José Miguel Roque Martins
A Europa, os países europeus,
têm o direito de escolher os seus destinos. Já mais complicado é imaginar que
têm direitos legítimos sobre outros, que se curvem perante as suas escolhas,
opiniões e interesses. A Europa, fruto das suas glórias passadas e de um
complexo de superioridade moral que desenvolveu, passou a acreditar que tinha
direitos, que na verdade não são reconhecidos pelos outros.
Este comentário inicial, é válido
para uma quantidade de questões, que passam pela luta contra as emissões
globais, pelas políticas energéticas, pelo comercio internacional, enfim, por
quase tudo. Mas esta crônica é sobre a questão da defesa.
A Europa, na última semana,
sentiu-se verdadeiramente humilhada e agredida pelos EUA e pela Rússia, que a
excluíram das conversas que planeiam ter sobre a questão ucraniana. Na verdade, foi simplesmente ignorada porque,
por escolha própria, deixou de ser relevante em termos militares. Perdeu o
lugar à mesa dos crescidos. Não tem legitimidade real para ser considerada.
A dependência da defesa dos Estados Unidos não aconteceu por incapacidade. Deu jeito, permitiu investir no estado social, noutras políticas consideradas prioritárias. E até agora, foi uma opção que correu bem, já que os EUA aceitaram o encargo e não excluíram os europeus dos processos de defesa, ao longo dos últimos 70 anos.
Muito foi conseguido pelos
países europeus, pela poupança que realizaram na sua defesa. O que aconteceu, não por terem essa obrigação
para com os Europeus, mas porque consideraram ser essa uma opção vantajosa, ou
uma generosidade suportável, face a outros objetivos que traçaram.
Aparentemente já não é assim. E não foi por falta de avisos desde a
administração Obama.
Nos jornais de toda a Europa o
tom é de grande indignação. Na verdade, deveriam agradecer aos EUA os bons
tempos que lhes foram proporcionados e começar a fazer pela vida. Ou abdicar de
vez, da sua soberania plena.
Título e Texto: José Miguel Roque Martins, Corta-fitas, 17-2-2025
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