sábado, 27 de setembro de 2025

[Versos de través] A Estrela + A Casa

Joel Henriques

Entre brando silêncio e a melodia 
Minhas constelações recuperei
E vivo no mistério a lei
Com que a natureza me alumia.

Preferi ao esplendor do que havia
O que na quietude encontrei.
Para lá de ser o escravo ou o rei
Importa aquele chão de fantasia.

Descobri no abismo o que salva
E a amena alma eviterna
Demora no momento o esperanto.

Por isso cada letra de cor alva
Para sempre no espírito inverna
E com grande desejo muito canto.


A Casa

Habita a claridade a morada
Do próprio coração a respirar
E transcende o mundo o olhar,
O teto inocente deste nada.

Protege-me na férvida toada,
Todavia o lume do pulsar
Há de para todo o sempre agitar
A alma com vida alumbrada.

O desamparo grande desta casa
Ainda é maior do que na rua
Em dia de verão ou de inverno.

O vasto batimento a abrasa
E deixa a palavra seminua,
Nereida do poema eviterno.


Joel Henriques

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Outono 
A luz passageira do dia 
A morte 
Ode ao status quo 
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