Tanta vez cruzo consigo
– quase parece castigo perder-me a pensar em si…
Depois, crendo ter deixado
de o encontrar a meu lado,
julgo que já o esqueci.
Seu olhar disse-me um dia
de toda a melancolia
desse viver sem ventura;
Razão talvez porque fito
seu triste rosto bonito,
em que disfarça ternura.
Eu sou aquela que passa
e, por hábito, ou por graça,
sempre sorri quando o vê.
Não sei seu nome sequer…
nem mesmo quero saber
o que me prende a Você…
Humberta Neves
Faculdade de Letras, Queima das Fitas, Coimbra 1967
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