Aparecido Raimundo de Souza
Transcreveremos, abaixo, a
carta da atriz e escritora CIBELE DORSA, nossa amiga, que resolveu, de repente,
virar estrela. Minha linda, onde você estiver agora, esperemos de coração, que
fique bem e continue em PAZ!
À guisa de explicação:
A atriz e escritora Cibele
Dorsa, aos 36 anos escreveu vários textos antes de cair (ou melhor, de se
jogar) do sétimo andar do Edifício Real Parque, onde morava, no Morumbi, zona
Sul de São Paulo, na madrugada do dia 26 de março de 2011, ou seja, há seis anos
passados.
Em um trecho da carta, ela
deixou uma mensagem para o amado, Gilberto Scarpa, que morreu dois meses antes,
ou mais precisamente no dia 30 de janeiro, caindo do mesmo local. Leiam,
abaixo, senhoras e senhores, trechos dessa carta escrita por ela, onde a nossa
jovem amiga fala do amor pelo namorado morto e, o mais intrigante, de sua dor
pela perda. Ela menciona o pai de Viviane, sua filha de oito anos, do casamento
com o cavaleiro Álvaro Affonso de Miranda Neto, o Doda, que atualmente é casado
com a bilionária grega Athina Onassis.
Dorsa é autora do livro “5:00
horas”, publicado pela Editora Saraiva, onde conta, em detalhes, o acidente que
sofreu e quase a levou a óbito, depois de ficar por quase um mês
internada.
O texto:
“... Viver sem o Gilberto é para
mim uma sobrevida desumana. De todos os homens que passaram por mim quem me fez
mais mal foi sem dúvida alguma, o Doda, pai da filha que nem mais contato pude
ter, e quem mais me fez bem, em vida, foi o Gilberto. Viver sem meus dois
filhos e sem o amor da minha vida me dilacera por inteiro, é como se eu
estivesse acordada passando por uma cirurgia cardíaca, sinto meu coração sendo
cortado, um bisturi elétrico que não para nunca. Não aguento mais chorar,
quando não estou soluçando de tanto chorar, fico com lágrimas calmas, mas, elas
não cessam, nunca! Não aguento mais viver, ou melhor, sobreviver. A comida não
desce, sinto um nó na garganta, estou ficando cada dia mais magra, sinto minha
pele se descolando do meu corpo. (…) Minha cabeça não consegue pesar menos que
10 toneladas, eu não tenho mais paz, a cena da morte do meu amor me atropela
constantemente, lembro do corpo do Gilberto no meio da rua, mas, os olhos
estavam abertos e eu achei que ele pudesse me ouvir… Falei muito com ele acho
que ele deve ter ouvido, mas, falei tarde demais. Eu disse que me casaria, que
teria o filho, que ele não poderia morrer, molhei o rosto dele de tantas
lágrimas e, nada de conseguir que ele se salvasse. (…) Estou sofrendo mais dor
agora do que quando sofri o acidente de carro. Agora não tem morfina, não tem
nada que acalme essa dor, nada que faça parar essa sensação de perfuração no
meu peito. Ainda por cima, o Doda parece nunca cansar de me humilhar, ele não
se satisfará nunca mesmo. É o pior homem que já conheci em minha vida, um lobo
em pele de cordeiro...”
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Cibele Dorsa |
À sua família:
“... Mãe, Carla, Tio, Pai e
Bruna, Maciel e Dantino, me perdoem… Não deu, tentei por quase dois meses, mas,
a dor é infernal. Estou indo em paz e feliz de estar me retirando, não se
preocupem, tenho certeza que Deus entende quem morre por amor. Não estou
obsidiada, estou muito ciente do que estou fazendo, minha vida se tornou uma
mentira, e, vocês sabem, eu sempre optei pela verdade...”
Ao Doda:
“... Doda, que um dia Deus te
perdoe pelo que você fez e faz comigo, com a Athina e com as crianças, tente
ser alguém melhor, tenho pena da Athina... Essa nunca vai conhecer um homem de
verdade, um amor. Eu sofro agora, no entanto, fui plenamente feliz ao lado do
Gilberto, homem de verdade, que mostra a cara, que não mente, não dissimula, e,
assim ele foi até o final. Ele pulou do prédio por vergonha de ter sido vencido
pelas drogas… Uma pena. Quem devia se matar não se mata…”
Aos seus dois filhos:
“... Perdoem a mamãe, mas, a
solidão é uma prisão terrível, é como se eu estivesse trancada dentro de mim
mesma, estou cansada, sinto muito a falta de vocês, mas, confesso que com o
Gilberto aqui era mais fácil suportar, eu o amo muito, não sei nem como posso
continuar… Aqui em casa ficou frio, me sinto fora do meu corpo às vezes, e,
isso me dá uma pausa na dor, só que depois volta em dose mais pesada. Faz
algumas semanas que sinto uma leveza no corpo, como se eu estivesse já com um
pouco de ausência do mundo terreno. (…) Amo vocês e estarei olhando vocês (…)
meu sonho é encontrar o Gilberto em Aruanda e virar guia espiritual. Vivi ainda
vamos nos encontrar em outras vidas, nunca te abandonei, seu pai fez um plano
milionário para tirá-la de mim, não tive saída. Fé, idem… Vou estar torcendo
por você no futebol, na realização de seus sonhos... O inacabado, o
interrompido tem que ter um fim...”
Para seu noivo Gilberto que
cometeu suicídio antes dela:
“... Meu amor Gilberto, vou te
encontrar esteja onde você estiver no plano espiritual tenho chances de te ver,
a famosa esperança, aqui, não. Senti você e ouvi sua voz inconfundível me
pedindo o vídeo e já está no ar. Te amo meu amor, quero correr para os seus
braços. Somo o Romeu e Julieta do mundo pós-moderno. Vamos continuar criando,
quero ao seu lado dar aulas de teatro para crianças aí no plano espiritual. Vou
cuidar delas como gostaria de ter cuidado da minha Vivi… Eu sempre te disse
para não copiar autores famosos. Para criar e você criou! Mas, eu te copio com
o maior prazer… Vou também em frente com dois anéis até o fim, tu és foi… Minha
vertigem, meu oásis, minha eterna paixão...”
Para seu sepultamento:
“... QUERO SER ENTERRADA NO
MESMO JAZIGO DO Gilberto. Não usei nenhuma droga, apenas calmantes e o
antietanol… Por favor, quero ser velada em São Paulo e enterrada no mesmo
jazigo do Gilberto. Quero meu caixão em cima do dele...”.
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QUE REPUBLICA NOSSOS TEXTOS, POR QUALQUER MOTIVO QUE SEJA, VIEREM A SER
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(COMO OS DEMAIS QUE FOREM PRODUZIDOS), SERÁ PANFLETADO E DISTRIBUÍDO NAS
SINALEIRAS, ALÉM DE INCLUÍ-LO EM NOSSO PRÓXIMO LIVRO “LINHAS MALDITAS” VOLUME
3.
Título e texto: Aparecido Raimundo de Souza, jornalista. De São
Paulo – Capital. 28-3-2017
Colunas anteriores:
Divórcio milionário de Doda Miranda e Athina Onassis chega aos tribunais brasileiros
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