O que temos assistido, mormente na televisão, já raia o completo non sense
José Coelho Martins
Antes das eleições do passado
dia 10 de março, André Ventura e o partido Chega! Foram objeto de uma
orquestrada campanha de memorização e difamação nunca vista até então em Portugal, e vergonhosa para a
nossa democracia.
Mais grave e acutilante ainda
do que o que ocorreu nos tempos do PREC e pós-PREC, em que se acusava
fantasiosamente Álvaro Cunhal e o PCP de comerem criancinhas ao pequeno almoço.
Os resultados das eleições e a
constituição de uma bancada parlamentar com cinquenta deputados foi a resposta
que os portugueses deram aos detratores do Chega! e do seu líder, sendo de
enfatizar a vitória no círculo da emigração, que tem um significado simbólico
muito importante, uma vez que falamos de portugueses que, na sua grande
maioria, se viram forçados a sair de um país (o seu) por este não lhe
proporcionar as devidas condições de uma vida digna.
Por
que votaram mais de um milhão de portugueses no Chega!?
Os produtores da narrativa
politicamente correta defendem que André Ventura, “mestre na arte do
populismo”, os levou ao engano, fazendo-os acreditar que o Chega tem a resposta
para as suas preocupações, quando, afinal, se trata, no seu entendimento, de
uma organização política fascista, racista e xenófoba. Um partido sem
ideologia!
Não contentes com o ataque
pré-eleitoral efetuado, os ressabiados com André Ventura e o Chega continuam
numa dinâmica de ataque, de ofensa e de desvalorização da proposta política por
este(s) consubstanciada.
Por mais que André Ventura se
predisponha a dialogar e a negociar, a sua atitude é de imediato denegrida
pelos seus adversários políticos, nos quais se inclui quase toda a comunicação
social, que se tem comportado como uma inimiga figadal do líder do Chega.
Aquilo a que temos assistido,
mormente na televisão, já raia o completo non sense, havendo jornalistas
e comentadores que fazem um esforço quase patético para colocarem em evidência
os defeitos de André Ventura. As entrevistas que lhe fazem são verdadeiros
interrogatórios a lembrar tiques pidescos.
Segundo aqueles, Ventura é
capaz de dizer uma coisa de manhã, outra de tarde e outra à noite. Outros
referem que na mesma frase ele é capaz de utilizar em simultâneo a cora
amarela, azul e verde.
Não conheço André Ventura, senão
enquanto cidadão comum atento ao que se passa em meu redor, mas é para mim
evidente tratar-se de uma pessoa qualificada, inteligente, com uma capacidade
de argumentação muito acima da média e com um discurso lógico e coerente.
Revela a espontaneidade, ansiedade e ambição típicas de um ser humano jovem e
consciente do seu valor. É crime?
Poderemos não apreciar ou valorizar algumas das suas ideias, propostas políticas e comportamento irreverente (nem sempre me revejo nas suas ideias e atitudes), mas André Ventura é um político que criou um partido dentro do quadro legal existente, respeita as regras e normas da atividade política e tem o apoio de quase vinte por cento dos eleitores nacionais.
“André Ventura e o Chega ganharam por
mérito próprio o apoio de mais de um milhão e cem mil portugueses, e nessa
condição/qualidade têm todo o direito de querer fazer parte da solução
governativa do país”
Ao atacarem o Chega da forma
vil como o fazem, os seus adversários (inimigos?) políticos e da comunicação
social não o fazem pela ausência de um projeto político congruente.
Fazem-no, única e
exclusivamente, porque não gostam do que esse projeto consubstancia e dos
efeitos que tal provocaria em muitos interesses instalados.
Não será de colocar de parte a
hipótese, por exemplo, de que sendo André Ventura um dia primeiro-ministro de
Portugal, não aceite financiar os meios de comunicação social privados como tem
acontecido até hoje. Faz sentido empresas privadas que remuneram os seus
acionistas serem financiadas pelos contribuintes?
André Ventura, pela sua
história familiar, conhece bem o valor do trabalho e do dinheiro e duvido que
algum dia aceitasse tirar dinheiro dos bolsos dos contribuintes para atribuir
subsídios que alimentam uma classe, em grande parte, de inúteis, que ganham
fortunas sem nada produzirem, incluindo os comentadores “especializados”,
muitos deles políticos e ex-políticos.
Acusam-no de ser
excessivamente ambicioso e até de mendigar o “tacho” ao PSD/AD. Ora, só quem
está de má-fé e/ou é preconceituosos pode fazer tais afirmações. André Ventura
e o Chega ganharam por mérito próprio o apoio de mais de um milhão e cem mil
portugueses e nessa condição/qualidade têm todo o direito de querer fazer parte
da solução governativa do país, seja diretamente no executivo, seja negociando
algumas ações/decisões que defendem e que os eleitores subscreveram.
Quem assume as rédeas do
Governo tem o dever moral, não apenas de atender ao seu programa e aos seus
eleitores, mas a todos os portugueses. Sou um acérrimo defensor dos pactos de
regime (não das negociatas interpartidárias!) e já defendi claramente isso nas
páginas deste jornal.
Portugal não pode continuar
subordinado e refém dos interesses destas organizações partidárias, cujos
objetivos e motivos são demasiadas vezes pouco claros e transparentes, e que em
nada influenciam positivamente a vida dos cidadãos.
A corrupção atingiu um nível
inaceitável e não pode ser entendida como uma inevitabilidade do sistema. Tem
de ser implacavelmente combatida, porque os abusos de uns tantos significam o
sacrifício da maioria.
É assim que os portugueses têm
vivido e tal é um cavalo de batalha de André Ventura.
Por tal motivo, a frontalidade
com que André Ventura fala deste e de outros temas fraturantes da sociedade
portuguesa assusta os partidos do sistema e a comunicação social
subsídiodependente. Os muitos interesses instalados seriam colocados em causa
se André Ventura um dia tivesse nas suas mãos as rédeas do poder.
Atrevo-me mesmo a dizer que se
esse cenário se vier a colocar oportunamente, possa mesmo correr-se o risco em Portugal
de surgirem convulsões sociais graves que coloquem em causa a própria
democracia. Nessa altura se identificariam os verdadeiros vilões!
Perante o próximo quadro governativo,
arrisco dizer que nada de significativamente positivo irá ocorrer em Portugal.
Alguns fogos vão ter a sua chama diminuída, não necessariamente extintos… e
será tudo!
A navegação vai ser à vista. A
inexistência de uma estratégia de verdadeira mudança será tónica.
Há quem tenha interesse em que
o país continue pobre e dependente de Bruxelas, com a maior parte da população
assistida pelo Estado. Percebe-se porquê!
O joga da perpetuação no poder
já começou com o recente acordo para a nomeação do presidente da Assembleia da
República, que mais não é do que a ressuscitação do bloco central de interesses
que se irá estender, muito em breve, à futura ação governativa.
André Ventura e o Chega
assustam!
Talvez assustem ainda mais
após as próximas eleições europeias!
Digitação: JP, 12-4-2024
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Não publicamos comentários de anônimos/desconhecidos.
Por favor, se optar por "Anônimo", escreva o seu nome no final do comentário.
Não use CAIXA ALTA, (Não grite!), isto é, não escreva tudo em maiúsculas, escreva normalmente. Obrigado pela sua participação!
Volte sempre!
Abraços./-