terça-feira, 21 de outubro de 2025
[Aparecido rasga o verbo] Pra burra só faltavam as penas...
[Livros & Leituras] Lênin, Stálin e Hitler – A era da catástrofe social
Robert Gellately, Editora Record, Rio de Janeiro, 2010, 798 páginas.
Lênin, Stálin, Hitler. Nomes
inextrincavelmente ligados ao curso da história contemporânea. No meio do
turbilhão europeu da primeira metade do século XX, esses ditadores tomaram
decisões que moldaram o mundo como conhecemos. E tornaram impossível conjurar
outra imagem para a Europa atual.
Em Lênin, Stálin e Hitler, o renomado
historiador Robert Gellately disseca o período entre 1914 e 1945, uma era de
turbulência quase contínua: duas guerras mundiais, a Revolução Russa, o
Holocausto, a ascensão do Terceiro Reich. E mostra como esses três homens
ocuparam posições centrais nesses eventos.
Gellately analisa, ainda, as ligações
entre estes momentos históricos e avisa: considerar tais acontecimentos como
episódios não conectados equivale a não compreender suas gêneses e naturezas.
O autor foca as potências dominantes
da época, União Soviética e Alemanha nazista, mas analisa a catástrofe em
termos globais. Afinal, mais vidas foram perdidas nesse intervalo do que em
qualquer outro na história.
Poucas semanas após a tomada do poder,
os bolcheviques criaram forças policiais secretas muito mais brutais que os
similares czaristas. Os nazistas fizeram o mesmo e instituíram a Gestapo. Sob
ambos os regimes, milhões foram encarcerados, torturados e mortos.
Neste livro, Gellately argumenta contra a corrente que ameniza o papel de Lenin nos crimes de Stálin e mostra que o terror colhido pelo segundo foi em grande parte plantado pelo primeiro. Na Primeira Guerra Mundial, algo ao redor de oito milhões de homens morreram em combate, sete milhões ficaram permanentemente incapacitados e outros 15 milhões, seriamente feridos. Estimados cinco milhões de civis perderam suas vidas em decorrência de “causas relacionadas à guerra”, tais como doenças e subnutrição.
segunda-feira, 20 de outubro de 2025
Polícia intima 4,2 mil usuários de celulares roubados no RJ; prazo é de 72 horas
A Polícia Civil do RJ iniciou nova fase da Operação Rastreio nesta segunda (20/10) e intimou 4,2 mil usuários de celulares roubados ou furtados
Diário do Rio
A Polícia Civil do RJ começou,
nesta segunda-feira (20/10), uma nova etapa da Operação Rastreio.
Cerca de 4,2 mil usuários foram intimados a entregar
seus celulares em até 72 horas, por suspeita de roubo,
furto ou receptação. As intimações chegam por mensagem diretamente
nos aparelhos.
Quem comprou usado ou
seminovo precisa checar se recebeu o aviso de irregularidade.
Se foi intimado, deve procurar uma delegacia e devolver
o dispositivo ainda nesta semana.
Desde maio, a Operação Rastreio já recuperou 7,2 mil celulares no estado. Desses, cerca de 3 mil foram devolvidos voluntariamente por usuários que se apresentaram em delegacias em fases anteriores. A ação resultou em 420 prisões — 85% por receptação. Todos os aparelhos recuperados seguem para perícia; os proprietários legítimos estão sendo identificados para restituição.
O STF virou piada
Lygia Maria
Supremo
ignora jurisprudência sobre crimes contra a honra em caso de suposta fala
caluniosa de Sergio Moro contra Gilmar Mendes
Um motorista encosta o carro numa venda para pedir informação. "Amigo, bom dia! Eu tô precisando de um habeas corpus para um empresário investigado pela Lava Jato, sabe onde é que eu consigo?". O comerciante responde sem titubear: "Habeas corpus é lá com o Gilmar Mendes".
Essa piada está num vídeo de 2018 do grupo
humorístico Porta dos Fundos, que não foi acusado na Justiça por difamar o
ministro do STF. Trata-se de sátira protegida pela liberdade de expressão.
A jurisprudência brasileira tende a afastar o dolo dos crimes contra a honra quando há animus jocandi (intenção de fazer rir). A mais alta corte do país, contudo, vai no caminho contrário.
Em junho de 2024, a Primeira Turma do STF aceitou denúncia contra Sergio Moro (União Brasil-PR) feita pela PGR, que acusa o senador de caluniar Gilmar Mendes; neste mês, formou maioria para rejeitar o recurso da defesa.
Em vídeo que viralizou em abril de 2023, Moro aparece numa festa junina falando sobre a brincadeira chamada "cadeia" (pagar uma prenda para tirar alguém da "prisão"). Alguém diz que ele "Está subornando o velho", e Moro responde, rindo: "Não, isso é fiança. Instituto para comprar um habeas corpus do Gilmar Mendes".
"A Folha, que acusa Washington de 'promover instabilidade na América Latina', ignora deliberadamente que a única instabilidade real vem dos regimes autoritários"
Leandro Ruschel
Tanto o Estadão quanto a Folha publicaram editoriais condenando a pressão militar que Donald Trump vem exercendo contra um dos regimes mais brutais e corruptos do planeta — o regime comunista venezuelano, responsável por transformar um país outrora próspero num laboratório de miséria, censura e repressão.
É sempre o mesmo roteiro: os militantes de redação de esquerda até se permitem críticas pontuais ao chavismo, apenas o suficiente para manter uma aparência de “equilíbrio jornalístico”. Mas, no momento em que algo realmente ameaça o regime — seja uma pressão internacional, uma sanção econômica, ou agora, uma ofensiva diplomática e militar dos Estados Unidos — eles correm em sua defesa, invocando o velho discurso da “soberania nacional” e da “estabilidade regional”.
O resultado é previsível: em nome da “paz”, legitimam a tirania; em nome da “democracia”, protegem ditadores. A Folha, que acusa Washington de “promover instabilidade na América Latina”, ignora deliberadamente que a única instabilidade real vem dos regimes autoritários — como o de Nicolás Maduro — que reprimem, torturam e exilam milhões de cidadãos.
domingo, 19 de outubro de 2025
O que falta a Ventura
Presidenciais são terreno para gladiadores e André Ventura veste a armadura de homem forte como tantos outros líderes da nova direita pelo mundo
Rui Calafate
Desenganem-se os incautos muito ágeis a dardejar André Ventura [foto] na noite de domingo, num exercício doentio e pouco decente de vingança do politicamente correto, o líder do Chega está bem vivo e mais forte.
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Foto: Manuel de Almeida/Lusa |
Foi apenas vítima do excesso
de confiança de quem, em apenas seis anos, conseguiu levar um dito ‘partido de
um homem só’ a segunda maior força política com 60 deputados. O seu desígnio de
30 câmaras a conquistar era muito optimista por dois motivos.
Em primeiro lugar, ainda não
tem estrutura suficiente espalhada pelo território que lhe garantisse bons
cabeças-de-lista, conhecidos e respeitados pelas comunidades, em 308
municípios. Depois, a Marca Chega não bastou para empurrar os seus deputados
como ganhadores e futuros autarcas. André Ventura ainda teve a habilidade de
apelar ao voto útil da direita – nos concelhos em que o Chega podia bater PS e
CDU – mas foi infrutífero o seu esforço.
Mas foi um mau resultado?
Informo as hienas do politicamente correto que não. Passou de zero câmaras e 18
vereadores em 2021 para 3 e 137 vereadores e ao todo obteve mais de 1900
mandatos na totalidade. Com isso ganha influência local, vai criar gabinetes, o
que atrairá mais profissionais qualificados, e assim se cresce estruturalmente.
Sem esquecer o futuro, pois o eleitorado jovem está profundamente fidelizado
pelo líder e por Rita Matias nas redes sociais.
Um dia, quando aquela Anita do Bloco de Esquerda ganhou a câmara de Salvaterra de Magos (saindo depois por indecente e má figura), aqueles que agora tentaram apedrejar André Ventura quase que a ungiram a nova Santa da Ladeira, entretanto, nunca mais o BE venceu nada nas autárquicas. Portanto, desiludam-se o Chega está a iniciar o seu caminho e também aqui irá crescer.
Le terrorisme comme sacrifice religieux : ce que l’accord Trump a ignoré
En substance, pour le Hamas, le terrorisme est une forme de violence sacrée orientée vers le « sacrifice » des ennemis et des martyrs
Gaïa
Le problème est simple. Le
plan en 20 points pour la paix du président Donald Trump repose sur des
prémisses manifestement fausses. Même aujourd’hui, alors que les violations
commises par le Hamas ne cessent de s’intensifier, les partisans de l’accord refusent
de comprendre les motivations profondes du terrorisme arabe palestinien.
En projetant naïvement leur
propre vision de l’histoire occidentale sur le Moyen-Orient actuel, ces
partisans se sont enfermés dans des schémas explicatifs politiques simplistes.
S’accrochant obstinément à des clichés, ils ignorent systématiquement ce qui se
passe sous leurs yeux.
En dernière analyse, le
terrorisme djihadiste (Hamas, etc.) est une expression du sacrifice religieux.
Pour ces criminels (le terrorisme est toujours un crime codifié), la violence
contre Israël représente l’accomplissement d’obligations « sacrées ».
Pour les terroristes du Hamas,
violence et sacré ne font qu’un. Ils sont logiquement indissociables. Négliger
ou méconnaître ce point condamnerait à l’échec tout soi-disant « Conseil de
paix ».
L’histoire mérite une place de choix. Auparavant, la politique israélienne soutenait le Hamas contre le Fatah. À cette époque, l’orientation politique du Fatah était exprimée de manière très directe par Othman Abu Gharbiya, vice-président du Bureau national et politique (Al-Hayat Al-Jadida) : « Nous devons toujours être prêts à sacrifier notre sang, comme au début… et comme nous continuerons à le sacrifier. Le Fatah est un mouvement de sacrifice sanglant… Notre peuple a donné une chance au monde, et si le monde ne saisit pas cette chance, la violence et le chaos s’abattront. »
Por que é que a extrema-esquerda gosta de burkas?
Miguel A. Baptista
A esquerda radical acolhe
a burka não por ignorância, mas porque ela simboliza o que mais
deseja: a erosão moral e cultural do Ocidente.
A burka, imposta nas
versões mais retrógradas e fanáticas do Islão, é um símbolo de violência e
humilhação contra as mulheres.
Ao deixar apenas uma fenda
para os olhos, nega à mulher o campo de visão, a expressão e, sobretudo, a
identidade. Na nossa cultura, o rosto é a marca da pessoa, o sinal visível da
dignidade individual. A burka apaga-o. Transforma o ser humano em
sombra.
Quem a usa dificilmente
encontrará emprego, integração ou liberdade. Não é um traje: é uma cela
ambulante. Por isso foi, e bem, proibida em boa parte da Europa
Ocidental. A burka é um monumento à submissão, uma
peça icónica de um mundo em que a mulher é propriedade. Tudo isto
parece óbvio, mas, como advertia G.K. Chesterton, “chegará o dia
em que teremos de provar ao mundo que a relva é verde”. Pois bem: esse dia
chegou.
E então, porque é que a extrema-esquerda simpatiza com a burka? Porque, para ela, a presença da burka no nosso espaço público é mais do que uma questão de religião: é um símbolo político. Representa, aos seus olhos, o colapso moral do Ocidente, e tudo o que enfraqueça o Ocidente é, por definição, bem-vindo.
Peine de prison pour avoir critiqué l’islam
La « Palestine » n’est peut-être pas un État, mais
l’islam est déjà un « empire » qui s’étend de Milan à Barcelone, et il aimerait
également ouvrir les prisons d’Allah aux prêtres
Gally
La condamnation d’un prêtre
espagnol pour « discours haineux » a déclenché un débat national sur les
limites de l’expression religieuse et de la liberté de conscience en Europe.
Custodio Ballester, un prêtre de Barcelone connu pour ses opinions tranchées, a
été reconnu coupable la semaine dernière d’avoir tenu des propos « islamophobes
» dans un article qu’il avait écrit il y a plus de sept ans.
Ballester a écrit un article
intitulé « Le dialogue impossible avec l’islam », dans lequel il affirme que «
l’islam radical veut détruire la civilisation chrétienne et raser l’Occident ».
Ballester explique : « Cette
réactivation du dialogue entre chrétiens et musulmans, paralysé par les
prétendues « indiscrétions » de Benoît XVI, est loin de devenir une réalité.
L’islam ne permet pas le dialogue. Pour l’islam, soit vous croyez, soit vous
êtes un infidèle qui doit être soumis d’une manière ou d’une autre. Dans les
pays où les musulmans détiennent le pouvoir, les chrétiens sont persécutés et
tués. De quel type de dialogue parlons-nous ? Les chrétiens en territoire
musulman sont tolérés et « protégés », ils sont des dhimmis, c’est-à-dire s’ils
paient la jizya, un impôt spécial imposé uniquement aux chrétiens. »
En Afrique, les islamistes
imposent la jizya aux communautés chrétiennes : une taxe de 40 dollars.
En Europe, ce sont les
magistrats qui imposent la jizya.
Dans les pays islamiques, l’apostasie et le prosélytisme envers toute religion autre que l’islam ne sont pas autorisés et sont sévèrement punis par le code pénal ; aucune nouvelle église n’est construite et les rares qui peuvent exister dans d’anciennes colonies comme le Maroc sont profanées, détruites ou réaffectées. Même notre liberté d’expression et de pensée n’existe pas dans leurs pays, et ici, ils la limitent ouvertement sous le prétexte pervers et insidieux de l’« islamophobie », qui réduit au silence et muselle toute opposition fondée à leur expansion. Nous devons tout accepter sans nous plaindre si nous ne voulons pas être accusés de « racisme ».
Portugal, de novo, nas bocas do mundo, e outra vez pelos piores motivos
Esfaqueamento mortal de turista americano em Cascais levanta debate sobre segurança em Portugal e eventuais consequências para o turismo
Magalhães AfonsoFoto: João Porfírio
Portugal voltou esta semana a
ser notícia um pouco por todo o mundo e mais uma vez pelos piores motivos.
Depois do acidente do Elevador da Glória em setembro, o esfaqueamento mortal de
um turista norte-americano em Cascais na madrugada de quarta-feira – noticiado
desde a CNN Internacional ao The Independent –
colocou o país sob os holofotes e levantou a discussão sobre a segurança e
eventuais consequências para o turismo.
Segundo o Jornal de
Notícias, o número de homicídios em Portugal continua a aumentar e já
ultrapassou o total registado em todo o ano passado.
Desde janeiro foram
assassinadas pelo menos 94 pessoas, segundo dados policiais apurados até à
data, o que coloca 2025 entre os anos mais violentos da última década. Em 2024,
tinham sido contabilizados 89 homicídios dolosos, de acordo com o Relatório Anual
de Segurança Interna (RASI).
«Os homicídios geram sempre uma maior preocupação pública e isso é preocupante», afirma Hugo Costeira, especialista em segurança interna, que acrescenta haver «mudanças culturais na criminalidade». Segundo o antigo presidente do Observatório de Segurança Interna, ouvido pela Rádio Observador, «atendendo a uma série de fatores externos nós temos importado tendências mais violentas» e «por isso temos de equacionar que temos entre mãos mudanças culturais na criminalidade».
Hugo Costeira diz que «há muitas coisas a acontecer que vão influenciar a opinião pública nesta matéria e estas perceções de insegurança acabam por se transportar para o setor turístico», afirmando não interessar «a ninguém que os EUA emitam um alerta de segurança sobre o turismo em Portugal».
Ciclovia Tim Maia é interditada por conta da ressaca que atinge o litoral do Rio
O Centro de Operações Rio informou que a interdição é temporária e que o mar deve continuar agitado até as 21h desta segunda-feira (20/10)
Victor Serra
A ciclovia Tim Maia, que liga o Leblon a São Conrado, segue interditada desde a manhã deste domingo (19/10) por conta da forte ressaca que atinge o litoral carioca desde a noite de sábado. Equipes da Prefeitura foram acionadas para monitorar a região e garantir a segurança de pedestres e ciclistas.
O Centro de Operações Rio
informou que a interdição é temporária e que o mar deve continuar agitado até
as 21h desta segunda-feira (20/10). A recomendação é evitar a área e redobrar a
atenção nos trechos mais próximos ao mar.
Uma frente fria atua sobre o Rio de Janeiro desde o fim de semana, derrubando as temperaturas e trazendo chuva para a região metropolitana. A máxima neste domingo não deve ultrapassar os 21 graus.
O rato que ruge
Marco Angeli
Apesar de todas as tentativas desesperadas das
chacretes da imprensa – e de seu próprio pessoal – para passar pano e distorcer
a real situação entre Brasil e EUA, lula parece estar ensandecido por ver seus
planos de dominação 'socialista' para a América Latina sendo demolidos.
Mais uma vez, após as celebradas 'conversas
produtivas' de Mauro Vieira – que na realidade foram um balde de água fria na
maladragem brazuca que quer ignorar de qualquer forma o contexto político da
situação – luladasilva volta a atacar Trump, berrando em evento:
“Ninguém vai falar grosso com o Brasil.”
O desespero é evidente, diante da ofensiva dura
dos EUA no cerco a maduro e ao narco tráfico, peças-chave na sustentação do
Foro de São Paulo, a ferramenta de lula para implantação de seu poder.
Enquanto vê desmoronar a estrutura suja montada e
construída durante décadas em parceria com tiranos como castro ou chavez, lula
fica cada vez mais isolado, sem saída, numa sinuca de bico sem solução.
Se ceder ao diálogo proposto por Trump, lula será
forçado a discutir e explicar a ditadura brasileira que o sustenta, deixando de
lado as bravatas e mentiras sobre questões de tarifas.
O que não quer e não pode fazer.
Se se recusa ferozmente – como faz – a dialogar, isola o Brasil burramente e cada vez mais, indo fatalmente em direção a um impasse sem solução como o que levou Cuba ou a Venezuela à miséria há anos.
"Querem segurança? Prendam bandidos de verdade."
Prof. Claudio Branchieri
Comprei morango na sinaleira e paguei no Pix. Vida real: trabalhador vendendo, consumidor comprando, economia girando. Mas agora cada R$ movimentado vira dado na prancheta do Leviatã digital. Não é “imposto do Pix”; é algo pior: é usar a vida financeira de cidadãos comuns para te vigiar e te multar.
A manicure, o pedreiro e a vendedora de morango viram “alvo” do mesmo radar que dizem usar contra o crime. O discurso promete pegar megaesquema com offshore; a prática mira quem não emite nota porque está tentando sobreviver. Fintechs deram liberdade ao povo; o sistema responde com demonização e ameaça de cruzamento de dados.
Querem segurança? Prendam bandidos de verdade.
Deixem quem trabalha em paz. O recado é claro: no Brasil de hoje, o pecado não
é ser bandido — é ousar ser independente do governo.
Texto e Vídeo: Prof. Claudio Branchieri, X, 18-10-2025, 13h07
[As danações de Carina] Escolhas
Carina Bratt
HOJE, DONA NENÊ aos 78 anos, sentada nos pés da cama meio capenga, o colchão sujo, coberto por um lençol enegrecido pela falta de limpeza, olha longamente para o teto da sua casa como quem procura respostas em algumas das muitas rachaduras. Não há filhos correndo pelos corredores, nem os gritos dos netos lhe pedindo atenção, ou os mais traquinas desenhando figuras no chão e nas paredes com pedaços de giz do tempo em que era professora. Não há casa própria. Apenas um barraco entre tantos outros numa favela sem nome de rua e sem um número no portão de entrada que possa indicar aos passantes, que ali é o seu lar.
Em contrapartida, há exames pendentes jogados
numa cestinha de vime ao lado de um criado mudo próximo à janela. Persistem
dores estranhas que não se explicam, e talvez, ‘para ontem’, uma internação à
vista, sem acompanhante, sem alguém para segurar a sua mão, se por qualquer
motivo precisar deixar o mundo dos vivos. Ela pensa nas escolhas. Pensa muito.
Sempre pensa nas malditas escolhas. Ou melhor, rumina lentamente nas
‘não-escolhas’. Nos ‘depois eu vejo’, nos ‘não agora’, nos ‘não sei o que
fazer’. Foram tantas vezes em que a vida pediu uma decisão e ela respondeu com
silêncio.
E o silêncio, a mudez desses instantes, ela
descobriu tarde, também, obviamente por algum motivo que não lembra, mas na
verdade, foi uma porcaria de uma escolha. Dona Nenê se quedou em permanecer em
relações que não a viam. Empregos os
mais diversificados que pagavam pouco e exigiam muito. Escolheu não pedir ajuda
aos vizinhos mais próximos, e o fez por orgulho ou por vergonha e medo. Vai se
saber, nessa altura do campeonato! Decidiu não cuidar da saúde, porque sempre
havia algo mais urgente. E por ser urgente, achou melhor deixar para outro dia.
‘Talvez amanhã eu acorde mais disposta’. Mas hoje, aos 78 anos, com o corpo
pedindo socorro e o coração com um punhado de pontos de interrogações, ela
entende que ainda há tempo.
Que mesmo sem o carinho necessário dos filhos, sem a ternura contagiante dos netos, sem a paz acolhedora de uma casa para chamar de sua, e sem companhia para bater papo, há algo que ninguém pode tirar dela: e o que é? A chance de escolher diferente. Dona Nenê, num dado momento, respira fundo. Talvez amanhã (Oxeeeeee!) marque os exames. Talvez depois procure um abrigo, uma conversa, um gesto de cuidado. Talvez, no sábado, ligue para seus filhos e peça que tragam os netos, ou talvez, no pior dos mundos, escreva uma carta para si mesma, dizendo: ‘Nenê, sua abestalhada, você merece mais do que o que aceitou até aqui.’
sábado, 18 de outubro de 2025
[Versos de través] Um Deus + A Liberdade
Joel Henriques
Um Deus
E perdi os sinais que eram seus
Com o próprio mistério do ser.
Espírito caído por reler
A vasta condição dos himeneus,
Larguei os universos antes meus
Sem me caber o céu ou rir sequer.
Sofri com a descrença do verão,
Depressa me levou o brando dom
Que depois não ficou para ninguém.
Agora em pleno rio sempre vão
Acerto a palavra com o tom
E vejo nesta terra a minha mãe.
A Liberdade
A casa, a noite, as aves, a palavra.
O Sol interior, um deus que lavra
E a benção da chuva me desvela.
sexta-feira, 17 de outubro de 2025
A esquerda que grita ao passado e se cala no presente
Miguel A. Baptista
A esquerda gosta de carregar a dor da escravidão que os povos africanos sofreram. Carrega-a com fervor moral, como se fosse sua, como se o passado se purificasse à força de indignação retroativa. Essa dor, legítima, sem dúvida, nada devolve a quem foi escravizado. E, no Ocidente, a escravatura acabou há mais de século e meio.
Convém recordar um detalhe que
raramente entra nos manuais de virtude progressista: a esquerda teve pouco,
muito pouco, protagonismo no abolicionismo. Os verdadeiros motores da abolição
foram cristãos, evangélicos anglicanos, metodistas e quakers, que
viam no ser humano um filho de Deus, único e irrepetível. Para eles, a
escravatura era incompatível com a dignidade humana.
Pois bem, os que hoje gritam
contra a História são muitas vezes os mesmos que se calam, ou
alinham, perante os ultrajes do presente. São cúmplices, por ação ou
omissão, da opressão imposta às mulheres por fações islâmicas retrógradas que
as confinam à sombra e lhes negam o direito de existir no espaço público.
Hoje, ao votar contra a
proibição da burka, a esquerda escolheu, consciente ou
dissimuladamente. ficar do lado errado da História. Votou contra a
dignidade e a favor da submissão.
Shame on them.
Título e Texto: Miguel A.
Baptista, Corta-fitas,
17-10-2025
Parlamento português aprova proibição do uso de burca em espaços públicos
Mais de 15 anos após falência, Varig está no centro de uma batalha bilionária
União, fundo de pensão Aerus e BTG Pactual disputam o destino de R$ 3 bilhões da antiga gigante da aviação brasileira
Rikardy Tooge
Em disputa está um saldo de
cerca de R$ 3 bilhões remanescente de um precatório de R$ 4,7 bilhões, que foi pago pela União em
julho deste ano à massa falida da Varig. Precatório é uma ordem de
pagamento emitida pelo Judiciário quando o Estado (União,
Estado, Município ou autarquia) perde uma ação definitiva e não há mais
possibilidade de recurso.
O embate ganhou força em
agosto, quando o Aerus, entidade que administra as aposentadorias dos
ex-funcionários, e um fundo administrado pelo BTG foram à Justiça para tentar
acessar os recursos. A União, por sua vez, defende que o dinheiro permaneça
bloqueado até a conclusão de outras ações judiciais relacionadas à falência.
Uma decisão recente do
Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ) autorizou a divisão dos cerca de
R$ 3 bilhões que devem entrar no caixa da massa falida da Varig entre os
credores com garantia real — aqueles que têm créditos respaldados por bens ou garantias
formais da companhia. Apesar do resultado favorável, os recursos ainda não
foram liberados.
Hoje, os dois principais
credores dessa categoria são o Aerus e o FIDC Precatórios Brasil,
fundo gerido pelo BTG Pactual e representado pela securitizadora Travessia.
O Aerus é o maior credor, com crédito original de cerca de R$ 2,6 bilhões —
valor que, corrigido, pode ultrapassar R$ 5 bilhões. O fundo ligado ao BTG, por
sua vez, tem um crédito reconhecido em torno de R$ 141 milhões, adquirido de
uma subsidiária do Banco do Brasil.
A decisão da Justiça fluminense contrariou a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN), que recorreu para tentar manter o bloqueio dos valores até o julgamento de uma ação que discute a o pagamento de dívidas tributárias da antiga Varig — estima-se que a União tenha mais de R$ 10 bilhões em impostos a receber da empresa. O órgão sustenta ainda que o dinheiro não integra definitivamente o patrimônio da massa falida.
The Next Putin-Trump Meeting Might Lead To Something Tangible This Time Around
Andrew Korybko
The geostrategic context of newfound pressure upon
each, their increased bilateral tensions, and rising fears that false flag
provocations in Europe could manipulate them into war with one another make it
likely that their planned Budapest Summit will be more successful than the
Anchorage one
The next
Putin-Trump meeting will soon take place in Budapest. Prior to their
last one in Anchorage, the vision that they were working towards was a resource-centric
strategic partnership that could then become a steppingstone towards a
more comprehensive one in the future. For that to happen, either Putin had
to freeze
the frontlines or Trump had to coerce Zelensky
into withdrawing from Donbass, but neither could agree to what was requested of
them so their New
Détente went nowhere.
Even worse, the Europeans then
became serious
obstacles to peace, even going as far as teaming up with the Brits and
Zelensky to propose dangerous
“security guarantees” that riled Russia. Trump ramped
up his rhetoric against Putin afterwards, arguably due to him being
manipulated by Lindsey
Graham and Zelensky, thus culminating in the latest talk about sending
Tomahawks to Ukraine. It was within this tense context that they
talked again, right
before Zelensky’s trip to DC, and agreed to meet in Budapest.
Each side is also coming under a lot of newfound pressure nowadays that conceivably influenced their latest call and plans to meet. From Russia’s side, the new TRIPP corridor will inject Western influence along Russia’s southern flank via NATO member Turkiye (despite Russia’s thaw with Azerbaijan), Poland is reviving its long-lost Great Power status along Russia’s western flank, and Russia’s Foreign Intelligence Service (SVR) revealed last month that French and UK troops are already in Ukraine’s Odessa Region.
[Aparecido rasga o verbo] O milagre do fogão
quinta-feira, 16 de outubro de 2025
[Daqui e Dali] A decadência da civilização
Humberto Pinho da Silva
Disse no final do século XX, na conferência que realizou na Fundação do Século XXI, Agustina Bessa-Luís [foto]: "Estamos a entrar num século vazio de culpa, naturalmente esterilizado, a ponto de a piedade ser abolida." Não só a piedade, mas também a Moral e a Educação.
Não sou leitor assíduo de
Fernando Pessoa, embora lhe reconheça valor. Mas não concordo com muitas das
suas incongruências, alucinações e patológicas maneiras de ser e de se exprimir
Todavia, parece-me que
alguns dos seus versos são indignos de aparecer em seletas escolares, como foi
o caso do "Encontro", destinado a alunos do 12º ano, em que foram
substituídos por tracejados versos de linguagem inapropriada.
Diziam o seguinte: “Os
automóveis apinhados de pândegos e de putas", "E cujas filhas de oito
anos - e eu acho isto belo e amo”, "Masturbam homens de aspeto decente,
nos vãos de escadas" - segundo noticia publicada no "Jornal de
Notícias", de 15 de janeiro de 2019, pág. 7.
Só a decadência a que
chegamos é que permite a publicação de poemas desses, em seletas escolares!
Certo é que os versos foram
substituídos por tracejados, mas, por isso mesmo, despertam ainda mais a
curiosidade dos jovens.
O que acabam de ler serve perfeitamente para se avaliar, não só o que dão a ler aos nossos jovens, mas para se verificar o nível moral a que se chegou!
Qatar and Turkey Want to Rebuild Hamas, Not Reconstruct Gaza
Khaled Abu Toameh
Inviting Qatar and Turkey to
play a role in the Gaza Strip means again bringing Iran in through the back
door. Both countries have strong relations and shared interests with Iran.
§ In
the time-honored tradition of Arab politeness, these countries may well be
telling Trump what he would like to hear -- secure in the knowledge that in
three years, he will be off their backs, unable to pressure them anymore.
Meanwhile, they will have positioned themselves comfortably in Gaza, learned
more about Israeli technology, and be free to do as they like.
§ "Qatar
and certainly Turkey must not have a foothold in Gaza again. The United Arab
Emirates (UAE), Egypt and Jordan hate Hamas and are more concerned about the
Palestinians in the Gaza Strip. Qatar is the one that funded Hamas in the years
leading up to October 7..." — Unnamed senior Israel Defense Forces
officer, YNET, October 12, 2025.
§ It
is laughable -- and dangerous -- to assume that under their current rulers,
Qatar and Turkey, as well as Iran, would ever play a positive and constructive
role in ensuring peace and stability in the Middle East. These three regimes
have always been on the side of the Muslim Brotherhood organization and several
Islamist terror groups, including Islamic State (ISIS), Al-Qaeda, Hamas,
Palestinian Islamic Jihad, and Hezbollah.
§ Qatar and Turkey are not interested in the reconstruction of the Gaza Strip. Instead, they are interested, with the backing of Iran, in rebuilding Hamas's military and civilian capabilities and ensuring that the terror group, perhaps in some rebranded form, remains in power.
Desarmado? Espada do General Osório é roubada de monumento que já se encontra totalmente depenado
Inaugurada em 1894, escultura de oito metros de altura, diante do Paço Imperial, se encontra em péssimo estado de conservação
Altair Alves
A espada empunhada pela estátua erguida em homenagem ao General Osório, no Centro do Rio, foi roubada. O monumento na Praça XV, inaugurado em 1894, e que frequentemente é alvo de vândalos, já teve as balas do canhão e a placa de bronze de identificação levada por criminosos. O gradil que circunda a obra, assim como as cabeças e patas dos cavalos que ficam localizadas na base da escultura, também não escaparam da ação dos bandidos.
O conjunto artístico equestre
de 8 metros de altura, que celebra a figura do General Osório, um dos militares
que, entre a segunda metade do século XIX e meados do século XX, era uma dos
nomes mais populares do exército, vêm sendo destruído e saqueado aos poucos.
O DIÁRIO DO RIO tem
noticiado delitos desse tipo contra o patrimônio histórico da cidade. Em setembro deste ano, por exemplo, partes dos quatro pedestais que cercam a estátua do General Osório também desapareceram. Os próprios
frequentadores do espaço, entre trabalhadores e residentes do trecho,
denunciaram os crimes.
O destino dessas peças, em sua
maioria de bronze, são os inúmeros ferros-velhos clandestinos que operam no
Rio. Em sua maioria, esses depósitos ilegais funcionam em “parceria” com
moradores de rua, apontados pelas autoridades como os principais responsáveis
pela degradação dos monumentos.
Mas essa triste realidade não é exclusividade da estátua do General Osório. A mutilação dos equipamentos culturais na capital carioca, sobretudo na região central, tem aumentado nos últimos anos.
Rio mantém temperaturas altas, mas frente fria deve mudar o tempo no fim de semana
Fim de semana tem previsão de chuva. Apenas no domingo, as temperaturas apresentarão queda, ficando entre 16ºC e 24ºC
Larissa Ventura Foto: Fernando Maia/Riotur
Segundo o Alerta Rio, as
condições atmosféricas nesta quinta-feira (16/10) se manterão estáveis na
cidade do Rio de Janeiro. A previsão é de céu nublado a parcialmente nublado,
sem chuva. Os ventos estarão fracos a moderados e as temperaturas não apresentarão
grandes variações em relação ao dia anterior, com máxima prevista de 29°C.
Na sexta-feira (17/10), a
nebulosidade estará variada e também não há previsão de chuva. Os ventos
estarão fracos a moderados e as temperaturas apresentarão elevação, chegando a
máxima de 34ºC.
Já no sábado (18/10), a formação de um sistema de baixa pressão próximo da costa da região Sudeste e a aproximação de uma frente fria continental influenciarão o tempo na cidade do Rio. Assim, haverá aumento de nebulosidade e há previsão de pancadas de chuva com raios a partir da tarde. Mesmo assim, as temperaturas continuam altas, variando entre 18ºC e 33ºC.
Turista norte-americano morre esfaqueado em Portugal
AFP
Um turista norte-americano
morreu nesta quarta-feira (15) depois de ser esfaqueado e outro ficou
gravemente ferido em Cascais, uma cidade ao oeste de Lisboa, anunciou a polícia
portuguesa.
"Um dos turistas morreu
no local e o outro sofreu ferimentos profundos no rosto e no braço",
afirmou à AFP um porta-voz da Polícia de Segurança Pública (PSP), sem revelar
mais detalhes.
A vítima ferida foi levada
para um hospital em Lisboa, segundo a imprensa local. Os três suspeitos da
agressão fugiram em um veículo e ainda não foram localizados.
"Divulgamos para todo o
dispositivo da PSP as informações necessárias para localizar os
suspeitos", afirmou a polícia. O caso foi encaminhado ao Ministério
Público e à Polícia Judiciária.
Título, Imagem e Texto: AFP, O Dia, 16-10-2015, 8h58
Turista norte-americano morto à facada em Cascais em tentativa de assalto
Turista que morreu esfaqueado em Cascais tentava ajudar amigo agredido
Turista americano morto à facada em Cascais
Ônibus escolar cai de ribanceira em São Conrado
Veículo estava estacionado numa garagem quando despencou
O Dia
Um ônibus escolar despencou de uma ribanceira e ficou preso no guarda-corpo da Autoestrada Lagoa-Barra, na pista sentido Zona Sul, próximo ao Túnel Zuzu Angel, no início da tarde desta quarta-feira (15). Embora o veículo tenha ficado destruído, felizmente ninguém se feriu.
O coletivo estava parado em uma garagem de ônibus escolares que há no local quando caiu do barranco. No momento da queda, não havia passageiros ou motorista dentro do veículo. A principal hipótese é de que o freio não tenha sido acionado no momento do estacionamento.
A frente do ônibus ficou completamente destruída. O vidro frontal foi quebrado e acabou desprendendo a estrutura. No chão, bichinhos de pelúcia, que provavelmente ficavam em cima do painel, ficaram caídos. O guarda-corpo impediu que o veículo avançasse para a via.
Embora não tenha atingido a autoestrada, o trânsito ficou intenso na região, já que motoristas acabam reduzindo a velocidade para olhar o acidente. Equipes da CET-Rio e da Guarda Municipal atuam no local. De acordo com o Centro de Operações Rio (COR), a operação de retirada do veículo tem previsão de início às 23h30.
Incêndio atinge restaurante no Catete na hora do almoço
Fogo começou na cozinha e se espalhou para o andar superior do imóvel. Clientes e funcionários tiveram de ser retirado às pressas
O Dia
Equipes do Corpo de Bombeiros
do Quartel do Catete foram acionadas para conter o fogo. Um idoso chegou a
ser atendido pelos socorristas, mas aparentava estar bem.
Veja o vídeo:
FC Porto abdica da receita do jogo da Taça em favor do Celoricense
Joana Carvalho
Num gesto de solidariedade, os dragões decidiram ceder
a totalidade da sua parte da bilhética e dos direitos televisivos ao adversário
do Campeonato de Portugal. O montante ajudará o Celoricense a equilibrar as
contas da época
O FC Porto vai entrar em campo este sábado (18h), no Estádio Cidade de Barcelos, para defrontar o Celoricense na 3.ª eliminatória da Taça de Portugal, mas fê-lo já a marcar pontos fora das quatro linhas. Num gesto de solidariedade e respeito por um adversário de realidade financeira incomparável, os dragões decidiram prescindir da sua parte da receita global do encontro — que inclui bilhética e direitos televisivos — a favor do clube de Celorico de Basto.
Segundo apurou a Sportinforma, o acordo foi estabelecido entre a SAD portista e o presidente do Celoricense, Leandro Gonçalves, e permitirá ao emblema do Campeonato de Portugal reforçar a sua sustentabilidade financeira. A verba deverá ser canalizada para melhorias no Estádio Municipal de Cabeceiras de Basto, gerido em grande parte pela SDUQ do clube.
O espelho cruel de Gaza: a esquerda europeia perante o islamismo
O antissionismo, envolto em linguagem progressista e apelos humanitários, surge como nova máscara de antigas formas de antissemitismo. Sob o pretexto da justiça social, ressurgem temas de perseguição e culpabilização do povo judeu, agora adaptados ao discurso político contemporâneo
João Maurício Brás
Num cartoon recente surge uma figura facilmente reconhecível como expressão do Hamas ou, em sentido mais amplo, do radicalismo islâmico. Segura um palestiniano num braço e um judeu no outro. Perante o anúncio de um cessar-fogo em Gaza, pergunta: «É para libertar os reféns judeus ou os reféns palestinianos?»
Os reféns israelitas, os ainda vivos, porque muitos foram brutalmente assassinados pelo Hamas, especialmente mulheres, começam finalmente a ser libertados. E, no entanto, continua por resolver uma questão ainda mais trágica: quando será verdadeiramente liberto o povo palestiniano, refém do próprio Hamas, do Irão e do ódio antissemita que o instrumentaliza? Após a retirada do exército israelita de certas zonas de Gaza, o Hamas iniciou uma nova vaga de execuções contra palestinianos considerados desobedientes aos seus ditames. O cartoon acerta, assim, numa das verdades fundamentais e frequentemente esquecidas deste conflito: os principais reféns do terrorismo islâmico antissemita são, muitas vezes, os próprios palestinianos.
Há, porém, uma segunda questão, igualmente inquietante: a coexistência cada vez mais visível entre a esquerda ocidental e este islamismo.
O massacre de 7 de outubro e o subsequente recrudescimento do conflito israelo-palestiniano revelaram o verdadeiro rosto da esquerda europeia contemporânea. Incapaz de pensar a tragédia fora do seu velho esquema ideológico de opressor e oprimido, grande parte dessa esquerda projetou sobre o Médio Oriente a sua grelha moral maniqueísta, onde Israel encarna o papel de colonizador e os palestinianos o de vítima absoluta. Essa leitura simplificadora, que confunde moral com ressentimento, expôs a falência ética e intelectual de uma tradição política que outrora se afirmava racional e universalista.