sexta-feira, 19 de dezembro de 2025

[Aparecido rasga o verbo] Por aqui, a hora do pesadelo tem outro nome

Aparecido Raimundo de Souza

SOU DAQUELE TEMPO DO “ERA UMA VEZ. As senhoras e os senhores lembram dele? As boas historinhas infantis do nosso tempo, (pelo menos dos meus setenta e dois anos atrás, começavam assim: “era uma vez...”). Nesse tom, “era uma vez um tempo distante em que se enchia o peito para dizer que o Brasil recuperava, à noite, deitado em berço esplendido, o que lhe roubavam de dia. Hoje, bem sabemos, roubaram o berço e, de roldão, levaram também a noite.

A máxima, se não encerrava nenhum conceito didático, servia quando nada, de consolo à leniência no combate aos piratas (do Caribe?), não do dinheiro público. Nada a ver com o velho Johnny Depp, aquele do “Piratas do Caribe”. Talvez esteja essa criatura mais envolvido com a “Hora do pesadelo”. Em linhas gerais, só lembrando, na hora do pesadelo, “um grupo de adolescentes tem angústias horríveis, em que são atacados por um homem deformado com garras de aço”. Não são canetas de um certo ministro, são garras de aço.

O personagem da “hora do pesadelo”, apenas aparece durante o sono e, para se escapar dele, é preciso acordar. Diferente do nosso, ou melhor dito, das inquietações infames que nos assolam em dias de hoje. Acordado ou dormindo, estamos fodidos e sem termos onde enfiarmos nossos rabos para fugirmos das “picas voadoras”. Tempos prosaicos de autodefesa nacional contra as fraudes (não confundam com fraldas, pelo amor de Deus) de braços dados com a impunidade, ao mesmo tempo em que se proclamava a pujança de um país rico, muito acima da ação predatória ao erário.

E todos nós dormíamos felizes. Sonhávamos com passarinhos azuis, com mulheres novas peladas, cantando Zezé Di Camargo no SBT das filhas do Silvio Santos, porque o futuro se nos acenava venturoso, belo, formoso, valendo se de uma outra máxima tão persuasiva quanto a primeira, segundo a qual, éramos todos o próprio futuro na sua melhor forma de expressão. Interessante lembrar (embora desnecessário, pois sabendo, de antemão, que o brasileiro é possuidor de uma memória fantástica e acima de qualquer suspeita, principalmente para as coisas fúteis ligadas ao futebol) o futuro continua dissociado do passado. Para quem não sabe, dissociado significa despegado, desunido ou cortado.

Para o Partido dos Trabalhadores, o famoso e “onrado PT” (conhecido também como “Partido dos Trambiqueiros”, ou “Partido dos Trapaceiros”) é como se esse tempo das vacas gordas não existisse, muito menos tivesse valor na sequência administrativa no presente, ou melhor dito, no nosso agora. De bom entendimento trazermos à baila, que a nossa noção política de tempo inexiste e o futuro continua dissociado ou desgarrado, divorciado do passado.

Desconhecemos que dele se extraem lições, as quais, se levadas a sério, direcionam o futuro. Perdemos, assim, por conta da burrice cavalar, as referências de erros e acertos políticos econômicos e administrativos, e pior, enterramos na casa do caralho, valores morais e éticos, imprescindíveis à vida pública. Em tempos de agora, pelo andar da carruagem desconsiderá-los, assim, sem mais nem menos desprezando seu valor pedagógico, é no mínimo desconhecermos a ignorância pomposa que nos reserva tempos mais difíceis e cavernosos ainda.

Este, pois, parece ser e, de fato é, com todas as letras o projeto político do atual governo, que age na surdina, por baixo dos panos, que trabalha no susto, na bacia das almas, sempre que explode um problema depauperando ou desassossegando toda a nação. As expectativas de mudanças, então no cu da vala. Em verdade, vagueiam no limbo podre da mediocridade ideológica insensata, espaço no qual os petistas batem cabeça como se fossem macumbeiros desnorteados sem um pai de santo de pulso firme mantendo na linha da putaria, a pocilga de todo um terreiro às portas da falência total.

Pois bem! Se a maneira petista de governar está centrada no troca-troca dos bonés e calcinhas do ilustre presidiariodente Mula Fula Gula da Silva, hoje um especialista em canjas, metáforas e eufemismos (tipo “devemos prender na “Polpuda” as meninas e os meninos menores, eles são os responsáveis diretos por virarem as cabeças dos homens” ou “se todos andarem de vião, aquele treco que “vua” pra quê mais motos e carros atravancando o trânsito por todas as cidades?”). Muitas são, senhoras e senhores, as razões de preocupação quanto ao futuro.

Entre tapas e beijos, beliscões e dedadas, o fato é que o país não pode ficar à mercê do que passou. Porra, o que passou, passou. Foda-se. Já era. E não se fala mais disso. O país Brasil ou o que ainda resta dele, não suporta, inclusive, não quer mais ser transformado em laboratório de experiências esdruxulas que se mostram inócuas e desastradas. Os brasileiros, pelo menos aqueles que ainda têm vergonha e brio na cara, enfim, os sérios e honestos, repudiam ser eternamente chamados de cobaias políticas notadamente das travessuras e invenções criadas pelos petistas. 

Pois é, caras senhoras e amados senhores. Pensem seriamente. O tempo passa, corre, descamba, e os problemas do país, ou da nação inteira se avolumam em latitude e longitude pela improvisação política desenfreada. As máximas, ao perderem a significação, caíram em desuso. Ninguém as pronuncia mais e delas, poucos se lembram, porque o país mudou e muito. Mudou para pior, é bem verdade, mas cá entre nós, mudou, ou está tentando subir um degrau.

Aos trancos e barrancos, os pés capengando... a claridade deixou de ser empecilho e, assim, o dia se juntou à noite, numa alegoria sincronizada de caça ao Tesouro Público. Ao lado, claro, da impunidade. Sempre ela, sempre ela. A Impunidade. Para terminar, um lembrete: a incompetência pública é crime político porque sentencia o povo sofrido, o povo sem eira nem beira, a permanecer ad aeternum atrelado, agarrado e amordaçado, pés, mãos, bocas e bunda, aos colhões do famigerado e vergonhoso passado.

Título e Texto: Aparecido Raimundo de Souza, de Vila Velha, ES, 19-12-2025 

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