A palavra fragrante da aroeira
Perdura muito mais do que a eterna
E junto do inverno não hiberna
Longe da cor da harpa passageira.
A frase de que ela se abeira
Tem a aura completa de moderna
E transcende o lume da lucerna
Com a melancolia verdadeira.
O verbo que o espírito desenha
Mergulha na grandeza do estuário
E por dentro das árvores na rama.
Ecoa o sinal e diz a senha
Para o horizonte visionário,
Esperança inteira de quem ama.
O Sol
Lembra-me com o brilho o meu ser,
A sua condição de fama ilesa.
No outono respira a beleza
Com o que ela canta e nem sequer
Serva para a letra a perder
E só para a musa que represa.
Recordo o silêncio no terraço.
Ainda volta lento da infância
Em horas que julgara já perdidas.
Têm este sentido nada lasso
E tal como os sonhos a distância,
Embalam-me no corpo as feridas.
Joel Henriques
Anteriores:
A Noite + As Aves
A Estrela + A Casa
A Flor + A Terra
Outono
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Não publicamos comentários de anônimos/desconhecidos.
Por favor, se optar por "Anônimo", escreva o seu nome no final do comentário.
Não use CAIXA ALTA, (Não grite!), isto é, não escreva tudo em maiúsculas, escreva normalmente. Obrigado pela sua participação!
Volte sempre!
Abraços./-