quarta-feira, 17 de abril de 2024

Mulher leva cadáver ao banco para fazer empréstimo de R$ 17 mil

Em Bangu, Érika de Souza Vieira Nunes se apresentou como sobrinha de Paulo Roberto Braga, de 68 anos. A mulher foi presa em flagrante

Patricia Lima

Nesta terça-feira, dia 16, Érika de Souza Vieira Nunes chegou a uma agência bancária, em Bangu, na Zona Oeste do Rio, em companhia de um suposto tio, para sacar um empréstimo de R$ 17 mil.

O homem idoso estava acomodado em uma cadeira de rodas. Pelo vídeo feito por funcionários da agência, ele parece muito debilitado, mas a situação era bem pior. A insistência de Érika para que o homem assinasse o documento e a sua total ausência de comunicação ou reflexo, gerou desconfiança nas atendentes, que chamaram a Polícia.

Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) também foi acionado. Ao examinarem Paulo Roberto Braga, de 68 anos, os profissionais do SAMU verificaram que ele, simplesmente, estava morto há algumas horas.

Érika de Souza Vieira Nunes estava usando um falecido para efetuar um empréstimo bancário. No vídeo, por diversas vezes, ela segura a cabeça de Paulo Roberto, que cai para trás, para frente ou para os lados, sem um momento de firmeza sequer. Simultaneamente, Érika tenta ainda que Paulo assine o documento, mas a mão dele não tem firmeza alguma.

“Tio, tá ouvindo? O senhor precisa assinar. Se o senhor não assinar, não tem como. Eu não posso assinar pelo senhor, o que eu posso fazer eu faço”, diz a suposta sobrinha.

A mulher, então, mostra o documento de identidade ao homem e pede que ele assine da mesma forma que estava ali, mas a mão de Paulo Roberto, que está morto, cai o tempo todo. Desconcertada, ela diz:

“O senhor segura a cadeira forte para caramba aí”. Em seguida, emenda uma pergunta às atendentes: “Ele não segurou a porta ali agora?”. As mulheres respondem que não viram.

A insistência macabra continua: “Assina para não me dar mais dor de cabeça, eu não aguento mais”, afirma Érika, sendo interpelada por uma funcionária: “Ele não está bem, não. A corzinha não tá ficando…”. A suposta sobrinha, para se sair da observação sobre a extrema palidez do homem, responde: “Mas ele é assim mesmo”.

Para justificar a inércia de Paulo Roberto, a mulher pergunta: “Ele não diz nada, ele é assim mesmo. Tio, você quer ir para o UPA de novo?”. O homem, claro, não emite um ruído sequer como resposta.

À TV Globo e ao G1, delegado Fábio Luiz comentou: “Ela tentou simular que ele fizesse a assinatura. Ele já entrou morto no banco”.

Érika de Souza Vieira Nunes foi presa, em flagrante, e levada para a delegacia, onde disse que a sua rotina era cuidar de Paulo Roberto Braga, seu suposto tio, que estava debilitado.

A Polícia vai investigar se ambos, de fato, têm relação de parentesco, e se há outras pessoas envolvidas no crime macabro. A Polícia também quer saber quando, onde e de que morreu Paulo Roberto.

Título e Teto: Patricia Lima, Diário do Rio, 17-4-2024

7 comentários:

  1. Well, contando ninguém acredita! 😳😬

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    1. Isto tem, claramente, de ser o meu momento WTF do dia. Do dia? Da semana, pois não sei o que poderia bater isto.

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  2. A que ponto chega o ser humano... pelo dinheiro. Pelo vil metal. Essa moça ainda tem um desconto. Tentava "roubar" de um suposto tio falecido. Possivelmente será sacrificada pelas nossas leis de merda, até os fios de seus cabelos. Pior são os nossos ladrões e salafrários de colarinhos brancos que não usam nossos corpos desfalecidos, mas fazem de nós, verdadeiros cadáveres ambulantes, nos vilipendiando as carnes e nos obrigando a pagar por uma gama enorme de tributos, sem nos dar nada em troca. São os oportunistas que não usam a imaginação igual a dessa pobre moça, nem carecem de ir aos bancos. Por conta, vivemos à mingua. Enquanto comemos capim, as desgraças do planalto, os vermes que por lá abundam, saboreiam a melhor carne, o melhor filé, o melhor e o mais caro prato do cardápio, como picanha e bons vinhos importados de países vizinhos, enfim, esses crápulas filhos da puta que comungam do mesmo assalto aos bolsos de todos nós, das mesmas falcatruas, usando apenas o Poder, a cara de pau, a falta de decoro e a desonestidade. Esses cânceres sim, deveriam mofar nas cadeias e não seguirem sentados em poltronas pomposas, com mordomos cheirando seus rabos e colhões. Viva o país dos corruptos e parabéns à Érica de Souza Vieira, pela CRIATIVIDADE, PELA IMAGINAÇÃO E PELO TELENTO, BEM AINDA, PELA INOVAÇÃO. Todavia, uma lição aprendemos com o gesto dessa pobre criatura. O povo brasileiro deveria se por no lugar do cadeirante sem vida. Nós somos como ele. Cada um de nós é o retrato vivo desse senhor. Como assim? Tomamos no rabo do cu e não fazemos nada. Estamos no estágio dos "vivos-mortos" e "mortos vivos" seguimos.
    Aparecido Raimundo de Souza
    de Vila Velha ES

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    1. Eu não quero ser macabro, pois macabro o bastante já foi todo este episódio, mas pelas imagens que se conseguem ver, se o pobre homem estava vivo, não o estava já muito.

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  4. Oinegue: Os buracos na história da mulher que foi filmada no banco ao lado de um morto
    O âncora do BandNews No Meio do Dia e do Jornal da Band, Eduardo Oinegue, defende que cabe apenas à Justiça declarar se é culpada ou inocente a sobrinha do idoso levado morto a uma agência bancária para fazer um empréstimo.
    O motorista do Uber que levou os dois disse, em depoimento, que o tio da mulher estava vivo durante a viagem.
    Oinegue relembra que a sobrinha Érika de Souza deve responder pelos crimes de furto e vilipêndio de cadáver, ainda que a perícia não tenha definido o horário da morte do idoso.
    Para o âncora, casos como esse e o do professor negro acusado injustamente de sequestro devem ser cuidadosamente analisados pela Justiça.
    Oinegue cita um estudo realizado nos EUA que aponta que a morte só pode ser declarada a partir de uma análise detalhada da perda das funções cerebrais e do esclarecimento de fatores como a causa da morte e a irreversibilidade do estado de saúde.
    Na opinião do âncora, diante de tantas controvérsias e da atuação do “tribunal da internet”, é necessário que a Justiça e a sociedade analisem o caso com cuidado.
    Oinegue: Os buracos na história da mulher que foi filmada no banco ao lado de um morto

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