A primeira notícia, que não é surpresa.
A troika deu hoje nota positiva na terceira avaliação do
programa de assistência externa, mas pediu “esforços adicionais” nas reformas
estruturais. E garantiu que, se Portugal seguir o programa à risca, os países
da zona euro estão dispostos a apoiar o país até que este consiga regressar aos
mercados.
Portugal passa na terceira avaliação da troika e recebe
14,9 mil milhões
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Paul Krugman, foto: Tim Shaffer/Reuters |
Aí, o prêmio Nobel de Economia, em 2008, Paul Krugman, vem a Portugal para receber doutoramento honoris causa e afirma que os salários em Portugal deveriam descer de 20 a 30%...
Paul Krugman é o queridinho da esquerda socialista e mantém um blogue no jornal brasileiro "Estado de S. Paulo": "A consciência de um liberal". Hummmm....
Abaixo comentários de Miguel Sousa Tavares, que não é propriamente um alinhado com o atual governo de Portugal, pelo contrário:
Aí, galambinhas (e gambozinos) escrevem que não foi isso o que ele disse...
Deixo vocês com o post de Miguel Botelho Moniz, no blogue "O Insurgente":
No dia em que Krugman veio a
Portugal reiterar a (óbvia) ideia de que os países periféricos como
Portugal necessitam de ajustes salariais significativos para recuperar a sua
competitividade relativamente à Alemanha, algo que parece despoletar um sério caso
de dissonância cognitiva ao nosso estimável deputado João Galamba, este
último resolve citar Joseph Schumpeter (of all people) para justificar que
a poupança não precede o crédito. Talvez não devesse ficar surpreendido; afinal
de contas, relativamente ao mesmo Schumpeter, ele já tinha convertido o
conceito de destruição criativa noutro de criação destrutiva.
Mas neste caso trata-se de mais do que um
simples lapsus linguae. Neste caso existe confusão entre o processo de
crédito ao empreendedor, enquanto motor de inovação, que resulta em crescimento
económico; e crédito ao consumo (ou pior, crédito ao elefante branco). Existe
também confusão entre o processo de crédito micro-económico que, como escreveu
Schumpeter, permite ao empreendedor ter acesso a recursos antes de ter um
“direito” (claim) aos mesmos; e o processo macro-económico de expansão de
crédito por via bancária, juros artificialmente baixos face ao que deveriam ser
e decisões de investimento erradas, como resultado. Por fim, e o erro mais
grave, é a conclusão que o João Galamba retira de que a poupança é um output.
Mesmo que possa existir crédito em excesso da poupança original (é o caso no
crédito bancário assente em reservas fraccionadas), e mesmo, por absurdo, que
pudesse ser criado crédito directo pelo banco central às empresas e aos
consumidores, via impressora de notas, isso resulta sempre em consumos de
recursos que tiveram de ser anteriormente produzidos, ou, no limite, na
diluição inflaccionária de valor anteriormente criado.
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