domingo, 26 de março de 2017

[Aparecido rasga o verbo] Latifúndio medieval

Aparecido Raimundo de Souza

Aqui estamos nós, senhoras e senhores, nessa merda que os conhecedores e entendedores de boa música chamam de “Festival Lollapalooza”. Teríamos um nome mais adequado, tipo “Festianimal Loccapavorooza”.  Infelizmente, as pessoas, de um modo geral, não têm ouvido apurado e preferem ouvir barulho.

O brasileiro, aliás, além de não ter bom ouvido, igualmente não tem memória. O que é pior, não tem vergonha. A prova é que em anos eleitoreiros, perde o caráter, o bom senso, a dignidade, e vota no primeiro filho da puta que tem cara bonita e fala português correto.

Depois vêm as reclamações, as greves, os ajuntamentos desenfreados que chamam de passeatas ou manifestações, onde, na verdade, as intenções não são outras, senão a de atrapalharem quem realmente quer trabalhar (e precisa). Sem falar nas palavras de desordem, que sequer sabem qual o verdadeiro sentido ou significado.

No fundo, senhoras e senhores, esses bárbaros (geração coca cola), ou “carne fraca”, agora em moda, são tão tarados e apegados às suas imbecilidades interiores, que se entregam, de corpo e alma às sandices e insensatezes e, com elas, passam a conviver até o dia do derradeiro suspiro.

Vemos aqui reunidos, em torno de enormes palcos, uma multidão a se perder de vista. Na maioria, jovens adolescentes, variando a idade entre os quinze e dezoito anos.

Claro que temos também senhoras e senhores. Jovens. Contudo, prevalece aquela linhagem dos moleques e garotas, meninos e meninas que, deslumbrados pelos “artistas” que vão se apresentar (artistas??!!) se agrupam, se associam, se irmanam como cupins inocentes diante de possantes lâmpadas assassinas.

Em outras palavras, uma imensa aglomeração de pervertidos sem eira nem beira, nas mãos de uma minoria que enche os bolsos às expensas de desvairados e lunáticos paranoicos.

Festianimal Loccapallooza, por ser em Interlagos, nos remete àquele vagabundo ex-ministro Toninho Pallocci que, comentam por debaixo dos panos, comprou um dos carros que pertenceram ao piloto Ayrton Senna, para servir de enfeite em seu apartamentinho de pobre num bairro humilde aqui em São Paulo.


O loft era tão pequeno, tão minúsculo, que o Paloççi (ou Palhaçço) precisou remover a sua cama do quarto principal e colocar no dormitório junto com o porteiro do prédio.

Enquanto um dava um duro desgraçado e dormia o sono dos justos, o outro cuidava de receber propina da empreiteira Odebrecht para interferir em decisões tomadas pelo desgoverno “fedemal”. Tanto é verdade, que realmente, fedeu.

Paloccis e palhaços de lado, vamos curtir a palhaççada do Festival. Por aqui já passaram o rapper Criolo, Cage the Elephant e Bruna Marquezine [foto], que ao chegar no autódromo, fez mais sucesso que Glass Animals.

Foto: Thiago Duran/AgNews
É essa a geração de otários e manés, que exibem vocabulários esdrúxulos, chapéus e bonés esquisitos, pernas, braços, costas, caras e bundas tatuadas que nos representará amanhã, no “SenNado”, na “Câmarará”, na “Suplema Curte” e, quem sabe até na cadeira de “maunistro” e “presidoente”.

No geral, amadas e amados, uma descendência de cabeças ocas e nada no rabo de bosta consistente, para cagar e feder, em nossos narizes, de maneira mais amena e menos fedorenta.    


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Título e texto: Aparecido Raimundo de Souza, jornalista. De Interlagos, São Paulo – diretamente do “Lollapalooza”, 26-3-2017

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3 comentários:

  1. Interessante, ontem mesmo no carro ouvindo Willie Nelson, pensava a mesma coisa. A musica soava bem aos meus ouvidos com sua melodia delicada.
    Ao contrário pensava enquanto isso o que as pessoas poderiam achar desses festivais de gritos de horror, música vagabunda sem pé nem cabeça e posicionamento à frente de um palco enlouquecido, onde se tirar o pé do chão não volta mais ao lugar.
    Parabéns pela sua crônica
    José Manuel

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  2. A MÚSICA É UMA DAS MAIS COMPLEXAS REALIZAÇÕES DA MATEMÁTICA.
    TODOS USAM A ESCALA DECIMAL.
    COMPUTADORES A BINÁRIA E A HEXADECIMAL CHAMADA WORD,ESCALA 32 CHAMADA DOUBLE WORD E A ESCALA 64 CHAMADA DE QUADRA WORD.
    A ESCALA MUSICAL É 12 CHAMADA DE CROMÁTICA QUE PODE TER MILHÕES DE COMBINAÇÕES HARMÔNICAS.
    PORÉM HÁ MILHÕES DE COMBINAÇÕES IMPOSSÍVEIS.
    MÚSICA É SEMPRE HARMÔNICA, UMA NOTA FORA DESSA HARMONIA É NOTADA.

    MÚSICA É SIMPLESMENTE MARAVILHOSA.

    AGORA...
    As batidas das baterias são complementos de compasso.
    BATERIA NÃO FAZ MÚSICA, FAZ COMPASSOS.
    AS LETRAS DAS MÚSICAS É QUE AS TORNAM MAIS BELAS OU HORROROSAS.
    LETRAS SÃO COMPLEMENTOS.
    MÚSICA É SEMPRE MÚSICA.

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  3. Escrever, comentar, criticar, como crônica ou como um texto qualquer que seja, não é necessário ter uma "diarreia verbal", o universo das palavras é tão grande.
    Quando há comentários, me interesso pelo texto.
    A leitura, entretanto, tem que ser, em princípio, no mínimo um pouco agradável. Palavrões na euforia de comentar ou se expressar, não curto! Não sou careta não.
    Os jovens, mundialmente, frequentam estes shows musicais, isto não é só aqui no Brasil, a juventude é esta, é o futuro das Nações.
    Realmente, Música é Música, há todos os estilos.
    Heitor Volkart

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