Telmo Azevedo Fernandes
A propósito das tarifas
aduaneiras e das questões relacionadas com o comércio internacional, tem sido
impressionante o chorrilho de disparates que tem sido apresentado no espaço
público por supostos especialistas e analistas hipoteticamente qualificados nestas
áreas. De forma muito simples e breve, vale a pena referir algumas das falácias
mais curiosas e tolas que se têm produzido.
Desde logo convém ter noção de
que a «Europa» não exporta, nem importa nada. Não são os países enquanto
entidades abstratas que têm preferências, gostos ou que tomam decisões sobre os
produtos a comprar e vender. Só indivíduos, empresas e entidades concretas são
agentes económicos.
Relacionado com isto, e por
definição, para que uma importação ou exportação aconteça tal resulta da
vontade de ambas as partes. Se alguém comprar maçãs, é porque prefere ter o
fruto a comer notas de euro à sobremesa. Não é um jogo de soma nula. Ambas as
partes ganham. Não há justificação ética nem moral para que o Estado se
intrometa em relações voluntárias.
Outra ideia estapafúrdia é de
que o défice da balança comercial gera dívida. Ai sim?! O Pingo Doce quando
encomenda robalo da Grécia não paga a encomenda? Ou o leitor/ouvinte quando vai
ao supermercado, exige que o Lidl lhe compre alguma coisa em troca para ficar
com uma balança comercial equilibrada?
Alguns dizem que as tarifas protecionistas acabarão por conduzir a preços mais baixos, tornando a concorrência estrangeira mais cara, criando incentivos a que se regresse a comprar a empresas nacionais. Ora, se a atividade das empresas nacionais fosse rentável com preços iguais ao de comércio livre, já o estariam a fazer. Além disso com a procura adicional por bens nacionais, os preços locais tendem a subir e acabam por ficar ao nível do preço-base mais a tarifa, ou seja, acabam todos a pagar mais.
As tarifas são impostos
adicionais que se cobram aos agentes económicos dos países que as impõem. Por
isso a chamada «retaliação comercial» é estúpida e só piora as coisas. É
absolutamente irracional!
Havendo ou não ameaças de
imposição de tarifas pelos EUA, a melhor opção da União Europeia seria sempre
abolir as tarifas que a própria UE já tem. A liberalização unilateral é sempre
benéfica para quem a faz. Mas os burocratas não eleitos e os nossos ignorantes
políticos parecem optar pelo contrário, prejudicando ainda mais os europeus e
os portugueses em particular.
A minha crónica-vídeo de
hoje, aqui:
Título, Texto e Vídeo: Telmo
Azevedo Fernandes, Blasfémias, 12-2-2025
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