Aparecido Raimundo de Souza
Em São Paulo, ou mais
precisamente, encostado à Estação Itaquera do metrô, a menos de trezentos
metros da arena Corinthians, um comerciante após ser saqueado em sua padaria
por três vezes consecutivas, pelos mesmos assaltantes, na derradeira vez em que
os larápios lá estiveram o cidadão se encheu de razão e resolveu ir atrás.
Após segui-los por algum
tempo, conseguiu, com seu carro, fechar o veículo dos ladrões. Um deles,
todavia, fugiu. O outro, a criatura encurralou ao lado de uma farmácia (perto
de um terreno vazio) e resolveu despachá-lo mais cedo para ver Papai do Céu.
Com passagem só de ida. Graças a Deus, saiu vencedor. Matou o desgraçado a
pedradas.
Foi preso, evidentemente,
quando compareceu à delegacia de polícia para registrar um Boletim de Ocorrência.
Idiotaaaaaa!!! Está respondendo, desde então, por dois crimes distintos. O
primeiro deles, pela burrice, pela imbecilidade. O segundo, por homicídio
qualificado. Em face das leis em vigor (por sinal, leis de merda, artigos de um
código penal que só defende os filhos da puta que têm dinheiro), o justiceiro,
nas palavras do doutor delegado, “não ofereceu meios de defesa ao meliante”.
O que esse comerciante
corajoso teve a hombridade de fazer, senhoras e senhores, é o que todo pai de
família que paga impostos, que presta contas ao infame do governo, deveria
fazer. Matar. Foi assaltado, mata. Teve sua casa arrombada, mata.
Só rogamos a esses corajosos,
que não se apresentem para nenhuma autoridade. Fujam, escapem do flagrante.
Levem em conta, um princípio básico e literalmente fundamental. NÃO TENDO
DINHEIRO, NÃO SENDO FAMOSO, NÃO SENDO POLÍTICO, fatalmente será preso e
processado.
Matou, esfolou, decapitou,
meus caros amigos, metam os pés na estrada. Fujam. Escafedam. Sumam como se
tivessem sido abduzidos. Havendo uma folguinha, e longe dos olhos da galera das
algemas, contratem um advogado e se apresentem. Atenção. Façam isso um mês ou
dois depois. Ai não haverá a maldita figura do FLAGRANTE...
Fugir do local às carreiras
sempre e se apresentar depois. É a única maneira honesta de responder ao crime
(crime??!!) artigo 121, caput, do Código Penal, em liberdade.
Tenham em mente, senhoras e
senhores, um detalhezinho importante. Vocês que são comerciantes, pais de
famílias, trabalhadores, professores, médicos, dentistas, engenheiros,
lixeiros, camelôs, não importa, desde que paguem seus impostos em dia e não têm
segurança, partam para o abraço.
Jamais esqueçam que a Justiça
não existe. Aliás, justiça, nesse país de bandidos e vagabundos, se traduz por
grana, por dinheiro, por bufunfa. Pelo faz-me rir. Se o amigo tiver os bolsos
cheios, se puder pagar, compra a preços módicos, qualquer figura que se
vanglorie de ser funcionário público.
Nessa linha, delegados se
ajoelharão a seus pés. Advogados, então, serão capazes de soltar os respectivos
rabicós sem baixarem as cuecas.
De roldão, no mesmo saco de
fezes, escrivães, estagiários (com destaque para estagiárias), juízes,
promotores, o diabo. O Brasil é o país das impunidades, a terra dos
sacripantas, dos espertalhões, dos enganadores do povo. Dos devoradores.
Em sendo assim, senhoras e
senhores, leis, justiça, código penal, essa logística toda se traduz por
dinheiro nos bolsos. E muito.
Dinheiro nos bolsos deles,
claro. A verdadeira justiça é essa. Quem pode mais, chora menos, ou na maioria
das vezes, nem derrama uma lágrima. Tendo carteira abarrotada, consegue manter
os “colarinhos brancos, os terninhos de grife, os sapatos último tipo” em ação,
com suas becas, capas pretas, códigos superados, discursos impecáveis,
tribunais cheios de babacas e um grande circo armado em derredor.
A verdadeira justiça é uma
puta tão vagabunda (tivemos oportunidade de dizer isso anteriormente em outro artigo),
tão impudica e depravada, tão vulgar e pervertida, que esconde a fuça numa
birosca, perdão, amados, não é birosca, é venda. ESCONDE A FUÇA NUMA VENDA.
Diríamos que ela é mais
decadente e pervertida que a personagem de João Ubaldo Ribeiro em seu famoso
livro “A Casa dos Budas Ditosos”. A
justiça, no dizer do dramaturgo francês, Eugene Brieux, “é gratuita, o que
custa o olho da cara são os meios de se chegar a ela”. Em razão disso, quando
vê dinheiro, solta a franga, abre as pernas, dá o rabo.
Por isso tem BBB. E por tudo
quanto é mais sagrado, não pensem que fazemos referência à putaria legalizada
da Globo conhecida como big brother brasil.
Surgiu uma brecha, matem.
Tenham em conta que segurança, só para os poderosos. Exército nas ruas, batedores,
polícia civil, polícia militar, polícia federal, guarda nacional, força
nacional, a puta que pariu, nesse Brasil, só para “paparicar” governadores,
presidentes, senadores, deputados, ministros e outras desgraças existentes. “Paparicar”, se faz emergencial que deixemos
sedimentado, não só no âmbito da latrina Epicentro, como, igualmente, quando
essas figuras vindas do inferno sentam suas bundas sujas em aviões pagos por
nós, e se deslocam para marcar presenças em outros Estados da fuderação. Mil
desculpas. Federação. Como um todo, como um todo, essa corja cancerígena só
presta para isso.
Mamar à custa de nosso sangue,
do nosso suor, do nosso trabalho, da nossa IMBECILIDADE. Principalmente da
nossa IMBELICIDADE. Somos, em verdade, um bando de imbecis. Os poderosos do
Planalto sabem disso, não é de hoje.
Por terem conhecimento dessa
nossa fraqueza, eles não têm outra função, outra finalidade, outra missão na
vida, ou outro ofício, a não ser nos ferrar com as cores da bandeira, de verde,
amarelo azul e branco. O resto, amadas e amados, em nome do slogan “Desordem e
retrocesso”, que se estrepe que se lasque kikiki... que se arrebente ou se
exploda. Vamos “viver sem medo de viver”, como leciona Max Lucado e, por
extensão, seguindo os ensinamentos de Paulo Buchsbaum “sem medo de matar”.
AVISO AOS NAVEGANTES:
SE O FACEBOOK, CÃO QUE FUMA, PARA LER E PENSAR OU OUTRO SITE
QUE REPUBLICA NOSSOS TEXTOS, POR QUALQUER MOTIVO QUE SEJA, VIEREM A SER
RETIRADOS DO AR, APAGADOS OU CENSURADOS PELAS REDES SOCIAIS, O PRESENTE ARTIGO
(COMO OS DEMAIS QUE FOREM PRODUZIDOS), SERÁ PANFLETADO E DISTRIBUÍDO NAS
SINALEIRAS, ALÉM DE INCLUÍ-LO EM NOSSO PRÓXIMO LIVRO “LINHAS MALDITAS” VOLUME
3.
Título
e texto: Aparecido Raimundo de Souza, jornalista. Do
Sítio ”Shangri-La” – Um lugar perdido no meio do nada. 24-3-2017
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