trens, metrô e barcas.

A implementação do Jaé deveria ter sido concluída em julho de 2024, mas a promessa foi adiada quatro vezes. Em janeiro deste ano, o prefeito Eduardo Paes anunciou o novo prazo, justificando a demora pela ausência de integração com o sistema estadual e pelas mudanças internas nas empresas envolvidas.

Saiba por que o Vasco antecipou o fim do contrato de Payet

De saída do Vasco da Gama, Payet teve seu vínculo rescindido e não veste mais a camisa do Gigante da Colina

Altair Alves

Dimitri Payet está de saída do Vasco. Como revelou o CEO Carlos Amodeo na segunda-feira, o clube tem conversas com representantes do jogador para uma rescisão imediata, antecipando o fim do seu contrato (que a princípio vai até 31 de julho). 

Foto: Matheus Lima/Vasco da Gama

O desinteresse do Vasco em renovar o contrato de Payet não é novidade. O clube chegou a abrir conversas para debater uma possível renovação no início do ano, contanto que o jogador aceitasse diluir o que tinha para receber de salário nos meses que seriam acrescentados ao vínculo. Mas as atuações apagadas do meia nas poucas vezes em que foi a campo na temporada esfriaram qualquer possibilidade de que isso saísse do papel.

Este ano, Payet disputou 17 jogos, apenas quatro como titular. Deu três assistências, mas não fez gols. Ele não vai a campo desde o dia 15 de abril porque se recupera de uma lesão no joelho e recentemente foi liberado dos treinos para viajar à França “por questões particulares”.

No Vasco, a conclusão desde o início da temporada é de que Payet não entrega em campo o equivalente ao que recebe: ele tem o segundo maior salário do elenco (atrás apenas de Philippe Coutinho) e recebe mensalmente algo em torno de R$ 1,3 milhão. A rescisão do contrato do meia foi tema de discussão interna ainda no fim do ano passado, por exemplo.

[Aparecido rasga o verbo] Introspecção

Aparecido Raimundo de Souza

Meu ser:
— Vou confessar-te agora
a distância me apavora
sinto-me mal sem amor;
sem carinho, sem ternura...
caminho na desventura
duma senda de amargor...


sou barco vagando ao leu
nas ondas deste escarcéu
que se acercam de mim...
estou quase soçobrando
triste batel esperando
chegar, afinal, meu fim...

— Marinheiro sem guarida
tão só, ilha perdida;
sou proscrito de amor...
sente sede de afeto
este vil e pobre feto
neste mar de amargor.

E, quem eu não queria
que fizesse companhia
junto ao meu coração,
antes da sua estada,
deu seu nome na entrada:
—Eu me chamo “SOLIDÃO”.

SOLIDÃO (Soltando a voz):
— Eu trouxe também comigo
alguém pra ficar contigo
com quem terás amizade;
vai falar-te no passado
do que tenhas mais gostado
Seu nome é “SAUDADE...”

O alvo não é o crime. O alvo é a sua voz

Claudia Wild

Qualquer besta quadrada ou quem tem QI acima de 75, sabe que o Brasil tem lei de sobra para punir excessos na internet. Tem o código penal, tem o código civil e mais um amontoado enorme de leis hábeis e suficientes para coibirem excessos ou crimes cometidos digitalmente. Mas o que está em jogo não é isso, mas a sanha da censura política. É calar você que reclama ou denuncia um político ou um funcionário público.

O alvo não é o crime. O alvo é a sua voz. Na caracterização do tal “discurso de ódio”, ou seja, tudo aquilo que não cabe na narrativa canhota, caberá qualquer matéria ou porcaria. O governo e seus agentes querem poder discricionário para calarem imediatamente todos seus críticos, sem processo e sem contraditório. É o velho despotismo disfarçado de “recivilização”. Resumindo: é isso. 🤡

Título e Texto: Claudia Wild, X, 2-6-2025, 21h07

[Livros & Leituras] Glórias e Desaires da História Militar de Portugal

Abílio Pires Lousada, Editorial Presença, Barcarena, 1ª edição: novembro de 2018. 350 páginas. 

Neste livro conhecemos gente corajosa que em nome da pátria levantou a espada.

Debruçamo-nos sobre planos militares que nunca deveriam ter saído do papel e que levaram à derrota dos nossos exércitos. Engenhos inovadores que marcaram diferença no campo de batalha, e aplaudimos grandes líderes que graças à sua visão conseguiram conquistas extraordinárias.

Abílio Pires Lousada, historiador militar e mestre em estratégia, traz-nos um livro empolgante em que ficamos a conhecer as glórias e os desaires dos principais acontecimentos da História Militar de Portugal. De São Mamede ao 25 de abril de 1974, passando pelo feito de Ourique e a conquista de Ceuta, o cerco de Lisboa e o domínio do Índico, a glória de Aljubarrota e a tragédia de Alcácer-Quibir, a captura de Gungunhana ou o desaire de La Lys, este livro traz-nos o retrato de 31 batalhas que fizeram a nossa nação. 

« (…)

Está escrito com uma linguagem jornalística, fluída e atraente, humilde e despojada de elitismos e das sempre incómodas notas de rodapé. 

Os capítulos têm relação direta com a assunção de uma matriz conceptual que traça inovadoras áreas temáticas, nas quais inserem depois os 31 episódios. Destaco então os nove capítulos, particularmente interessantes: Nação Valente; Arte e Engenho; Surpresas Táticas; Esquemas e Estratagemas; Atos de Bravura; Planos Mal Medidos; Azar dos Azares; Feitos e Propaganda; Quarteladas no Século XX. 

O livro permite uma leitura discricionária, típica dos curiosos da história ou do cidadão comum, mas simultaneamente cronológica se assim o desejar o leitor, que nunca fica defraudado, dado que cada episódio tem um enquadramento resumido a montante de uma história sempre bem contada e sempre bem sustentada cientificamente. 

segunda-feira, 2 de junho de 2025

Nem tudo está perdido! A ABJ e o 247 contra o Globo e a favor da Liberdade de Expressão

Globo tenta constranger STF a derrubar o Artigo 19, que garante a liberdade de expressão na internet

ABJ 

Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

Pressão do jornal carioca ameaça o futuro do jornalismo online e pode restabelecer o controle do discurso político que a Globo exerceu por décadas.

Em editorial publicado nesta segunda-feira, 2 de junho, o jornal O Globo tenta pressionar o Supremo Tribunal Federal (STF) a derrubar o Artigo 19 do Marco Civil da Internet, uma das principais garantias da liberdade de expressão nas redes sociais. Ao retratar a internet como uma “terra sem lei” e defender a responsabilização imediata das plataformas por conteúdos de terceiros, o grupo Globo, na prática, ataca o ambiente que hoje permite a existência do jornalismo independente, plural e democrático no Brasil.

“No lugar do artigo 19, deve ser estabelecido um sistema de retirada do conteúdo do ar mediante notificação das partes afetadas, conhecido como ‘notice and take down’”, diz o texto do Globo. O editorial desconsidera que o Artigo 19 não impede a responsabilização de crimes cometidos online, tampouco transforma a internet em um espaço impune. A legislação atual determina que conteúdos só devem ser removidos mediante decisão judicial — um critério que protege tanto o direito de expressão quanto o devido processo legal. Ignorar isso é propor a volta da censura privada, com plataformas eliminando conteúdos por medo de processos, sufocando o debate público e o jornalismo crítico.

Sempre se certifique que a porta esteja fechada

 Se essa moda pega...

Título, Texto e Vídeo: Luciano Hang, X, 1-6-2025

A regulação das redes e o controle externo do STF

Claudio Dantas

Foto: Fellipe Sampaio/STF

Luís Roberto Barroso pautou para a quarta-feira 4, no plenário do Supremo Tribunal Federal, o julgamento que pode tornar inconstitucional o artigo 19 do Marco Civil da Internet e oficializar a censura online no Brasil. Em seu voto, proferido antes do pedido de vista de André Mendonça, o presidente do STF  defendeu o que chamou de “dever de cuidado” das big techs.

Caso se confirme a tese de Barroso — e tudo indica que se confirmará –, as plataformas passarão a ser obrigadas a retirar do ar, bastando uma notificação extrajudicial, qualquer conteúdo considerado ilegal, como ‘ataques à democracia, desinformação, incitação à violência contra grupos específicos, entre outras’.

Na prática, poderão ser alvos todos aqueles cidadãos não alinhados ao atual sistema de poder.

Tem sido assim desde a abertura, por Dias Toffoli, do inquérito 4871, o AI-5 da Juristocracia. Relator de um dos recursos que estão sendo apreciados conjuntamente pelo STF, o ministro alega ser inconstitucional a exigência de ordem judicial para a retirada de conteúdo. Nenhuma surpresa.

No ‘inquérito geral’, aberto de ofício com base num artigo do regimento interno do STF, já caíram jornalistas que ousaram publicar matérias constrangedoras para ministros do STF (inclusive, o próprio Dias Toffoli), auditores da Receita que ousaram investigar ministros do STF (idem), políticos que ousaram criticar ministros do STF, entre outros.

No ‘inquérito geral’, o STF interpreta qualquer ofensa, xingamento ou crítica frontal a seus ministros como um ataque à democracia. Qualquer piada ou dissenso vira homofobia ou racismo. O uso de figuras de linguagem, como provou Aldo Rebelo recentemente, podem levar à prisão.

O ‘inquérito geral’ usa o conceito abstrato de desinformação para silenciar qualquer informação incômoda. Aberto há mais 6 anos, é como uma chaga que não cicatriza, a ferida aberta impingida pelos ministros do Supremo à democracia. Com a declaração de inconstitucionalidade do artigo 19, o STF talvez encerre o inquérito 4871, pois já dele não precisará para simular a imposição de seu projeto autoritário.

O silêncio forçado dos presos do 8 de janeiro


Gazeta do Povo

Impedidos de falar com a imprensa, de acessar as redes sociais, de receber visitas de amigos e conhecidos, forçados a não poder contar sua própria história, excluídos do debate público, condenados à morte social. O silenciamento forçado imposto por determinação do ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, tem sido a realidade dos presos do 8 de janeiro – mesmo daqueles que cumprem prisão domiciliar ou que sequer passaram por julgamento. Qual seria a lógica distorcida capaz de justificar tal medida? Apenas um desprezo absoluto pelo princípio fundamental da liberdade de expressão, garantido na Constituição brasileira e na legislação internacional, poderia justificar tal arbitrariedade. 

Impor o silêncio a quem quer que seja, mesmo no caso de presos, é de uma crueldade atroz – não há previsão de uma pena assim na nossa legislação. Para que a Justiça estabeleça uma medida dessa gravidade, seria preciso demonstrar que uma entrevista a um veículo de comunicação ou o acesso às redes sociais poderia representar uma ameaça à ordem interna da prisão ou à ordem pública – e, as decisões do ministro Alexandre de Moraes que impõem tais restrições aos presos do 8 de janeiro, não trazem essa fundamentação. Pelo contrário: várias das ordens judiciais dirigidas aos diferentes presos são genéricas, repetindo os mesmos textos e determinações, sem individualizar as motivações para as medidas impostas. 

Proibir os presos do 8 de janeiro de dar entrevistas ou acessarem as redes sociais é um arbítrio tão flagrante ao ordenamento jurídico – e também ao bom senso – que causa espanto o quase absoluto silêncio da sociedade e das entidades que deveriam atuar pela salvaguarda dos direitos fundamentais de todos os cidadãos

Um exemplo é Filipe Martins, ex-assessor da Presidência durante o mandato de Jair Bolsonaro, em prisão domiciliar desde agosto de 2024, proibido por Moraes de dar entrevistas “a qualquer meio de comunicação, incluindo jornais, revistas, portais de notícias, sites, blogs, podcasts e outros, sejam eles nacionais ou internacionais”, salvo expressa autorização do STF. Também consta a proibição ao uso de redes sociais. A Gazeta do Povo tem protocolado, há meses e sem sucesso, pedidos formais ao Supremo para entrevistar Martins e outros presos, mas a Corte, até o momento, não respondeu nenhum deles. 

domingo, 1 de junho de 2025

A aula de Direito que Moraes levou do Departamento de Justiça americano

Claudio Dantas

A carta que o Departamento de Justiça americano enviou a Alexandre de Moraes é humilhante, por ser tecnicamente perfeita. Não agride na forma, mas no conteúdo. Transforma o ministro do Supremo brasileiro num mau estagiário de direito que comete erros básicos e injustificáveis. Deve servir de desestímulo a novas manifestações de apoio ao ministro por parte da OAB, de associações de magistrados e faculdades de direito que se deem respeito. 

Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

O posicionamento americano se deu no caso da Rumble, alvo de três ordens ilegais do ministro, um mandado de citação imprestável e uma decisão ridícula.

“Esses documentos judiciais, de acordo com as traduções fornecidas pelos advogados da Rumble, ordenam à Rumble, uma corporação organizada sob as leis de Delaware, um estado dos EUA, com sede principal nos Estados Unidos, bloquear contas associadas a uma pessoa identificada na plataforma de mídia social da Rumble, suspender a transferência de pagamentos para essa pessoa, e fornecer ao Tribunal Brasileiro informações sobre transferências de pagamentos previamente efetuadas para essa pessoa.”

O alvo de Moraes é Allan dos Santos, outra de suas obsessões — além de Daniel Silveira e Filipe Martins. O jornalista é residente nos Estados Unidos, fugido da perseguição alexandrina. “Essas supostas determinações à Rumble são feitas sob ameaça de sanções monetárias e outras penalidades”, diz o órgão. O uso do termo “supostas” é deliberado para indicar seu vazio normativo.

Determinações desamparadas da norma não são ordens judiciais; talvez desejo mau expressado. 

“Não nos posicionamos quanto à aplicabilidade das várias ordens e demais documentos judiciais que ordenam que a Rumble atue dentro do território brasileiro, o que é uma questão de direito brasileiro. No entanto, na medida em que esses documentos ordenam que a Rumble realize ações específicas nos Estados Unidos, respeitosamente informamos que tais determinações não são ordens judiciais exequíveis nos Estados Unidos.”

Marina na jaula dos leões

As grosserias contra a ministra do Meio Ambiente foram nojentas e indesculpáveis — mas daí a tratá-la como vítima indefesa do machismo vai uma distância enorme

Arte: Paulo Márcio
Nuno Vasconcellos

Antes de tudo, é bom deixar claro que esta coluna condena com veemência todo e qualquer ato de misoginia ou de desrespeito à presença feminina nos principais cargos de liderança no país. Em mais de um momento, nossa voz se uniu à de mulheres que, uma vez à frente de órgãos públicos importantes, tiveram seu desempenho criticado mais por questões relacionadas a seu sexo e seu gênero do que pela competência, eficiência e qualidade de seu trabalho. Qualquer barreira que se imponha ao poder feminino nesta altura do século 21 é nojenta, deve ser criticada e demolida. Ponto final!

Com a mesma veemência com que condena a misoginia e o preconceito, a coluna também condena o uso da condição feminina como escudo diante de qualquer crítica que possa ser feita às mulheres que escalam degraus e chegam a cargos importantes na carreira. Como os homens que ocupam postos de visibilidade na administração, privada ou pública, as mulheres estão sujeitas a erros e acertos. Sendo assim, estão expostas à avaliação do público e precisam encarar os elogios e as críticas como resultado de sua atuação — e não de sua condição feminina.

É com esse olhar que devem ser consideradas a presença e as atitudes da ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, na Comissão de Infraestrutura do Senado, na terça-feira passada. O que aconteceu ali foi um espetáculo lamentável — do primeiro ao último minuto. Mas levar o debate para o lado do sexismo ou do preconceito, como vem acontecendo, é um erro que prejudica a melhor compreensão dos fatos.

Vasco perde para o Bragantino em São Januário pelo Brasileiro

O Vasco da Gama perdeu para o Bragantino pelo placar de 2x0 na noite deste sábado, pela 11ª rodada do Brasileiro

França Fernandes

Caiu a invencibilidade do Vasco em São Januário. O Red Bull Bragantino visitou o cruzmaltino na noite deste sábado, venceu por 2 a 0 e assumiu a liderança provisória do Campeonato Brasileiro no começo de 11ª rodada.

Foto: Thiago Ribeiro/AGIF

Guilherme Lopes e Isidro Pitta fizeram os gols que levaram o Massa Bruta aos 23 pontos, um a mais que o Palmeiras, que visita o Cruzeiro neste domingo. Já o Vasco estaciona nos 10 pontos e pode entrar na zona de rebaixamento dependendo do andamento da rodada.

Primeiro Tempo

As duas equipes ainda estavam tentando entender o jogo e o Bragantino abriu o marcador com 1 minuto e 32 segundos. Jhon Jhon cobrou escanteio, Isidro Pitta desviou e Guilherme Lopes escorou para o fundo da rede. É o gol mais rápido do Campeonato Brasileiro até aqui.

Mesmo com o gol o Bragantino seguia marcando forte e dificultando o jogo do Vasco. Tanto que quase ampliou aos 10 minutos, quando Jhon Jhon chutou de fora da área, assustando o goleiro Léo Jardim.

No minuto seguinte, após cruzamento de Paulo Henrique, o PH, a bola bateu em Rayan e sobrou limpa para o goleiro Cleiton. O arqueiro do time paulista, por sinal, evitou o gol de empate aos 16, quando Rayan recebeu na área e chutou com violência.

O Vasco ainda tentava se equilibrar quando o Bragantino chegou ao segundo gol aos 33 minutos. Vinicinho recebeu pela direita e cruzou, Isidro Pitta dominou no peito dentro da área e fuzilou o goleiro vascaíno.

[As danações de Carina] Todos esses ‘anônimos’ merecem ser lembrados

Carina Bratt 

OS TEXTOS que abaixo seguem, não são de autores renomados, como Mario Quintana, Fernando Pessoa, Aníbal Beça, Olavo Bilac, Aparício Fernandes, ou Gonçalves Dias. Menos ainda vieram da alma em festa de Luiz Vaz de Camões, Auta de Souza, Raul de Leoni e Machado de Assis.  

Passaram longe dos imaginosos e imortais Vinícius de Moraes, Pablo Neruda, Carlos Drummond de Andrade, Adélia Prado, Manuel Bandeira e Luiz Fernando Veríssimo.  Sequer chegaram perto de Charles Chaplin, Cecília Meireles, Cora Coralina e João Cabral de Melo Neto. 

Acredito nunca terem tomado conhecimento de Willian Shakespeare, Casimiro de Abreu, Ferreira Gullar, Claudio Manoel da Costa, Patativa de Assaré, Ana Cristina Cézar, Hilda Hilst, Raimundo Correia, Humberto de Campos e Fagundes Varela. 

Foram criaturas que nasceram viveram e morreram no esquecimento. Nunca saíram no ‘anonimato,’ tampouco tiveram o prazer de ter ou ver um livro publicado. Em tempo algum se tornaram alvos das luzes dos holofotes. 

Até onde sei, esses ‘esquecidos ilustres’ não galgaram a honra de ver seus nomes figurando em calçadas da fama, ou no pior dos mundos; seus patronímicos citados em textos de literatos conhecidos mundialmente. 

Minhas ‘Danações’ de hoje prestam essa singela homenagem a esses seres maravilhosos, que mesmo à margem da fama, indo e vindo em ruas e avenidas sem uma réstia de luz sobre seus rostos, partiram desconhecidos e abandonados. Contudo, deixaram um legado importante para todos nós. Vamos conferir?  

Você ontem me falou
que não anda, não passeia,
como é que hoje cedinho
eu vi seu rosto na areia?

Já fui galo, já cantei,
já fui dono de terreiro.
Não me importo que outros cantem
Onde eu já cantei primeiro.