Rio e os carrosséis e Menezes de férias na neve
Precisa ser jornalista para perceber a opinião na manchete, não a informação?
Se estiver em dúvida, leia a "notícia" de autoria de Margarida Gomes:
A tolerância de ponto no Porto
e a falta dela em Gaia em dia de Carnaval é apenas mais um episódio na difícil
relação Rui Rio/Luís Filipe Menezes que muitos temem que venha a extremar-se à
medida que o calendário autárquico se for aproximando. O edifício da Câmara do
Porto esteve hoje fechado e os festejos carnavalescos na baixa da cidade
resumiram-se a umas barracas de farturas e alguns carrosséis para alegria dos
foliões mais pequenos.
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Câmara de Vila Nova de Gaia, foto: DR |
Já Luís Filipe Menezes decidiu alinhar pelo discurso do primeiro-ministro. A Câmara de Gaia esteve de portas abertas, mas
os funcionários não tiveram muito que fazer. Com Menezes ausente do país, a
autarquia ficou entregue ao vice-presidente, Firmino Pereira, que encontra
vantagens no funcionamento do município em dia se terça-feira gorda, perante “a
situação de emergência social em que o país está”.
E porque hoje muitos pais não
tinham onde deixar os filhos, a Câmara de Gaia manteve em funcionamento 34
estabelecimentos de ensino dos 102 que existem no concelho e foram servidas 790
refeições das cerca de 10 mil que diariamente são confeccionadas. O comércio
tradicional esteve praticamente todo fechado e as até lojas chinesas se
associaram à tolerância de ponto.
“Quando se discute que vão ser
eliminados quatro feriados, faz todo o sentido que a terça-feira de Carnaval,
que não era feriado, seja um dia normal de trabalho e nós quisemos dar esse
exemplo”, disse Firmino Pereira ao PÚBLICO, revelando que a câmara funcionou
hoje a 70%. “Já não entendo que em municípios onde há tradição de Carnaval,
haja tolerância de ponto, a não ser que, para alguns, o Carnaval se resuma a
umas barracas de farturas e carrosséis”, disse o vice-presidente numa óbvia
alusão à Câmara do Porto.
O registo de Firmino Pereira
é, assim, em tudo idêntico ao de Luís Filipe Menezes, que, no dia em que
anunciou que Gaia não iria dar tolerância de ponto no Carnaval, assestou
baterias contra os que decidiram contrariar as orientações do Governo, tendo mesmo
admitido ter ficado “espantado” ao ver que “alguns que são os arautos da
austeridade e do rigor, em determinados momentos sejam menos austeros e menos
rigorosas. Mas cada um é responsável pela decisão que toma”. Palavras que
tinham um único destinatário: Rui Rio.
O autarca de Gaia e
conselheiro nacional salientou ainda ser “solidário com este primeiro-ministro
e este Governo” pelo que “mesmo que discordasse da decisão do Gverno não teria
a “deslealdade de não cumprir uma intenção do partido” a que pertence.
Menezes deu um sinal de
lealdade para com Passos Coelho, um apoio que seguramente espera ver retribuído
dentro de um ano quando o partido indicar quem vai suceder a Rui Rio na Câmara
do Porto.(?) Quem está afirmando isto?
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