Aparecido Raimundo de Souza
NO TORPOR de um devaneio,
busco, embalde, a solução
para meu estado de alma,
na mais pura evocação
de encontrar o elo perdido
num corpo sem coração.
Procuro no inconsciente,
o “eu” da adversidade
minha alma, talvez sem vida,
acumulando a falsidade,
produto de uma ironia,
de uma esquálida mocidade
Aos pés, sinto que o chão se abre.
sinto a persecução do mal
sinto mil dores ocultas
sinto u’a mão sepulcral,
sinto as lágrimas de todos
num cálice universal
Bebida que ninguém bebe
só eu posso beber,
e a cada trago do cálice
sinto-me desfalecer
vou caminhando ao vazio
como vazio é todo meu ser
Existe um ódio vagando,
no recôndito do meu ser
servindo, talvez, de alento,
para eu não me esquecer
que as vidas todas são falsas
e levam o ébrio a viver.
Título e Texto: Aparecido Raimundo de Souza, da Lagoa Rodrigo de Freitas, Rio de Janeiro, 27-6-2025
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