Joel Henriques
Para merecer a poesia
Mas da profundidade de um poço.Por que motivo eu tanto a ouço?
Por que razão ainda ela corre?
A palavra que vem não se deduz
Da altivez da alma iluminada
Ou da estratosfera de um nada:
A água desde o fundo já é luz.
E nasce o seu fio de areia
No meio do deserto sem ninguém,
Mas bebo toda a água que vem:
Não é de quem merece, mas se abeira.
O antes e depois não a seduz:
A água desde o fundo já é luz.
Pastoral
Há ovelhas;
Também carneiros e cordeiros.
Há presente, passado e futuro
Apesar do nevoeiro.
Nos campos do Mondego
Vislumbro tudo
O que na realidade
Pode haver.
De qualquer ideia extraordinária
Sobram palavras;
Formam períodos e capítulos.
Porém, sei, não a prendo
Com o meu grito.
Da ideia concretizada pouco há a dizer:
Os animais comem as ervas
E elas voltam a crescer.
Joel Henriques
Um Deus + A Liberdade
A Palavra + O Sol
A Noite + As Aves
A Estrela + A Casa
A Flor + A Terra

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