Aparecido Raimundo de Souza
Subo, logo chego lá embaixo.
A substituta
Bateu tanto na porta que dava acesso a entrada da casa, que, ferida, a infeliz foi à delegacia de polícia e registrou um BU por agressão. Quando um policial foi com ela a casa do agressor, encontrou outra porta novinha no lugar. Era a amante do proprietário da residência que ela tanto tempo protegera.
Que maldade
O Vídeo Cassete se sentindo abandonado por seu proprietário, deu um cassete no sofisticado aparelho que foi comprado às pressas e colocado no lugar que antes ele ocupara por quase trinta anos.
Trágico fim
Para chamar a atenção de seu proprietário, o fusquinha se sentindo rejeitado, ateou fogo em seu próprio corpo. Acabou num desmanche todo queimado, da cabeça aos pés. Os pneus nunca foram encontrados. Segundo testemunhas, os cinco saíram em desabalada carreira.
Fatal
Com medo de uma barata que encontrou quando tomava banho, o rapaz saiu para a rua pelado. Correndo de forma adoidada, pulou o portão e ao atravessar a rua, apesar de seus berros, não teve o devido cuidado de olhar para os lados. Foi atropelado e morto por um motoqueiro entregador de pizza que passava às pressas justo naquele momento.
Azarado
Deu tanto o caneco que acabou danificando a bunda.
Às forras
A jovem adolescente Baioneta Sem Fuzil tinha mania de morder a caneta esferográfica. Ontem ela (a caneta esferográfica) pê da vida, foi as forras. Pulou da bolsa onde ficavam as outras canetas e caiu de ponta furando o olho de pobre Baioneta. Agora, além do olho furado, não sabe onde colocou o fuzil.
Compulsivo
Alberico tinha a estranha mania de peidar dentro de um vidro e dar para as coleguinhas da sua sala cheirarem. Ontem foi a vez da menina Matilde. A única da turma, que faltava. Assim que Alberico destampou o vidro e pediu para a Matilde meter o nariz, ela (já sabedora dos fatos por conversas com outras amigas), mais esperta e safa que ele, deu-lhe uma porrada tão forte e violenta nas ventas, que o peido fugiu do vidro e o recipiente por azar, ao se partir em cacos, furou o único olho bom que o Alberico possuía.
Vingança inominada
A porta da sala da casa de Frederico foi arrombada. Frederico, ao passar, por puro azar, vítima de um vento forte, não teve como frear seus ímpetos e a coitada que ficava na entrada, sem querer, prendeu o dedo do moleque. Insatisfeito, soltando marimbondos pela boca, Frederico jogou álcool nos pés da infeliz e ateou fogo. A namorada dele, a Cibele, que guarnecia o acesso ao banheiro feminino, está inconsolável. Prometeu vingança e a espera do momento certo para dar o troco. Troco? Que troco?!
Traição é traição
— Ei, meu amigo porteiro, o Molho, digo o Biscoito Salgado pulou do décimo segundo ou foi empurrado?
— Até onde sei, empurrado...
— Meu Pai Eterno, por quem?
— Pela fechadura. Ela deu de cara com o filho da mãe dando uma voltinha com a chave da porta que acessa a entrada da cozinha.
Pulando a cerca
— Duracell, o que houve com seu namorado, o nosso amigo Radinho de Pilha?
— No hospital em vista de uma boa surra que mandei dois amigos meus aplicarem no sem vergonha...
— Meu Deus, por qual motivo?
— Eu flagrei o filho da mãe comendo a Rayovac.
— E quem é essa?
— Minha ex amiga Bateria, filha da Alcalina.
Arre égua!
— Como faço para descer as carreiras os sessenta andares?
— Pega um dos elevadores... temos quatro...
— Tenho um medo que me pelo todinha... arre égua...
— Vai de escada, então...
— Piorou...
— Como assim?
— Fiquei sabendo, pelo Corrimão, ainda a pouco, que os degraus entraram em greve.
Literalmente
— Soube que o Beto comeu a Narcisa. Procede?
— Sim. A infeliz está entre a vida e a morte no hospital
— Como assim? Ela por acaso foi comida a força?
— Não, sua jumenta. O Beto jogou ela na cova dos leões.
No escuro
— Sua idiota, acenda a luz....
— Não tem como!
— Como não tem como?
— Roubaram o interruptor.
Até 33
— 33?
— Sim.
— Aqui diz 45...
— Erraram. É 33...
— Prova.
— Não sei como. Eu só aprendi a contar até 33. Daí pra frente...
Teimosia cavalar
— Como pode ver, o copo está vazio...
— Não, está cheio. Até a boca...
— Vazio, idiota...
— Cheio. Daqui estou vendo. Cheio até dizer chega.
— Vou virar ele de cabeça para baixo. Pronto virei. Não falei? Vazio!
— Você não percebeu um detalhe: ele está de boca fechada.
Pela lógica
— Você sabe por onde as gatas mijam?
— Não.
— Sabe por qual motivo o boi baba?
— Piorou!
— Por que o cachorro é do rabo pra frente?
— Essa eu sei...
— Então mete bronca. Canta...
— Se ele fosse do rabo pra trás, como iria espantar as moscas?
Em cheio
— Você sabe por que o avião caiu?
— Sei.
— Diga...
— Ele tinha medo de voar.
Amor incondicional
— Se a gostosa da Caneca tem asa, por qual motivo não voa?
— Ela se apaixonou perdidamente pelo Pires.
Que maldade
O Vídeo Cassete se sentindo abandonado por seu proprietário, deu um cassete tremendo no sofisticado aparelho que foi comprado às pressas e colocado no lugar que antes ele ocupara por quase dez anos.
Tempos modernos
Não só os cachorros, mas com toda essa tecnologia de ponta, até o mais choco dos vira latas, late.
Sensacional
O menino do meu vizinho descobriu que o ralo da pia da cozinha dele, não pia. A descarada engole tudo silenciosamente...
Platônico
— Então, já Neiro?
— Já!
— Parabéns. E como conseguiu?
— Botei toda a minha Fé em Vereiro!
— E ele?
— Se abriu igual mala velha. Fiquei como sempre imaginei que ficaria...
— Meu Deus, como?
— Literalmente agosto!
Briga de casal
— Fui na delegacia e fiz um BU!
— O que é bu?
— Boletim Unificado.
— E ela?
— Ela quem?
— Ora bolas, de quem estamos falando? Da Ceta?
— O delegado prendeu a infeliz numa cela e meteu-lhe o pau...
O curioso inveterado
— Você viu quem está ali mortinho da silva?
— Vi.
— Em face de tanta gente perto do caixão, não consegui ver a cara do “de cujus” Me diz quem era o sujeito?
— O defunto...
— Isso eu sei seu idiota. Merda! O que quero saber é quem é o defunto.
— Ah, o falecido, o de cujus, o sujeito mortinho da silva? Não outro senão, realmente, o cara que perdeu a vida, ou o finado que morreu.
Título e Texto: Aparecido Raimundo de Souza, de São Paulo, Capital, 11-7-2025
Anteriores:
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Não publicamos comentários de anônimos/desconhecidos.
Por favor, se optar por "Anônimo", escreva o seu nome no final do comentário.
Não use CAIXA ALTA, (Não grite!), isto é, não escreva tudo em maiúsculas, escreva normalmente. Obrigado pela sua participação!
Volte sempre!
Abraços./-