Beijei teu sorriso, mas ficou o gosto de adeus... doçura amarga.
Aparecido Raimundo de Souza, de ‘Viagem imersiva’.
Porta fechada
O vento bate e volta, segredo guardado.
Esquecimento
Flores ofertadas murcham sem um olhar, silêncio ingrato.
Corte súbito
Braço estendido, mão que empurra e se vai – vento na face.
Cicatriz
Ajudei com fé, mas a memória falhou. Só ficou a dor.
Lembranças
Sopro salgado vem, traz memórias da infância e ondas no olhar.
Peso invisível
Silêncio espesso, enche o ar como fumaça. Ninguém respira.
Entrelinhas
Palavras ausentes, o olhar diz mais que tudo, silêncio obtuso.
Vácuo
Eco sem resposta, paredes que não devolvem, som que se perdeu.
Interrompido
Flor que não abriu, vento levou antes do sol, tempo não cumprido.
Voz calada
Riso engasgado, na infância que se apagou do nada, mudez eterna.
Súbito vazio
Passo que faltou, na dança da despedida, eco sem resposta.
Quarto fantasma
Som do próprio passo ecoando no agora, ninguém responde.
Noite longa
Luz do abajur cai, na xícara esquecida. Só eu e o tempo.
Dentro de mim
Multidão lá fora, mas aqui tudo é tristeza. Sou só euzinha comigo.
No acaso
Esbarro no riso, num olhar que me entende. Amizade nasce.
Esquisito
Sentamos calados, mas o tempo se abriu em laço impossível.
Entre estranhos
Chuva nos juntou, guarda-chuva compartilhado, dois corações se uniram num só bater.
Promessa vazia
Disse que vinha, fiquei na porta esperando, chupando o dedo.
Desejo negado
Sorvete passou, criança atrás do vidro – dedo na boca.
Ilusão sem nexo
Sonho embalado acordei sem presente, só o gosto amargo restou.
Olhar contido
Cruzei teu olhar, mas o mundo nos separou. Ficou o vazio.
Barreira
Entre nós, muralha feita de tempo e destino. O amor não passou.
Ainda agora não acredito
Se fosse possível, o céu caberia em nós, mas ficou só o chão.
Pulso firme
Coração chora, mesmo após tantas quedas... estou viva, sim...
Voz própria
Silêncio rompe, minha voz, enfim se ergue... sou vida que fala.
Tempo sábio
Cicatriz se fecha, não por pressa, mas por fé, curo o desconhecido.
Exposta
Sangra sem parar, o tempo passa ao redor. Ferida aberta.
Invisível
Não se vê no corpo, mas arde em cada gesto, a dor que não cicatrizou.
Ainda dói
Toquei sem querer e o passado respondeu. Ferida incurável.
Travessia plena
Sobre a ponte vou, entre o que fui e serei... o vento me empurra.
Título e Texto: Carina Bratt, de Vila Velha, no Espírito Santo, 21-9-2025
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Viagem sem volta
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