Humberto Pinho da Silva
Durante o tempo que fui redator de publicação local, realizei várias entrevistas a figuras notáveis.
À hora combinada bati
levemente à porta. Decorridos segundos, abriram-na e mandaram-me entrar para
pequena salita, que abria para jardim.
Em breve surgiu a ilustre
deputada. Trazia a boca cheia de alegres sorrisos.
Conversamos
detalhadamente. Na hora da chã, convidou-me, como se fossemos velhos e íntimos
amigos, para lanchar com a família.
Durante a merenda,
enquanto se servia a chã, contou-me porque não gostava de ser entrevistada:
"Em norma, os
jornalistas, não querem conhecer o meu pensamento, mas apanhar-me num deslize,
fazendo-me perguntas traiçoeiras.”
Acontece a todas. Certa vez, Nicolau Breyner foi a S. Bento e perguntou no corredor às deputadas que deparou: "Quanto custa um papo-seco” (pãozinho). Apanhadas de surpresa, habituadas a comer em restaurantes, não souberam responder gaguejando.
No dia imediato, o jornal
dizia: "Como podem as deputadas defenderem o povo, se nem sabem quanto
custa o pãozinho?"
Ao recordar o já remoto
diálogo, lembrei-me que tanto eles, como elas, encontram-se tão distantes dos
cidadãos, que é-lhes difícil compreenderem a precisão da população. Por isso, é
que ouvi, certo político, afirmar que: "Com pouco mais de mil e trezentos
euros, já se era rico em Portugal!"
Já se passaram décadas,
que a Doutora Manuela Ferreira Leite, afirmou na TV: "Governar, não é
muito diferente do trabalho da boa dona de casa – gastar de harmonia com o que
se recebe."
Mas, como já não há donas
de casas – ou são raras – talvez seja a razão, porque os países andam tão
malgovernados...
Título e Texto: Humberto Pinho da Silva, setembro de 2025
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Trrim...trrim... Trrim...
"Isso é em Portugal e na Europa!..."
A língua e a gramática
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