sábado, 2 de agosto de 2025

[Versos de través] Rosa dos Ventos

José de Almada Negreiros 












Não foi por acaso que o meu sangue que veio do sul
se cruzou com o meu sangue que veio do norte
não foi por acaso que o meu sangue que veio do oriente
encontrou o meu sangue que estava no ocidente
não foi por acaso nada do que hoje sou
desde há muitos séculos se sabia
que eu havia de ser aquele onde se juntariam todos sangues da terra
e por isso me estimaram através da História
ansiosos por este meu resultado que até hoje foi sempre futuro.

E aqui me tendes hoje
incapaz de não amar a todos
um por um
que todos são meus e me pertencem
e por isso mesmo não lhes perdoo faltas de amor!
Mas porque maldição me não entendem
se eu os entendo a todos?
Eu sei, eu sei porquê:
Falta-lhes a eles terem, como eu, a correr-lhes pelas veias todos os sangues da terra.
Mas, ó maldição que pesa sobre mim,
cada um dos sangues da terra não me inclui entre os seus!
Não pertenço a nenhum sangue de raça
sou da raça de todos os sangues,
o meu amor não tem condições que excluam criaturas
não é amor natural
é amor buscado por boas mãos
desde o primeiro dia das boas mãos
através de tempos desiguais e de estilos que se contradizem
com os olhos no futuro melhor
e a esperança convicta de que se ainda hoje não são todos como eu
é questão apenas de a humanidade viver outra vez
tanto como viveu até hoje
ou de mais ainda,
é questão de mais tempo,
ainda mais tempo,
é o tempo que há-de fazer
o que apenas se pode atrasar.

sexta-feira, 1 de agosto de 2025

What’s The Most Realistic Scenario In Which The West Might Replace Zelensky?

Andrew Korybko

They might wait until after Russia agrees to a ceasefire (if it ever does) since replacing him with Zaluzhny while hostilities still rage could further weaken Ukraine to Russia’s benefit 

Russia’s foreign intelligence service (SVR) published a report in late July alleging that the Anglo-American Axis organized a secret meeting in the Alps with Zelensky’s Chief of Staff Yermak, GUR chief Budanov, and former Commander-in-Chief-turned-Ambassador-to-Britain Zaluzhny over Ukraine’s future. According to them, Yermak and Budanov agreed with the Anglo-American Axis’ proposal to replace Zelensky with Zaluzhny, which could be advanced on anti-corruption pretexts and “reset” Ukraine’s ties with the West.

Sputnik shared the following assessment of SVR’s report by former US Marine Corps intelligence officer Scott Ritter: “SVR and its press service are ‘not a media outlet,’ Ritter pointed out. ‘They're not there to inform the public when they release information. It's usually done to achieve an objective or purpose’ - in this case signalling the desire to ‘inflict the most harm on Zelensky at a time when he is deemed to be most vulnerable,’ and ramp up divisions within his government, and between him and Zaluzhny”.

Subprefeitura da Tijuca enfrenta flanelinhas no Maracanã e apreende 50 cones

Operação da Subprefeitura da Grande Tijuca apreende cones e enfrenta resistência de flanelinhas no Maracanã antes de jogo do Flamengo. Subprefeito foi ameaçado

Diário do Rio

Subprefeitura da Grande Tijuca, com apoio da Guarda Municipal e de policiais militares do batalhão da Tijuca, realizou nesta quinta-feira (31) uma operação para coibir a atuação de flanelinhas no entorno do Maracanã, pouco antes do jogo entre Flamengo e Atlético Mineiro pela Copa do Brasil.

A ação terminou com a apreensão de cerca de 50 cones, usados ilegalmente para reservar vagas na via pública e extorquir motoristas em dias de jogo. Segundo o subprefeito Higor Gomes, ele foi empurrado e ameaçado pelos flanelinhas durante a operação.

“A gente vem recebendo muitas denúncias dos moradores e frequentadores do Maracanã de flanelinhas que usam o espaço público de forma errada, cobrando preços absurdos. Fomos ameaçados, fui empurrado, mas não iremos permitir essa pouca vergonha na Grande Tijuca. Eles podem trabalhar, mas da forma correta. Assim, não”, afirmou Higor Gomes.

Além da repressão à ocupação irregular das ruas, os agentes também realizaram a retirada de ambulantes que atuavam de maneira desordenada nas proximidades do estádio.

Título e Texto: Redação, Diário do Rio, 1-8-2025

O Brasil já não é, na prática, uma democracia

J. L. Braga

Embora o Brasil mantenha as estruturas formais de uma democracia — eleições periódicas, um Congresso eleito, e um Supremo Tribunal Federal ativo — a realidade revela um cenário profundamente distorcido face ao ideal democrático. O que existe hoje é uma democracia apenas de fachada, onde os princípios de separação de poderes, imparcialidade da justiça e respeito pelas garantias fundamentais estão gravemente comprometidos.

O epicentro desta distorção encontra-se no Supremo Tribunal Federal, em especial na figura do ministro Alexandre de Moraes, cuja atuação concentra poderes excecionais e sem precedentes. Ele acumula as funções de investigador, acusador e juiz, conduzindo inquéritos que, segundo diversos juristas, violam o devido processo legal. A sua atuação tem resultado em prisões políticas, censura prévia, bloqueios de redes sociais, suspensão de mandatos parlamentares e perseguições contra jornalistas e opositores.

Um exemplo concreto desta escalada autoritária é o caso da deputada Carla Zambelli, atualmente detida em Itália na sequência de um mandado de captura internacional emitido por Alexandre de Moraes, que hoje é visto por muitos — dentro e fora do Brasil — como um ditador judicial. A ordem de detenção, de motivação política, ignora o facto de Zambelli também possuir dupla nacionalidade italiana e não apresentar um risco concreto que justifique uma medida tão extrema, ainda para mais num cenário de grave desequilíbrio institucional do país de origem.

A situação agrava-se com o facto de que o Senado Federal, órgão constitucionalmente responsável por julgar ministros do STF por crimes de responsabilidade, não desempenha essa função. A explicação é política: muitos senadores têm pendências judiciais ou receio de serem alvo de investigações conduzidas ou autorizadas pelo próprio Moraes. Isto gera um clima de chantagem institucional silenciosa, em que o Senado se omite por autopreservação, tornando-se refém do Judiciário.

Afinal, qual seria o crime de Eduardo Bolsonaro?

J.R. Guzzo

O cidadão deste país não tem mesmo sossego. Já não basta a saraivada mensal de boletos, os aborrecimentos do trabalho e as demais ciladas do cotidiano. Você abre o noticiário, hoje em dia, e descobre que tem um inimigo que nem imaginava – Eduardo Bolsonaro, um dos filhos do complexo ex-presidente Jair Bolsonaro. Pior que tudo, é um inimigo que a polícia, o PT e a mídia registram como de “alta periculosidade”: nada menos que um “traidor da pátria”, uma mistura de Calabar e Silvério dos Reis que vai nos levar à perdição.

“Que pânico é esse?”, perguntaria Jorge Ben. No caso da sua canção, era alarme falso: o que tínhamos então era só um Spyrogyra, um bichinho verdinho que dá na água e que, se deixado aos seus próprios afazeres, não dava prejuízo a ninguém. Aqui a coisa complica. O líder do PT exige a prisão imediata de Eduardo Bolsonaro. A esquerda, em peso, quer cassar o seu mandato de deputado federal. A mídia, em cólera, pede as duas coisas ao mesmo tempo. Só não requerem a sua extradição dos Estados Unidos, onde ele reside hoje. Parecem ter cansado de pedir extradições aos americanos e ouvir sempre a mesma resposta: esquece, aqui a gente não extradita perseguidos políticos. Sorry.

O pelotão de fuzilamento perfilado contra Eduardo Bolsonaro se declara escandalizado com seu papel nas sanções comerciais aplicadas contra o Brasil. Mas desde quando os Estados Unidos, a maior potência do planeta, precisa das recomendações de Eduardo para fazer ou não fazer alguma coisa?

Tudo certo, mas no fim das contas que raios fez esse Eduardo Bolsonaro, no mundo das realidades concretas, para despertar tamanho clamor de linchamento? Olha-se de perto, com um mínimo de bom senso, respeito aos fatos e honestidade, e a única resposta possível é: “Nada. Ele não fez nada”. Eduardo Bolsonaro foi para os Estados Unidos, tempos atrás, para denunciar ao governo americano, à mídia internacional e a quem mais se dispôs a ouvi-lo, que o Brasil foi reduzido a um Estado policial por um grupo de juízes que jamais receberam um voto na vida – e que já decidiram condenar seu pai a 30 anos de prisão.

On a flight from Washington today, I unexpectedly met Flávia Magalhães

— an American citizen who became one of the many U.S. victims of Alexandre de Moraes’s tyrannical censorship campaign in Brazil.

Flávia, who has never been charged or convicted of any crime in the U.S. or Brazil, other than her speech posted on X, recently lost her job after her employer learned that she had an arrest warrant against her. Moraes issued the warrant for the “crime” of posting political content critical of the STF and Moraes from her home in Florida. She also hasn’t been able to return to Brazil or see her family since. 

Her story was featured in @rumblevideo’s lawsuit against Moraes in U.S. federal court as one of the many Americans that have fallen victim to Moraes unlawful conduct targeting speech on U.S. soil. 

Flávia’s story is a chilling reminder of how far Moraes has gone not only targeting Brazilians, but illegally punishing Americans, on U.S. soil, for constitutionally protected speech. 

We will continue fighting to protect digital sovereignty and defend freedom of expression.

Martin De Luca, X, 1-8-2025, 6h43 

[Aparecido rasga o verbo] O que fazer diante do abismo que nos encara com olhos devoradores?

Aparecido Raimundo de Souza 

MEUS CAROS LEITORES da “Revista Cão que Fuma” —, confesso que muitas vezes, em minha vida, me senti como se estivesse à beira de um abismo. E pior, me flagrei olhando diretamente para um fosso gigantesco com o rosto em pânico, assustado, temeroso, tudo por conta da imensidão que ele me mostrava, ou seja, um fantástico cenário que se estendia diante de meus receios com sinais tétricos e devoradores. Com isso, o amor que outrora não me sustentava a contento, de repente, do nada, me deu forças e me fez sentir vivo. Em dias de hoje, meu ontem me parece apenas uma lembrança distante. A dor da perda (não importa que perda tenha sido) me acompanhava. Era como um peso insano que esmagava, tornando difícil as mínimas coisas, inclusive, o respirar. Nesses idos, me sentia como se estivesse, de fato, caindo, despencando sem rede de segurança, sem nada para me segurar naquele infausto mergulho. 

A tal cissura se fazia de concepção profunda e escura, e eu, em certas horas, não atinava em como sair dela inteiro. Ao mesmo tempo, vejam que loucura —, me agasalhava uma estranha sensação de liberdade. Estava alforriado, e me via consciente, para escolher o meu próprio caminho e dentro dele, decidir como seguir em frente. O despenhadeiro podia ser um sujeito chato, pegajoso, fútil, maldoso, de semblante assustador, notadamente de espírito vulgar e sem precedentes, não nego, mas também, em oposto, se me apresentava como uma porta aberta e larga para o desafio. Nessas horas de puro aperreio, eu descobri que não estava sozinho. Que diabo, se não estava sozinho, com quem poderia contar? Com a minha Força de Superação, com a minha Coragem à flor da pele, com a Vontade Férrea, ou com a ideia imorredoura de querer, com garra e ambição, alcançar os meus objetivos mais prementes. 

Muitas pessoas, tenho conhecimento, já passaram por isso antes de mim. E sobreviveram. Se elas conseguiram, por qual motivo eu não atingiria as minhas metas? Obviamente, nessas horas amargas, não fiquei à espera de um milagre, como John Coffey, (personagem vivido pelo magnífico Michael Clarke Duncan). Saí, como aliás, de fato, fui em busca, a procura e a caça de meus objetivos e o mais importante, tendo plena convicção de que encontraria uma maneira de me ver safo daqueles “desassossegos agourentos”, e, ao final, me levantaria e seguiria vitorioso. Não deu outra.  A vida, bem sabemos, é cheia de altos e baixos, de momentos de alegrias e dores, de aflições e dissabores. E foi justamente no meio dessa mistura catastrófica de emoções as mais diversas e desordenadas, ou à flor da pele, que encontrei a verdadeira beleza da existência. 

Atenção, Brasil e Mundo Livre

Eduardo Bolsonaro

O que era impensável agora está escancarado: Alexandre de Moraes, ministro da Suprema Corte brasileira, já amplamente reconhecido internacionalmente como violador de direitos humanos, está usando um aparato estatal que mais se parece com a Gestapo para tentar me prender.

Isso mesmo: a GloboNews confirmou hoje essa tentativa covarde de intimidação. Por quê?

Porque eles não têm coragem de enfrentar de frente @realDonaldTrump ou @SecRubio, que já denunciaram esses abusos. Em vez disso, tentam me transformar em alvo, como se calar um mensageiro fosse apagar a verdade.

Eles acham que me isolando vão silenciar a pressão internacional. Erraram feio! Mas agora preciso de você: não se cale. Compartilhe. Denuncie. Fique de pé. A liberdade de todos nós está em jogo. Hoje é comigo, amanhã pode ser com qualquer um que ouse discordar.

Parece que antes o PT não tinha muita solidariedade. O que mudou?



31-7-2025: Oeste sem filtro – Moraes mostra dedo do meio para a Democracia + Marco Aurélio Mello comenta gesto obsceno + Nota do STF em apoio a Moraes NÃO foi acordada com todos os ministros


Relacionados:

Parabéns, Lindinho! 
A DETERMINAÇÃO vale mais do que um “cargo” 
Ex-ministro da Dilma, contratado da GloboNews, tranca a conta após virar alvo de humilhação por errar previsão 
A classe, a elegância, o equilíbrio, a prudência, a temperança, o decoro, a conduta pública irrepreensível e condizente com a dignidade do cargo 
Nikolas Ferreira: Moraes foi sancionado - e agora? 
30-7-2025: Oeste sem filtro – Trump aplica lei Magnitsky contra Moraes 
Linda 
Cláudio Humberto: EUA acionam Lei Magnitsky e impõe sanções contra Moraes 
Sabino comenta sanção contra Moraes e tarifaço: “Estamos pagando preço por posicionamentos de Lula”