terça-feira, 23 de setembro de 2025

[Livros & Leituras] Pedagogia do oprimido

Paulo Freire, Editora Paz e Terra, São Paulo, edição: dezembro de 2011 (primeira edição: 1967), 256 páginas. 

Fazer o aluno conhecer a liberdade, tornando-se apto a se construir crítica e responsavelmente: foi este o nobre objetivo ao qual Paulo Freire se dedicou durante toda a vida. Mas como alçar um voo tão alto num mundo onde, cada vez mais, "a pedagogia dominante é a pedagogia da classe dominante"?

Pedagogia do oprimido, obra que figura entre as principais de sua vasta bibliografia, é uma das respostas mais relevantes a essa pergunta. Aqui, consciente da situação em que se encontram os oprimidos do Brasil e da América Latina, Paulo nos oferece uma análise penetrante do funcionamento de nossas classes sociais e indica os caminhos para uma pedagogia eficiente, capaz de suscitar, nos educandos, o diálogo e o saber de si.

Não é preciso muito para que a amplitude do pensamento desta obra se revele: do conteúdo programático às estruturas opressoras da sociedade, as reflexões freirianas se debruçam sobre todos os fatores que influenciam a educação, fazendo com que sua teoria pedagógica se torne, também, uma lição de cidadania e solidariedade.

Pedagogia do oprimido resume todos os elementos que fizeram de Paulo Freire o principal educador brasileiro do século XX. É um livro de leitura obrigatória para todos aqueles que desejam compreender nossa situação ainda atual de acomodação. 

Paulo Freire, um dos maiores intelectuais brasileiros do século XX, elaborou uma teoria ou, como ele mesmo preferia dizer, “uma certa compreensão ético-crítico-política da educação”, que tem como uma de suas bases o diálogo que possibilita a conscientização com o objetivo de formar cidadãos da práxis progressista, transformadores da ordem social, econômica e política injusta.

Escrito em 1968, Pedagogia do oprimido foi proibido pela ditadura militar e permaneceu inédito no Brasil até 1974. 

Neste livro revolucionário, Paulo Freire esmiuça as relações opressoras de nossa estrutura social e indica diversas possibilidades de mudança. Pedagógica e socialmente engajado, este é um trabalho imprescindível, referência não só na história da educação, mas principalmente na história cultural de nosso país. 

“O ensino — também em boa parte das escolas privadas, note-se — está corroído por uma doença ideológica. Boa parte dos “educadores” acredita que sua função não é ensinar português, matemática e ciência, mas princípios de cidadania, com o objetivo de formar “indivíduos conscientes”. Alunos seriam pessoas “oprimidas”, que precisam passar por um processo de “libertação”.

O mal que a paulo-freirização fez à escola levará gerações para ser superado. Todos os mitos ideológicos que Paulo Freire criou com seu método de alfabetização de adultos foram transferidos para a educação de crianças e jovens. O resultado é devastador.

Escrevo sobre este assunto há anos. Era um dos temas recorrentes da revista e site Primeira Leitura.”

Reinaldo Azevedo, revista VEJA, 25-8-2025, 19h48 

Fui assinante da Primeira Leitura, da qual gostava bastante! 

Breve troca de mensagens  entre Vitor e eu:

25 de agosto de 2025, 21h39

Eu:

Oi, Vitor!

Estou lendo o Paulo Freire! Não o tinha lido!

Cara, o kiéisso?? O cara não é esquerdista, é revolucionário guerrilheiro!! E é incensado como farol da "educação" brasileira.

Fica cada vez mais claro por que querem matar Jair Bolsonaro! 

Vitor:

É assustador mesmo. 

Li essa obra depois de uma discussão com uma professora de pedagogia.

Que acabou vencendo o "debate" quando apontou que eu não o havia lido.

Então, fui à Livraria da Travessa, peguei esse e também “Pedagogia da Autonomia”.

E fiquei igualmente surpreso ao perceber que a realidade era muito mais grave do que eu imaginava. 

Eu:

Não tem nada de EDUCACÃO! Trata-se de pedagogia para guerrilheiros: gente que esteja disposta a matar e morrer pelo marxismo-leninismo! Pelo Mao, pelo Guevara! 

Vitor:

Nada, nada!

E ao final ele arremata com a sentença que ficou na minha cabeça "a revolução é biófila, isto é, é criadora de vida. Ainda que para criar vida seja necessário DETER VIDAS que impedem a vida"

Para bom entendedor... 

Assustador! 

Curiosa ou coincidentemente iniciei a leitura deste livro: 

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