terça-feira, 26 de agosto de 2025

Administração Trump acusa Alemanha de reprimir o livre discurso. Administração Merz mente com quantos dentes tem


Paulo Hasse Paixão

As autoridades alemãs rejeitaram as acusações contidas num recente relatório sobre direitos humanos do Departamento de Estado norte-americano, que alega que o país está a reprimir a liberdade de expressão, especialmente nas redes sociais. O relatório americano manifestou a preocupação de que as autoridades alemãs estejam a restringir o discurso público em nome do combate ao discurso de ódio.

Em resposta, o porta-voz do Governo, Steffen Meyer, mentiu descaradamente:

“Não há censura aqui na Alemanha. Prevalece um elevado grau de liberdade de expressão, e continuaremos a defendê-lo de todas as formas possíveis.”

É difícil imaginar como é que, por amor ao poder, um indivíduo despedaça a sua alma para conseguir mentir assim de forma tão flagrante.

O ContraCultura tem denunciado inúmeros casos de repressão totalitária sobre o livre discurso que, sob este governo e sob o anterior (são muito parecidos neste e noutros pecados), têm sucedido na Alemanha.

O chamado discurso de ódio contra imigrantes e outros grupos é de facto um crime passível de prisão na Alemanha, tal como os insultos públicos, especialmente contra políticos e outras autoridades. Num dos casos, um homem de 64 anos foi multado em 825 euros (cerca de 962 dólares) e a polícia invadiu a sua casa depois de ter partilhado um meme que rotulava o ex-ministro da Economia, Robert Habeck, de “idiota profissional”.

Num caso particularmente flagrante, uma alemã foi detida por difamação depois de ter chamado a um violador de um gangue de imigrantes “porco violador vergonhoso” e “aberração repugnante” — recebendo um castigo mais severo do que o do próprio violador, que recebeu apenas uma pena suspensa.

Em Junho, a polícia alemã lançou uma gigantesca operação de rusgas domiciliares contra 170 cidadãos por “discurso de ódio” e “insultos” contra políticos.

Em Abril, o editor de notícias de um site dissidente foi condenado a sete meses de prisão por montagem satírica de uma fotografia da Ministra do Interior.

Em Dezembro de 2024, um engenheiro civil foi preso durante 30 dias por ter dito de uma proeminente política do SPD que era uma “contadora de histórias”. Nesse mesmo mês, a polícia alemã fez uma rusga à casa de um rapaz de 14 anos, na Baviera, depois de este ter alegadamente publicado a hashtag #AllesFürDeutschland, ou seja: “Tudo pela Alemanha”.

Em Maio do ano passado, Marie-Thérèse Kaiser, uma dirigente regional do AfD, foi considerada culpada de “incitamento” por um tribunal alemão depois de ter publicado um link para os números do próprio governo sobre violações cometidas por imigrantes, perguntando por que razão são tão desproporcionalmente elevados.

Naquela que será a acção mais repressiva contra a liberdade de imprensa na Alemanha desde a II Guerra Mundial, o governo de Olaf Scholz interditou, sem mandato judicial, a revista Compact Magazine e mandou mais de 200 agentes da polícia fazer uma rusga ao escritório e domicílio do seu editor.

E este é apenas um apanhado dos casos que o Contra, que não tem vocação enciclopledista, documentou nos últimos dois anos.

A actual coligação leninista-globalista que ocupa o poder executivo na Alemanha está a trabalhar para criminalizar as “falsas notícias” nas redes sociais, sendo que é fácil perceber que neste quadro legal uma falsa notícia seria, por exemplo, afirmar que Friedrich Merz, como globalista militante e ex-executivo da BlackRock, está a fazer tudo o que lhe é possível para perpetuar a guerra na Ucrânia. 

J.D. Vance já tinha dito o mesmo.

Logo no início do seu mandato, o vice-presidente J.D. Vance também teceu duras críticas à forma como a Europa lida com a liberdade de expressão, incluindo a Alemanha. Durante um discurso na Conferência de Segurança de Munique, em Fevereiro, afirmou:

“Em toda a Europa, receio que a liberdade de expressão esteja em declínio”.

Culpando os governos europeus por utilizarem “palavras feias da era soviética, como desinformação” para suprimir pontos de vista divergentes, Vance argumentou que tais práticas protegem os poderes instituídos, e não a democracia.

“A ameaça que mais me preocupa em relação à Europa não é a Rússia… É a ameaça interna. O recuo da Europa em relação a alguns dos seus valores mais fundamentais. A democracia assenta no princípio sagrado de que a voz do povo importa”.

Vance questionou posteriormente se o contribuinte americano deveria continuar a apoiar um país que prende cidadãos “por publicarem tweets maldosos”. 

Ingleses e alemães, aliados na infâmia.

A administração Trump também já criticou o regime britânico pelas mesmas razões. E a resposta dos globalistas do Reino Unido foi análoga à dos seus homólogos germânicos. Mentiram com quantos dentes têm, ao ponto de Keir Starmer, numa conferência de imprensa improvisada quando Donald Trump se deslocou à Escócia, ter dito, com a maior cara de pau deste mundo e na presença do Presidente norte-americano, que não existia qualquer ameaça à liberdade de expressão no seu país.

Não, que ideia.

Título, Imagem e Texto: Paulo Hasse Paixão, ContraCultura, 26-8-2025

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