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Foto: António Pedro Santos |
Os trabalhadores da TAP
escreveram hoje uma carta ao primeiro-ministro a pedir que não seja cego na
aplicação dos cortes salariais e de subsídios de férias e de natal,
considerando que "ainda vai a tempo".
"As leis são gerais e
abstratas, mas a sua aplicação não é cega", dizem na carta que está a
chegar à caixa de correio eletrónica dos trabalhadores da companhia aérea,
pedindo a Pedro Passos Coelho que "não seja também cego".
Na missiva enviada ao
primeiro-ministro, a que a Lusa teve acesso, os funcionários da companhia aérea
defendem que "ainda vai a tempo [de aplicar um regime de exceção]" e,
acrescentam, "o seu Ministro das Finanças não deixará de concordar"
com os argumentos dos trabalhadores.
"Sabemos há muitos
anos o que é austeridade. A TAP não precisa que a 'troika' ou o Governo venham
impor receitas", dizem, considerando que "a TAP e os seus deviam
servir de exemplo do que deve ser o setor produtivo português".
Na missiva enviada a Passos
Coelho, os funcionários da companhia aérea nacional realçam que "não se
deve dar tratamento igual ao que é desigual", realçando que "a TAP
não recebe um cêntimo do Orçamento do Estado desde 1997, ano em que recebeu o
último apoio estatal, em nada contribuindo para o défice público desde
então".
"E é um erro enorme,
senhor primeiro-ministro, com o qual nada ganha e muito pode perder", alertam,
explicando que "nada ganha o Orçamento do Estado, porque o dinheiro
confiscado aos trabalhadores fica na TAP".
Mais, dizem, "o ganho
financeiro, obtido à custa dos trabalhadores, só pode gerar
descontentamento e instabilidade, que é o que mais desvaloriza a empresa",
realçando que "no ano em que [o Governo] quer proceder à privatização da
TAP, muito está em jogo".
"Em vez de nos castigar,
dê-nos ao país como exemplo, exemplo daquilo que se que se quer para o Setor
Empresarial do Estado, em primeiro lugar e para Portugal em geral",
reclamam.
A TAP enviou
uma circular aos trabalhadores a informá-los que tinha "diligenciado
oportunamente junto das autoridades competentes no sentido de serem
estabelecidas as medidas de adaptação adequadas às especificidades das empresas
do grupo", não tendo obtido uma resposta.
Em 2011, a companhia aérea
obteve o acordo do Governo para aplicar um regime de exceção,
ao abrigo do qual os cortes salariais incidiram sobre os subsídios de
férias e de Natal, em vez de afetarem a remuneração mensal, como aconteceu
aos funcionários públicos e aos trabalhadores das empresas do
Setor Empresarial do Estado.
Título e Texto: Jornal "i", 17-02-2012
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