quarta-feira, 29 de março de 2017

[Atualidade em xeque] Terrorismo ideológico e social

José Manuel

Faleceu no dia 25 de março a turista argentina baleada em Santa Tereza quando ia passear no Cristo Redentor. Estava hospitalizada desde o carnaval, quando dentro do carro em que estavam, ela, o marido e mais um casal espanhol, foram tocaiados por criminosos fortemente armados.

No mesmo lugar, em dezembro, foi assassinado, provavelmente pelos mesmos criminosos, um turista italiano que dava a volta ao mundo em sua moto com um amigo, e que também se dirigia ao Cristo Redentor, um dos lugares mais visitados da cidade.

Um dia depois, 26 de março, mais um turista argentino foi baleado em um bar na zona sul do Rio de janeiro, vindo a falecer.

Como é que se chama isso aqui no Brasil? Genérica e hipocritamente, são usados pela mídia local termos tais como baleados pelos assaltantes, baleados pelos bandidos, pelos traficantes, por uma bala perdida, como se balas fossem passarinhos perdidos a voar nos céus, e a culpa claro, é sempre da bala, nunca do sistema.

Afirmo que não pode ser assim descrito, pois isso, a meu ver, é tão terrorismo quanto o último evento na ponte de Westminster. São iguais na forma e só não são no conteúdo. Na Europa ou EUA, ou Médio Oriente, o islamismo, por exemplo, tenta através de uma jihad estabelecer a religião de Allah. Mata-se por uma ideologia religiosa, para que se estabeleça a lei Islâmica (shari'ah) por Allah. E matam sem dó. Isso é terrorismo ideológico religioso.

Aqui no Brasil, quem mata, não sabe porque mata, apenas mata, e isso também é terrorismo, com outro nome, é social.

As cidades brasileiras têm estado aterrorizadas por um terrorismo boçal, que nem ideologia, nem religiosidade tem. É estúpido e intrauterino.

Vitória, Manaus, São Luiz, Natal, têm vivido num mundo terrorista nos últimos meses, com presidiários sendo degolados ou churrascados em seus presídios, fábricas de assassinos em série.

A cidade de Vitória teve este ano uma semana de Síria com todos os ingredientes picantes de uma guerra civil.

Os cariocas e paulistanos vivem aterrorizados, gradeados em suas casas ou prédios, indo para o trabalho na parte da manhã sem saber se estarão vivos à noite para voltar às suas casas, às suas famílias.
Isto não é terrorismo?

Dá-se ênfase demais ao terrorismo Islâmico, à turba muçulmana, levando-os a uma apoteose sem par na história moderna.

Fazem o marketing da morte. Provocam a ira da serpente, para vender notícias. E os resultados são conhecidos. Quando um terrorista muçulmano joga um caminhão contra a população em Nice, isso é terrorismo ideológico religioso.

Quando os cariocas têm noites insones com balas tracejantes "voando" entre morros e por cima dos seus prédios, das suas cabeças, isso chama-se terrorismo.

Quando do morro "descem" fortemente armados e obrigam os passageiros dos ônibus a saírem correndo para depois incendiá-los ou interditar ruas e rodovias, isso também é terrorismo.

Como é que se chama aqui no Brasil um domingo ensolarado na praia, com centenas praticando roubos em sequência na areia? Arrastão? Não, desculpem, mas isso tem nome, é terrorismo social.

Aqui, não fazem o mesmo tipo de marketing que se faz no exterior, sobre o terrorismo ideológico religioso, ao contrário, usam um silêncio conveniente para não expor o país, para não mostrar o quanto as entranhas do país estão podres socialmente.

O que será pior, a Shari'ah islâmica ou a politicalha brasileira?

Os dois, e os culpados por estarem acontecendo mortes nas áreas citadas são os países coniventes com as tragédias pois não passam de atores com as mesmas atitudes, ou seja, são apenas reativos.

Não conhecem a palavra prevenção, está fora de seus dicionários, culpam as tragédias pelas ideologias, os seus dogmas ou a carência social.

A prevenção, tanto nos terrorismos, sejam ideológicos, religiosos ou sociais, é igual. Chama-se inteligência, afinal, todos sabem de onde vêm as armas e qual o caminho que elas percorrem, aqui e no exterior, mas custa caro.

Acontece que o mundo mudou, a população triplicou nos últimos cinquenta anos, problemas políticos religiosos antigos afloraram, problemas sociais aumentaram e é preciso investir maciçamente em inteligência para que se preveja com muita antecedência e se faça a prevenção necessária aos atos criminosos.

É assim que se faz, caso contrário ainda vamos ter muitos turistas assassinados no Brasil, twin towers em Nova Iorque, Westminster bridge em Londres, e orla de Nice.
E a mídia que antes ganhava no escrito, agora ganha muito no virtual.

Título e Texto: José Manuel – para quem discordar é bom lembrar que no Brasil o terrorismo social mata mais do que o ideológico ou religioso ao redor do mundo. 29-3-2017

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