sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Trabalhadores da TAP pedem exceção

Foto: António Pedro Santos
Os trabalhadores da TAP escreveram hoje uma carta ao primeiro-ministro a pedir que não seja cego na aplicação dos cortes salariais e de subsídios de férias e de natal, considerando que "ainda vai a tempo".
"As leis são gerais e abstratas, mas a sua aplicação não é cega", dizem na carta que está a chegar à caixa de correio eletrónica dos trabalhadores da companhia aérea, pedindo a Pedro Passos Coelho que "não seja também cego".
Na missiva enviada ao primeiro-ministro, a que a Lusa teve acesso, os funcionários da companhia aérea defendem que "ainda vai a tempo [de aplicar um regime de exceção]" e, acrescentam, "o seu Ministro das Finanças não deixará de concordar" com os argumentos dos trabalhadores.
 "Sabemos há muitos anos o que é austeridade. A TAP não precisa que a 'troika' ou o Governo venham impor receitas", dizem, considerando que "a TAP e os seus deviam servir de exemplo do que deve ser o setor produtivo português".
Na missiva enviada a Passos Coelho, os funcionários da companhia aérea nacional realçam que "não se deve dar tratamento igual ao que é desigual", realçando que "a TAP não recebe um cêntimo do Orçamento do Estado desde 1997, ano em que recebeu o último apoio estatal, em nada contribuindo para o défice público desde então".
"E é um erro enorme, senhor primeiro-ministro, com o qual nada ganha e muito pode perder", alertam, explicando que "nada ganha o Orçamento do Estado, porque o dinheiro confiscado aos trabalhadores fica na TAP".
Mais, dizem, "o ganho financeiro, obtido à custa dos trabalhadores, só pode gerar descontentamento e instabilidade, que é o que mais desvaloriza a empresa", realçando que "no ano em que [o Governo] quer proceder à privatização da TAP, muito está em jogo".
"Em vez de nos castigar, dê-nos ao país como exemplo, exemplo daquilo que se que se quer para o Setor Empresarial do Estado, em primeiro lugar e para Portugal em geral", reclamam.
Esta carta ao primeiro-ministro, que está a circular por e-mail, segue com a indicação que deve ser assinada por todos os trabalhadores da TAP que se revejam no seu conteúdo.
TAP enviou uma circular aos trabalhadores a informá-los que tinha "diligenciado oportunamente junto das autoridades competentes no sentido de serem estabelecidas as medidas de adaptação adequadas às especificidades das empresas do grupo", não tendo obtido uma resposta.
Em 2011, a companhia aérea obteve o acordo do Governo para aplicar um regime de exceção, ao abrigo do qual os cortes salariais incidiram sobre os subsídios de férias e de Natal, em vez de afetarem a remuneração mensal, como aconteceu aos funcionários públicos e aos trabalhadores das empresas do Setor Empresarial do Estado.
Título e Texto: Jornal "i", 17-02-2012

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