Em vez do esplendor do firmamentoSurdiu na minha vida uma flor,
Porque veio o dia anunciador
Do mavioso chão em fogo lento.
Tinha no alto monte o assento,
A visão recortada no algor,
Mas seja a minha alma o que for
Acima no escuro a invento.
Procurava o Sol com a corola
E como qualquer astro era firme
Embora de precária condição.
Sob o manto da noite não me isola
E só terá sentido redimir-me
Por meio da leveza sempre em vão.
A terra
A terra com nascentes de estrelas,Desprovida do sal do oceano,
Revela-me o canto mais humano,
Basta cantar setembro a entrevê-las.
Satisfaz-me a doçura de tão belas
Acordarem o prado de ano em ano
Para lá de outro pélago insano
E do amor das ilhas e das velas.
O chão da minha alma junto ao rio
Que já desaguou na breve vida,
Por meio deste campo que alento,
Deu-me a luz de não ser lugar sombrio
E transborda a harpa desmedida
No espanto do silêncio e do vento.
Joel Henriques
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