Política se beneficiou com um acordo de coalizão entre partidos influentes
AFP
A líder conservadora Sanae Takaichi [foto], conhecida por defender uma posição mais dura em relação à China, tornou-se nesta terça-feira (21) a primeira mulher a governar o Japão, após negociar um acordo de coalizão de última hora.
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Foto: Kazuhiro Nogi/AFP |
A política de 64 anos será a quinta pessoa a ocupar o cargo de chefe de Governo do país asiático em cinco anos. Ela assume um governo de minoria com uma agenda intensa, incluindo uma visita do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, na próxima semana a Tóquio.
O Parlamento nomeou Takaichi, admiradora da britânica Margaret Thatcher, como primeira-ministra, depois que ela conquistou a maioria já no primeiro turno da votação para suceder Shigeru Ishiba.
Ela assumirá formalmente o cargo após uma reunião com o imperador Naruhito mais tarde.
Ex-baterista de uma banda de heavy metal, Sanae Takaichi foi designada em 4 de outubro a líder do Partido Liberal Democrático (PLD), que governa o Japão de maneira quase ininterrupta há décadas, mas que registra uma queda constante de popularidade.
Seis dias depois, o PLD perdeu seu aliado na coalizão de governo, o partido minoritário Komeito, que discorda das posições conservadoras de Takaichi e critica um escândalo de financiamento do PLD.
A saída do Komeito obrigou Takaichi a formar uma aliança com o Partido da Inovação do Japão (PIJ), um acordo assinado na segunda-feira.
A líder conservadora assumiu o compromisso de "fortalecer a economia japonesa e reorganizar o Japão como um país que pode ser responsável com as gerações futuras".
"É uma pessoa de caráter forte, independentemente de ser mulher", declarou à AFP o aposentado Toru Takahashi, 76 anos, em Nara, cidade natal de Takaichi.
"Não é como Trump. Mas tem claro o que é certo e o que é errado", acrescentou.
Mais mulheres?
Embora Takaichi tenha prometido um gabinete com um nível "nórdico" de mulheres, nesta terça-feira ela nomeou apenas duas ministras entre 19, assim como o seu antecessor.
As ministras são a ultraconservadora Satsuki Katayama, que assume a pasta das Finanças, e Kimi Onoda, titular da Segurança Econômica.
O Japão ocupou a posição 118 entre 148 países no Relatório Global de Disparidade de Gênero de 2025 do Fórum Econômico Mundial.
Apenas 15% das cadeiras da Câmara Baixa são ocupadas por mulheres e os conselhos de administração das empresas são integrados em sua grande maioria por homens.
Takaichi disse que espera ajudar a conscientizar sobre os problemas de saúde femininos e falou abertamente sobre sua própria experiência com a menopausa.
Contudo, ela é contrária à revisão de uma lei do século XIX que obriga pessoas casadas a compartilhar o mesmo sobrenome e deseja que a família imperial mantenha a sucessão exclusivamente masculina.
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, parabenizou Takaichi
por "fazer história" com sua nomeação.
Texto: AFP, O Dia, 21-10-2025, 7h48
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