sexta-feira, 24 de março de 2017

[Aparecido rasga o verbo] Perfuração redonda na roda do carro de boi

Aparecido Raimundo de Souza

Em São Paulo, ou mais precisamente, encostado à Estação Itaquera do metrô, a menos de trezentos metros da arena Corinthians, um comerciante após ser saqueado em sua padaria por três vezes consecutivas, pelos mesmos assaltantes, na derradeira vez em que os larápios lá estiveram o cidadão se encheu de razão e resolveu ir atrás.

Após segui-los por algum tempo, conseguiu, com seu carro, fechar o veículo dos ladrões. Um deles, todavia, fugiu. O outro, a criatura encurralou ao lado de uma farmácia (perto de um terreno vazio) e resolveu despachá-lo mais cedo para ver Papai do Céu. Com passagem só de ida. Graças a Deus, saiu vencedor. Matou o desgraçado a pedradas. 

Foi preso, evidentemente, quando compareceu à delegacia de polícia para registrar um Boletim de Ocorrência. Idiotaaaaaa!!! Está respondendo, desde então, por dois crimes distintos. O primeiro deles, pela burrice, pela imbecilidade. O segundo, por homicídio qualificado. Em face das leis em vigor (por sinal, leis de merda, artigos de um código penal que só defende os filhos da puta que têm dinheiro), o justiceiro, nas palavras do doutor delegado, “não ofereceu meios de defesa ao meliante”.

O que esse comerciante corajoso teve a hombridade de fazer, senhoras e senhores, é o que todo pai de família que paga impostos, que presta contas ao infame do governo, deveria fazer. Matar. Foi assaltado, mata. Teve sua casa arrombada, mata.

Só rogamos a esses corajosos, que não se apresentem para nenhuma autoridade. Fujam, escapem do flagrante. Levem em conta, um princípio básico e literalmente fundamental. NÃO TENDO DINHEIRO, NÃO SENDO FAMOSO, NÃO SENDO POLÍTICO, fatalmente será preso e processado.

Matou, esfolou, decapitou, meus caros amigos, metam os pés na estrada. Fujam. Escafedam. Sumam como se tivessem sido abduzidos. Havendo uma folguinha, e longe dos olhos da galera das algemas, contratem um advogado e se apresentem. Atenção. Façam isso um mês ou dois depois. Ai não haverá a maldita figura do FLAGRANTE...

Fugir do local às carreiras sempre e se apresentar depois. É a única maneira honesta de responder ao crime (crime??!!) artigo 121, caput, do Código Penal, em liberdade.

Tenham em mente, senhoras e senhores, um detalhezinho importante. Vocês que são comerciantes, pais de famílias, trabalhadores, professores, médicos, dentistas, engenheiros, lixeiros, camelôs, não importa, desde que paguem seus impostos em dia e não têm segurança, partam para o abraço.

Jamais esqueçam que a Justiça não existe. Aliás, justiça, nesse país de bandidos e vagabundos, se traduz por grana, por dinheiro, por bufunfa. Pelo faz-me rir. Se o amigo tiver os bolsos cheios, se puder pagar, compra a preços módicos, qualquer figura que se vanglorie de ser funcionário público.

Nessa linha, delegados se ajoelharão a seus pés. Advogados, então, serão capazes de soltar os respectivos rabicós sem baixarem as cuecas.

De roldão, no mesmo saco de fezes, escrivães, estagiários (com destaque para estagiárias), juízes, promotores, o diabo. O Brasil é o país das impunidades, a terra dos sacripantas, dos espertalhões, dos enganadores do povo. Dos devoradores.

Em sendo assim, senhoras e senhores, leis, justiça, código penal, essa logística toda se traduz por dinheiro nos bolsos. E muito. 

Dinheiro nos bolsos deles, claro. A verdadeira justiça é essa. Quem pode mais, chora menos, ou na maioria das vezes, nem derrama uma lágrima. Tendo carteira abarrotada, consegue manter os “colarinhos brancos, os terninhos de grife, os sapatos último tipo” em ação, com suas becas, capas pretas, códigos superados, discursos impecáveis, tribunais cheios de babacas e um grande circo armado em derredor.

A verdadeira justiça é uma puta tão vagabunda (tivemos oportunidade de dizer isso anteriormente em outro artigo), tão impudica e depravada, tão vulgar e pervertida, que esconde a fuça numa birosca, perdão, amados, não é birosca, é venda.   ESCONDE A FUÇA NUMA VENDA.

Diríamos que ela é mais decadente e pervertida que a personagem de João Ubaldo Ribeiro em seu famoso livro “A Casa dos Budas Ditosos”.  A justiça, no dizer do dramaturgo francês, Eugene Brieux, “é gratuita, o que custa o olho da cara são os meios de se chegar a ela”. Em razão disso, quando vê dinheiro, solta a franga, abre as pernas, dá o rabo.

Por isso tem BBB. E por tudo quanto é mais sagrado, não pensem que fazemos referência à putaria legalizada da Globo conhecida como big brother brasil.

Surgiu uma brecha, matem. Tenham em conta que segurança, só para os poderosos. Exército nas ruas, batedores, polícia civil, polícia militar, polícia federal, guarda nacional, força nacional, a puta que pariu, nesse Brasil, só para “paparicar” governadores, presidentes, senadores, deputados, ministros e outras desgraças existentes.  “Paparicar”, se faz emergencial que deixemos sedimentado, não só no âmbito da latrina Epicentro, como, igualmente, quando essas figuras vindas do inferno sentam suas bundas sujas em aviões pagos por nós, e se deslocam para marcar presenças em outros Estados da fuderação. Mil desculpas. Federação. Como um todo, como um todo, essa corja cancerígena só presta para isso.

Mamar à custa de nosso sangue, do nosso suor, do nosso trabalho, da nossa IMBECILIDADE. Principalmente da nossa IMBELICIDADE. Somos, em verdade, um bando de imbecis. Os poderosos do Planalto sabem disso, não é de hoje.

Por terem conhecimento dessa nossa fraqueza, eles não têm outra função, outra finalidade, outra missão na vida, ou outro ofício, a não ser nos ferrar com as cores da bandeira, de verde, amarelo azul e branco. O resto, amadas e amados, em nome do slogan “Desordem e retrocesso”, que se estrepe que se lasque kikiki... que se arrebente ou se exploda. Vamos “viver sem medo de viver”, como leciona Max Lucado e, por extensão, seguindo os ensinamentos de Paulo Buchsbaum “sem medo de matar”.

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Título e texto: Aparecido Raimundo de Souza, jornalista. Do Sítio ”Shangri-La” – Um lugar perdido no meio do nada. 24-3-2017

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