Aparecido Raimundo de Souza
Na verdade, existe um reino de veados e rinocerontes, onças e leopardos que escapam aos nossos sentidos. Às vezes, por conta dessas falhas, temos vontade de fazer um pacote bem feito e mandar tudo para a casa do caralho, via Sedex, ou, via idêntica, torcer para que o brazzzil vá ainda mais além de onde está metido até as pregas: em outras palavras –, para a puta que o pariu. É o que cognominaríamos do espetaculoso, atrativo e elegante “chamado-domínio-coletivo,” em face das mumunhas que vemos sem ver, que sentimos sem sentir, ou aquilo que temos diante de nossas faces de bobocas e otários –, qual seja, uma dimensão do tamanho do universo, onde o tempo se dobra e o espaço se expande além da nossa vã e vazia compreensão. Nesse tom negro, aquilo que deveríamos entender como “Compreensão,’ não passa de uma palavra vazia.
Pois bem, amados e amadas. Nas ruas e praças, cidades e “pela-aí-à-fora,” entre o barulho e a pressa, há sussurros de histórias e feitos não contadas. São os segredos escondidos por debaixo dos tapetes dos puteiros dos senadores, dos covis dos deputados e governadores, dos inferninhos dos ministros intocáveis e impolutos, dos charlatões e “mamadores” dos mirrados salários dos desmilinguidos, obviamente (não necessariamente nessa ordem), usque dos sem casa, dos pobres e sem a consciência sadia de um amanhã venturoso e duradouro. Essa corja de ratos e vermes, de lacraias e escorpiões, são os verdadeiros “reis do pedaço.” Os cânceres e donos da carne seca, ou percebam, os flibusteiros que proclamam e espalham aos quatro cantos, um “estado democrático de direito,” uma frase feita em camas e alcovas bem pagas, dos motéis e que, infelizmente, só existe nas cabeças impuras de um punhado de espertalhões que se posam de Soberanos.
Neste poço imensurável, a imaginação é a única ferramenta que possuímos. Ela nos permite pintar de cores as mais variadas e vibrantes nas telas em branco das incertezas, ao tempo em que nos concede dançar ao som de músicas malucas e destoadas de uma banda de “desbundados-doidos” e sem juízo algum em suas cacholas –, via idêntica –, a escrever livros e jornais, compêndios e ensaios que nunca foram ou jamais serão abertos. Enquanto caminhamos sem norte, sem porto, sem bússola, pelas estradas e trilhas da vida, vegetamos à esmo, ou a bel prazer de teorias truncadas tentando decifrar o “enigma-enigmático” do invisível. Oxalá, talvez descubramos, ou cheguemos a conclusão que os verdadeiros valores residem não no que podemos medir, porém, nas trolhas, ou nos cacetes que sentimos entrando nos regos de nossas bundas. Ainda que não vejamos o amor, a compaixão, a bondade, o amanhã, tais atrativos são, de fato as verdadeiras medidas do que colocaram nas nossas cabeças, com o nome bonito e pomposo, chamativo e eletrizante e pasmem, senhoras e senhores: H U M A N I D A D E.
Título e Texto: Aparecido Raimundo de Souza, de Vila Velha, no Espírito Santo, 9-4-2024
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