(Dt.5:16; Lc.18:20; Mt.19:19; Mc.10:19; Ef.6:2; Mc.7:10)
Humberto Pinho da Silva
Eu tinha um amigo, generoso e leal, que com mágoa citava a cada passo, o conhecido adágio "A casa dos pais é sempre a dos filhos; mas, a destes pode ser ou não."
Reformado, recolheu-se à
terra natal, cultivando o quintal da casa que construiu com amor e sacrifício.
Andava de fisionomia sempre alegre, mas, sabe-se lá, a tristeza que residia no
âmago do coração.
Um dia, ao podar árvore
frutífera caiu, estatelou-se. Foi para o hospital. Andou em cadeira de rodas,
mas conseguiu recuperar graças à fé inabalável.
Depois... faleceu-lhe a
mulher. De início, andava de filha em filha, acabando a residir com a mais
velha – talvez por possuir melhor condição financeira – que cuidou dele com
carinho e amor.
Dias antes do acidente que
o vitimou encontrei-o em companhia da filha, numa confeitaria gaiense.
Verifiquei, então, a dedicação e a ternura como era tratado.
Infelizmente nem todos os idosos têm igual sorte. A maioria dos progenitores são estorvos, que não permitem aos filhos, viajarem e levarem vida folgada.
Terminam, em geral, o
crepúsculo da vida num lar. Se possuem posses, acolhem-se em hotéis, onde nada
lhes falta; carinho, amor e alimentos bem confecionados; mas, caso contrário,
são depositados em asilos.
Conheci idoso Bragançano,
que me confessou no lar em que vivia: "De início estranhei. Reparto o
quarto com dois companheiros de infortúnio. Como sou cego, acomodei-me… mas
sentia não ter privacidade. Depois... acostumei-me."
Também conheci filha que
tratou o pai com grande ternura e extrema dedicação. Certa ocasião resolveu
ausentar-se, de férias. Pediu aos irmãos para o receberem durante esse período.
Nenhum o queria, porque a casa era pequena ou por exercerem atividades incompatíveis.
A não ser as beneméritas
Misericórdias, quase ninguém se lembra dos idosos pobres e remediados.
Os Municípios pensam
apenas erguerem lares para estudantes e turistas, mas olvidam sempre
construírem Casas de Repouso para naturais e residentes no concelho
Por quê? Os velhos ficam
dispendiosos e pagam, quando pagam, mal. As reformas são insignificantes em
geral. Os que auferem rendimentos elevados e reformas chorudas, hospedem-se em
hotéis… ou não lhes falta quem os queira em sua casa...
Mas os pobres e
remediados, quem cuida deles, mesmo conhecendo o preceito evangélico?
Título e Texto: Humberto Pinho da Silva, setembro de 2025
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