Desespero inevitável
dos meus desencantos,
e não consigo...
Melhor seria assim,
do que viver pelos cantos
na triste espera do fim.
Perguntas irrespondíveis
O que faço dessa solidãoque me atormenta
o agora?
Sumir, morrer,
cair fora?
Não sei como o coração
aguenta!
Fica no ar outra pergunta:
quando chegará minha hora?
Mudez
Sentado na calçadado meu silêncio,escuto vozes de parentes
que já se foram...
Não sei se irei revê-los
um dia,
em algum lugar, talvez, quem sabe...
e o silêncio, nada esclarece...
Apenas, como eu,
segue ao meu lado, sem dizer nada.
Trauma bucólico
Vivi, tanto tempo viviem busca de mim mesmo,
e nunca me encontrei...
continuo aqui,
sozinho, à esmo...
nem sei dizer se morri
ou se virei quiquiriqui1
Coisa de louco
Gritar, berrar, não adianta,tampouco pedir ajuda à parentes...
minha voz está, por conta, calada,
presa, no gogó da garganta,
bem aqui...
e eu, burro feito uma anta,
me esqueci
de escovar os dentes.
Pequeno tratado sobre a beleza
Beleza não se põe na mesa,Já dizia o velho refrão:
“Beleza é coisa de realeza
e não de mendigos de pés no chão’.
Fatal
Subi pela escadaaté lá no topo e espiei...
queria ver, bem do alto,
como tudo, cá embaixo ficou...
O problema é que a malvada,
posta sem eu perceber, num ressalto,
me derrubou:
fiquei assim, meio a meio, estropiado2
Eu a xinguei...dei-lhe um tapa
bem dado no traseiro...
e em seguida fugi...
A beldade era mulher do açougueiro;
o desgraçado cortou a minha cabeça
e somente agora, foi que percebi.
Foi assim que aconteceu...
A mulher gritouEu a xinguei...dei-lhe um tapa
bem dado no traseiro...
e em seguida fugi...
A beldade era mulher do açougueiro;
o desgraçado cortou a minha cabeça
e somente agora, foi que percebi.
Baygon3
Moscas
mortas:
menos chateação
na hora do almoço.
ficou no passado...
o meu agora,
não existe; se fez acabado...
sem volta,
restou a saudade...
E, ela, agora,
fala mais alto
e o coração,
num salto,
não suporta,
tamanha se fez
a adversidade,
que bateu
em minha porta
Perdi tudo e aqui estou...
minha estrada se tornou sofrida;
tudo que construí, desmoronou!
se levantam,
entristecidos,
ao lado de campas
carcomidas.
Choram,
os outros mortos
que ficaram:
almas solitárias,
embrutecidas.
é um porvir sem esperança!
Melhor não tivesse crescido:
continuasse feliz, sendo criança...
de repente,
e eu sorri
de felicidade...
Contudo,
logo depois,
você se foi...
Ainda agora,
Meu Deus, aqui estou,
preso, cativo,
acorrentado
e pior:
abandonado,
numa enorme saudade.
Explicação necessária:
1 – Quiquiriqui: coisa de pouco valor, algo insignificante.
2 – Estropiado: outra forma de grafar aleijado ou desfigurado.
3 – Baygon: uma marca famosa de inseticida.
Título e Texto: Aparecido Raimundo de Souza, da Lagoa Rodrigo de Freitas, no Rio de Janeiro, 2-5-2025
Anteriores:
O Covarde e o Macho
[Aparecido rasga o verbo – Extra] O sonho de Isis Valverde está chegando
O desejo maduro pelo quase impossível
Branca de Neve e os Sete Anões Modernos: A Nova Era das Festas
Reincantamento do cotidiano
O que é a inveja?
Moscas
mortas:
menos chateação
na hora do almoço.
Rotina
O meu ontem,ficou no passado...
o meu agora,
não existe; se fez acabado...
Bem assim...
Daquele ontemsem volta,
restou a saudade...
E, ela, agora,
fala mais alto
e o coração,
num salto,
não suporta,
tamanha se fez
a adversidade,
que bateu
em minha porta
Fim da linha
O que eu fiz da minha vida?Perdi tudo e aqui estou...
minha estrada se tornou sofrida;
tudo que construí, desmoronou!
Funesto
Corpos falecidos,se levantam,
entristecidos,
ao lado de campas
carcomidas.
Choram,
os outros mortos
que ficaram:
almas solitárias,
embrutecidas.
Descoberta tardia
Ah, o meu amanhã...é um porvir sem esperança!
Melhor não tivesse crescido:
continuasse feliz, sendo criança...
Inexplicável
Você chegou,de repente,
e eu sorri
de felicidade...
Contudo,
logo depois,
você se foi...
Ainda agora,
Meu Deus, aqui estou,
preso, cativo,
acorrentado
e pior:
abandonado,
numa enorme saudade.
Explicação necessária:
1 – Quiquiriqui: coisa de pouco valor, algo insignificante.
2 – Estropiado: outra forma de grafar aleijado ou desfigurado.
3 – Baygon: uma marca famosa de inseticida.
Título e Texto: Aparecido Raimundo de Souza, da Lagoa Rodrigo de Freitas, no Rio de Janeiro, 2-5-2025
Anteriores:
O Covarde e o Macho
[Aparecido rasga o verbo – Extra] O sonho de Isis Valverde está chegando
O desejo maduro pelo quase impossível
Branca de Neve e os Sete Anões Modernos: A Nova Era das Festas
Reincantamento do cotidiano
O que é a inveja?
Sempre um romântico acima de qualquer suspeita.
ResponderExcluirCarina Bratt, de Jarinu, interior de São Paulo.