𝕮𝖍𝖗𝖎𝖘 𝕭𝖗𝖆𝖓𝖈𝖔
São gravíssimas as minhas deficiências:
Eu nasci branca, e quem nasce branca já é considerada racista, mesmo não sendo.
Nasci em uma família trabalhadora, então eu sou burguesa.
Não voto para esquerda, o que me torna fascista.
Sou heterossexual, o que me torna uma homofóbica.
Valorizo minha identidade e minha cultura, o que me torna uma xenófoba.
Acredito que o macho e a fêmea da espécie Homo Sapiens foram, na maioria das vezes, grandes parceiros e mutuamente responsáveis pelo sucesso da espécie, o que me torna misógina.
Eu gostaria de viver em segurança e ver criminosos na prisão, o que me torna uma torturadora.
Quero que respeitem minha maneira de pensar e minhas crenças e não me façam pensar que o anormal é normalmente relativo, o que me transforma em uma repressora.
Penso que os subsídios acabam com o esforço de trabalhar e minam a dignidade das pessoas, por isso sou insensível.
Acredito que cada um deve ser recompensado de acordo com sua produtividade, mérito e capacidade, o que me torna uma egoísta antissocial.
Eu fui educada em valores e princípios, o que me torna uma oponente do bem-estar social.
Acredito em Deus, logo, sou uma fundamentalista religiosa.
Creio que as vítimas dos estupradores, ladrões, traficantes, estelionatários deveriam ser indenizadas pelo Estado e os culpados presos, pagassem pela dívida, não tivessem auxílio para suas famílias, indulto para ir para casa, habeas corpus, tornozeleiras, mas trabalhassem para pagar suas custódias, sua roupa, água, luz e comida, então, sou considerada preconceituosa e contrária aos Direitos Humanos.
Enfim… não está fácil.
Texto: Chris Branco, X, 22-4-2024, 13h55
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