John Lucas
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, tornou-se alvo de uma ação judicial nos Estados Unidos, movida pela Trump Media & Technology Group Corp., empresa ligada ao presidente Donald Trump, e pela plataforma de vídeos Rumble.
O processo, que tramita em um
tribunal federal da Flórida, acusa Moraes de ter violado a soberania americana
ao ordenar a remoção de contas de redes sociais e a entrega de dados de um
jornalista brasileiro identificado na ação como "Dissidente Político
A", que pelas informações divulgadas se trata de Allan dos Santos.
De acordo com o processo, as
decisões de Moraes, expedidas sob sigilo, determinaram que a Rumble bloqueasse
permanentemente a conta de Allan dos Santos e impedisse a criação de novos
perfis em qualquer parte do mundo, incluindo nos EUA.
“As Ordens de Censura,
conforme emitidas, censuram um discurso político legítimo nos Estados Unidos,
minando proteções constitucionais fundamentais garantidas pela Primeira Emenda,
entrando em conflito com a Communications Decency Act (Lei de Decência
nas Comunicações) e desafiando princípios básicos de reciprocidade jurídica
internacional. Além disso, as Ordens de Censura exigem que a Rumble, uma
empresa sediada na Flórida, sem pessoal ou ativos no Brasil, designe um
representante legal no Brasil exclusivamente para o propósito de aceitar
notificações judiciais e submeter-se à autoridade do ministro Moraes”, diz um
trecho do documento.
O CEO da plataforma, Chris
Pavlovski, reagiu publicamente após o anúncio do processo e, em uma postagem na
rede social X, mencionou diretamente o ministro Moraes: "Rumble não
cumprirá suas ordens ilegais. Em vez disso, veremos você no tribunal."
Pavlovski já havia criticado
anteriormente as ordens de Moraes e, ao anunciar a retomada das operações da
plataforma no Brasil recentemente, atribuiu o movimento à vitória de Trump nas
eleições de novembro de 2024: "Dou crédito a Donald Trump por vencer em
novembro. A decisão do Brasil de revogar a censura ao Rumble é prova de que o
mundo está mudando. O presidente Trump está tornando o mundo grande
novamente."
Processo será liderado por
especialistas em litígios internacionais
Para conduzir o processo nos EUA, a empresa de Trump e a Rumble contrataram advogados especializados em litígios internacionais e investigações governamentais, profissionais com extenso histórico em casos de grande repercussão.
Martin De Luca:
ex-procurador federal e estrategista em disputas globais
Um dos advogados à frente do
caso é Martin De Luca, reconhecido por sua atuação em disputas jurídicas
complexas que envolvem múltiplos países. Ex-procurador do Departamento de
Justiça dos Estados Unidos (DOJ), De Luca construiu uma carreira defendendo empresas,
indivíduos de alto patrimônio e governos em processos que exigem estratégias
jurídicas aliadas a insights políticos e gestão de crises.
O advogado se destacou por
representar clientes em ações relacionadas a sanções internacionais e confisco
de ativos. Ele também trabalhou em investigações envolvendo órgãos reguladores
dos Estados Unidos e da Europa, como o Departamento do Tesouro dos EUA, o
Departamento de Estado e a União Europeia.
Em sua trajetória no DOJ, De Luca atuou na promotoria federal de Nova Iorque e lidou com casos de corrupção, evasão fiscal, crimes financeiros e crime organizado, além de colaborar com agências como FBI, Departamento de Segurança Interna e serviços de inteligência dos EUA.
Ele esteve recentemente
envolvido nas negociações que culminaram na libertação do americano Marc Fogel,
professor que estava preso na Rússia desde 2021 e que foi trazido de volta aos
EUA este mês.
Matthew Schwartz:
estrategista de grandes casos financeiros e investigações governamentais
Outro nome de peso na defesa
de Trump e Rumble é Matthew Schwartz, presidente do renomado escritório Boies
Schiller Flexner. Schwartz é conhecido por sua abordagem incisiva e precisa,
sendo descrito pela Forbes como um “assassino de terno no tribunal”, graças à
sua habilidade de desmontar acusações com raciocínio jurídico afiado e
argumentos estratégicos.
Durante sua carreira como
procurador federal em Nova York, entre 2005-2015, Schwartz comandou
investigações de alto nível e processos contra bancos internacionais por
manipulação de mercados financeiros. Ele também liderou ações contra grandes
corporações envolvidas em esquemas de lavagem de dinheiro e evasão fiscal.
Título e Texto: John Lucas, Gazeta do Povo,19-2-2025, 17h
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