quinta-feira, 11 de abril de 2024

O Protetor da Democracia ou o Predador da Liberdade?

Marcos Paulo Candeloro

Oh, sim, vamos todos jogar confetes para o “grande protetor da democracia brasileira”, Alexandre de Moraes. Segundo alguns visionários da centro-direita, aquele herói sem capa que “salvou” o Brasil de um golpe. Claro, porque nada diz “democracia saudável” como atropelar a liberdade de expressão quando te convém, certo? Depois desse episódio, supostamente, a tempestade passou e todos vivemos felizes para sempre.

Aí vem a parte hilariante: acreditava-se, em algum universo paralelo, que o Senhor Moraes estava lá, firme e forte, usando seu martelo de justiça para equilibrar as balanças da democracia. Em vez disso, ele parece ter confundido “balança da justiça” com “balança para pesar peixe”, aplicando a força toda onde bem entendia.

A ideia de democracia pressupõe que todos os votos têm valor igual, que a escolha do povo tem algum peso. Bem, isso foi uma piada durante o governo Bolsonaro. Se você não faz parte da elite intelectual urbana, esqueça, sua opinião não vale muito. De quotas de importação até quem pode concorrer à presidência, as decisões “democráticas” foram mais seletivas do que entrada VIP em boate.

E quando o STF decidiu que Lula poderia correr para presidente novamente, muitos devem ter pensado: “Uau, que reviravolta inesperada, quem poderia imaginar?” Como cereja do bolo, as decisões do TSE que favoreceram Lula nas eleições de 2022 foram tão sutis quanto um outdoor luminoso.

Então temos o ministro da Justiça inventando termos dignos de Orwell para justificar censura, enquanto os ministros não tinham o menor pudor em mostrar seu lado torcedor. “Vencemos o bolsonarismo”, diziam eles, talvez esperando aplausos ou um troféu.

Essa palhaçada toda minou a confiança e a credibilidade na democracia, fermentando um caldo de cultura para insatisfação, radicalização e, pasmem, polarização. Aparentemente, foi essa sensação de estar sendo feito de palhaço que levou pessoas a considerarem ações um tanto… extremas.

No fim das contas, Alexandre de Moraes se tornou menos um guardião da justiça e mais um agente do caos, um catalisador de discórdia, desrespeitando o processo legal e manchando a reputação de uma instituição que ele supostamente defende. Incluindo em inquéritos todos que ousam discordar dele, desde Elon Musk até o Google, por terem a audácia de expressar uma opinião.

Enfim, se alguém ainda se importa com o que resta da ordem institucional e da democracia no Brasil, talvez esteja na hora de considerar seriamente o “impeachment desse leão de chácara”. Mas quem sou eu para julgar, não é mesmo?

Título e Texto: Marcos Paulo Candeloro, ContraCultura, 11-4-2024

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2 comentários:

  1. Prá chamar o Lula de ladrão é preciso ter provas senão você vai responder na justiça.
    PORÉM...
    chamar qualquer opositor do Lula de fascista, corrupto, bandido, racista, machista, misógino, miliciano, golpista, nazista, transfóbico, xenofóbico, não requer provas.
    Tá liberado.

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  2. Entendo na minha humilde burrice, que essas desgraças, esses cânceres que abundam as suas bundas melecadas de defecações fedorentas em brazzzilia, notadamente essa infâmia da foto (logo acima), seja, como bem escreveu Almeida Garrett em seu maravilhoso trabalho "Viagens na Minha Terra." Vale a pena perder um tempinho e viajar nas observações deixadas pelo escritor Português nascido no Porto e falecido em Lisboa, em 1854. Apesar de terem se passado cento e setenta anos, suas palavras sobrevivem à luz da verdade e explicam claramente o quadro desses personagens vindos de tétricos e fantasmagóricos bueiros que se banqueteiam e mamam às custas de nossos bolsos, além de denegrirem com grossas camadas de estrume, a imagem desse pais de pilantras, trapaceiros e pulhas. Não satisfeitos, sugam nosso sangue a “goles de enormes copos cheios,” como bem disse a comediante gaúcha ANGELA DIPPE.
    Vamos ao texto de Garrett.
    “Formou Deus o homem, e o pôs num paraíso de delícias; tornou a formá-lo à sociedade, e o pôs num inferno de tolices. O homem – não o homem que Deus fez, mas o homem que a sociedade tem contrafeito, apertando e forçando em seus moldes de ferro aquela pasta de limo que no paraíso terreal se afeiçoara à imagem da divindade – o homem assim aleijado como nós o conhecemos, é o animal mais absurdo, o mais disparatado e incongruente que habita na terra. Rei nascido de todo o criado, perdeu a realeza: príncipe deserdado e proscrito, hoje vaga foragido no meio de seus antigos estados, altivo ainda e soberbo com as recordações do passado, baixo, vil e miserável pela desgraça do presente. […] E quando as memórias da primeira existência lhe fazem nascer o desejo de sair desta outra, lhe influem alguma aspiração de voltar à natureza e a Deus, a sociedade, armada de suas barras de ferro, vem sobre ele, e o prende, e o esmaga, e o contorce de novo, e o aperta no ecúleo doloroso de suas formas. Ou há-de morrer ou ficar monstruoso e aleijão.”

    Aparecido Raimundo de Souza de Vila Velha, no Espírito Santo.

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