quarta-feira, 17 de setembro de 2025

A fórmula do neototalitarismo

Rafael Nogueira

Se os totalitários do século XX comparavam judeus e burgueses a baratas e percevejos, os neototalitários de nosso século fazem o mesmo com os conservadores. Leia-se conservadores, para fins deste texto, como os conscientemente adeptos da tradição conservadora de pensamento, ou aqueles que assim se declaram por identificação com algum de seus aspectos – seja o respeito à religião, à história, à pátria ou simplesmente o antiesquerdismo.

Um certo antiesquerdismo existe entre crentes e ateus, negros e brancos, gordos e magros, homens e mulheres, ricos e pobres. É um sentimento e, por vezes, uma convicção teórica legítima em uma democracia. Para fins práticos da política, todos acabam colocados sob o guarda-chuva “conservador”. Já a praticidade da esquerda, para explorar o medo quase supersticioso de um mal pretensamente representado por senhorinhas que rezam terços e tios que contam piadas de mau gosto no churrasco, consiste em chamar a todos de “fascistas”.

O problema é que essa tática mascara um mal que se alinha perfeitamente com as melhores descrições de totalitarismo. Quando a esquerda chega ao poder e não quer largá-lo, passa a usar o Estado para perseguir aqueles que escolhe arbitrariamente chamar de “fascistas” – podendo até matá-los, sob o pretexto de que “palavras machucam”. Identificando-se a si própria com o Bem, esse maniqueísmo a faz enxergar ameaçadores herdeiros do bigodinho alemão em cada vizinho que ousa dela discordar.

Tenho uma tese: a direita não é “nazista” ou “fascista” ou qualquer outro -ista que queiram lhe vincular. A mal chamada extrema-direita por vezes fala muita besteira, mas não planeja violência alguma – muito menos a executa. A extrema-esquerda, por sua vez, fala, planeja, executa e ainda conta com advogados e jornalistas para construir uma historinha que resulte numa espécie de perdão público de seus crimes.

Ora, vejamos os fatos teimosos: quem tem sofrido violência pelas mãos de quem? Nos últimos anos, líderes e militantes conservadores têm sido agredidos ou mesmo assassinados por fanáticos de esquerda, ao redor do mundo. Para citar apenas alguns casos emblemáticos, vale elencar o mais recente, de Charlie Kirk, ativista de 31 anos baleado no pescoço durante um evento universitário e morto em seguida;

Jair Bolsonaro, então candidato à presidência, esfaqueado em plena campanha por um militante do PSOL;

Donald Trump, quando candidato à reeleição, atingido de raspão por um disparo durante um comício na Pensilvânia.

Tem também Fernando Villavicencio (Equador, 2023), candidato opositor executado com tiros na cabeça ao sair de um comício;

Miguel Uribe Turbay (Colômbia, 2025), senador direitista e candidato presidencial morto com um tiro pelas costas em plena luz do dia;

Shinzo Abe (Japão, 2022), ex-primeiro-ministro conservador alvejado e assassinado a queima-roupa durante um discurso de campanha;

Pim Fortuyn (Holanda, 2002), líder político assassinado a tiros por um ativista ambiental de extrema-esquerda;

Steve Scalise (EUA, 2017), congressista republicano gravemente ferido por um atirador militante de esquerda durante um treino de beisebol do Congresso;

Aaron “Jay” Danielson (EUA, 2020), apoiador de direita abatido por um militante “antifascista” durante distúrbios em Portland;

Frank Magnitz (Alemanha, 2019), deputado do partido AfD espancado e deixado inconsciente por mascarados de extrema-esquerda;

Andy Ngo (EUA, 2019), jornalista independente brutalmente agredido por membros do Antifa, sofrendo hemorragia cerebral;

José Antonio Kast (Chile, 2018), político direitista atacado e expulso a pontapés por um grupo de estudantes radicais em uma universidade. E a lista segue.

A máxima atribuída a Lênin “Xingue-os do que você é; acuse-os do que você faz” parece a fórmula perfeita do neototalitarismo que cresce dia a dia em nosso século, prometendo um futuro de sangue e morte.

Pacifista por temperamento, não advogo por cruzadas armadas, mas sim por um esforço intelectual de desmonte das teorias, narrativas e histórias da carochinha que protegem, acobertam, absolvem e perdoam esses criminosos. E que Deus nos ajude a sobreviver a mais esta ameaça que os gênios do mal empreendem neste mundo.

Título e Texto: Rafael Nogueira, O Dia, 17-9-2025

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