Marcos Paulo Candeloro
Ah, a selva amazônica das
redes sociais brasileiras, um território tão perigoso que tanto o Supremo
Tribunal Federal (STF) quanto o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) se armaram
até os dentes com ordens de bloqueio de contas e remoção de postagens. O número
dessas ordens? Um mistério melhor guardado que a receita da caipirinha
perfeita!
Mas graças à generosidade
voyeurística dos nossos heróis da privacidade da Câmara dos Deputados dos
Estados Unidos, finalmente conseguimos uma “espiadinha” através dessa cortina
pesada. E sim, as revelações são tão suculentas quanto um churrasco no
fim de semana.
O alvo dessas curiosidades
legais é, ninguém menos que, Alexandre de Moraes, o verdadeiro Indiana Jones do
Judiciário tropical, combatendo bravamente entre processos mais secretos que os
arquivos da CIA. Documentos variam de 2021 até aquele fresquinho de 2024, que
mal saiu do forno.
A ironia não poderia ser mais
picante: tudo veio à luz graças ao X (antigo Twitter) de Elon Musk, cujos
embates com o TSE e STF poderiam muito bem ser roteiro de novela das oito. E
claro, com uma pitada de conspiração, sugere-se que não foi apenas um favor
desinteressado dos políticos americanos em divulgar essa montanha de papéis.
A cereja do bolo é o uso desses documentos controversos para pintar um quadro apocalíptico da liberdade de expressão sob a possível nova era Biden. Drama digno de Oscar, não?
Olhemos então para essas
ordens misteriosas que demandam o apagão de contas e postagens em tempo
recorde, sob ameaças de multas que fariam qualquer um pensar duas vezes antes
de publicar até mesmo uma receita de bolo. A demanda por sigilo? Um show à parte,
garantindo que o público jamais conheça o número exato de vozes silenciadas por
esse eficaz sistema judiciário-absurdo.
Mas espera, há mais! O Estado
censório brasileiro não tira férias, nem mesmo fora do período eleitoral,
graças à visão do TSE que a temporada de eleições é um evento contínuo – um
reality show sem fim.
As acusações? Vamos de ameaças
de golpe de Estado por postagens que provavelmente não fariam nem o mais
fervoroso ativista deixar o conforto do sofá. E enquanto isso, o STF bate o
martelo em decisões que variam do questionável ao risível, mostrando uma consistência
tão sólida quanto um pudim em dia de calor.
Nesse festival de
arbitrariedades, os admiráveis deputados americanos ganham o papel de
desmascaradores, mostrando que por trás das cortinas do segredo, a justiça
brasileira navega por águas tão turvas que nem mesmo o mais sábio dos juristas
poderia discernir entre o que é uma ameaça real e o que é apenas lero-lero
online.
E no fim das contas, estamos
mesmo debatendo sobre liberdade de expressão, ou apenas assistindo a uma peça
de teatro absurda, onde frases de efeito como “Liberdade de expressão não é
liberdade de agressão!” tentam se passar por uma política consistente?
Parece que a cortina ainda
esconde muito mais do que revela, e a ironia desse drama todo poderia muito bem
ser a próxima grande exportação brasileira. Afivelem os cintos, a novela
judiciária do Brasil promete ainda muitos capítulos.
Título e Texto: Marcos Paulo Candeloro, ContraCultura, 26-4-2024
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Estão acusando o presidente @ArthurLira_ de estar perseguindo o Nelipe Feto, depois que foi xingado pelo menino foca de "excrementíssimo".
ResponderExcluirPelo que consta, o presidente da Câmara fez um boletim de ocorrência.
Ou seja, o presidente da Câmara seguiu o trâmite usual, de fazer uma comunicação à polícia. O MP avaliará se faz denúncia, ou não, na primeira instância, já que o menino foca não tem foro, e ele terá o direito de se defender em quatro instâncias julgadores.
Perseguição seria se o presidente da Câmara abrisse um inquérito para investigá-lo, e fosse ele mesmo o juiz a definir a sentença, sem chance de recorrer, não é mesmo?
Leandro Ruschel