segunda-feira, 9 de junho de 2025

Portugal vence Liga das Nações pela segunda vez

Nuno Mendes e Ronaldo marcaram os golos que levaram a seleção para prolongamento. No desempate por pênaltis, Diogo Costa defendeu um e ajudou os portugueses a repetir a conquista de 2019

Isaura Almeida

Portugal é a primeira equipa a vencer a Liga das Nações por duas vezes. Depois da conquista de 2019, a seleção nacional venceu, este domingo, a Espanha, no desempate por grandes penalidades (5-3), após um empate (2-2) no final do prolongamento. É o terceiro título da história da equipa das quinas, depois da conquista do Euro2016 e da Liga das Nações em 2019.

A Espanha chegava ao Allianz Arena como Campeã Europeia e detentora do título da Liga da Nações, mas foi travada por Portugal ao 25.º jogo. E se Nuno Mendes marcou na final e foi eleito o Homem do Jogo e Melhor Jogador do torneio, Cristiano Ronaldo marcou pela primeira vez numa final pela seleção, depois de ter ficado em branco no Euro2004, no Euro2016 e na Liga das Nações 2019. Aos 40 anos, o capitão tornou-se o jogador mais velho de sempre a marcar numa final de seleções... e o único jogador presente nos três títulos de Portugal.

Roberto Martínez jogava, também ele, o orgulho pessoal, depois de uma semana em que viu o lugar posto em causa de forma algo estranha para quem se preparava para jogar (e ganhar) uma final. Apesar disso, o espanhol de nascimento não se acanhou. Fiel às suas ideias, o selecionador português voltou a confiar em João Neves como lateral direito, apesar desse perigo à solta bem conhecido de todos e que dá pelo nome de Nico Williams.

E não se pode dizer que o médio do PSG tenha cumprido a missão com distinção. Pelo contrário, esteve mesmo ligado ao lance do primeiro golo espanhol (e iria sair ao intervalo). Após cruzamento de Lamine Yamal, surge confusão entre João Neves e Diogo Costa, com a bola a sobrar para Martin Zubimendi que só teve de encostar para a baliza e fazer o 1-0 para a Espanha.

Portugal empatou num momento de inspiração de Nuno Mendes. Após passe de Pedro Neto, o lateral esquerdo entrou pela área a alta velocidade e rematou sem pedir licença para o fundo da baliza de Unai Simón. Um golaço daquele que é provavelmente o melhor lateral esquerdo do Mundo e que à 37.ª internacionalização se estreou a marcar pela seleção.

Os espanhóis perceberam que o árbitro estava numa de deixar jogar e aproveitaram para tornar o jogo mais físico e assim quebrar o ascendente da seleção portuguesa. E foram bem-sucedidos na missão.

Portugal tinha entrado a pressionar muito alto, tentando dificultar ao máximo a construção ofensiva espanhola, que tinha em Pedri o seu maestro habitual. Foi o médio que serviu Mikel Oyarzabal para o 2-1 em cima do intervalo.

Emendar a mão a tempo...

A primeira parte foi intensa com um grande ambiente nas bancadas e esperava-se mais do mesmo para o segundo tempo. Roberto Martínez emendou a mão, como se diz no futebol, quando as apostas iniciais parecem erradas a todos, menos a quem escolhe o onze. Tirou João Neves para meter um lateral de raiz, Nélson Semedo, e fez ainda entrar Rúben Neves para o lugar do apagado Francisco Conceição (mostrou que é decisivo quando sai do banco, mas a titular ainda não) e assim dar o equilíbrio que a equipa parecia sentir falta.

No regresso do intervalo, Pedro Neto ficou a ‘dormir’ na área espanhola e invalidou o golo de Bruno Fernandes, que poderia ter dado mais uma vez o empate à seleção. Foi preciso esperar até aos 60 minutos para o marcador ficar empatado de novo. O golo foi de Cristiano Ronaldo, que até então estava a ter dificuldades em receber a bola na área, mas apareceu junto do segundo poste para desviar para o golo... mas a jogada é de Nuno Mendes, em mais um jogo para recordar.


O lateral do PSG tinha dito que, por ele, jogava sempre na Allianz Arena, palco onde conquistou a Liga dos Campeões há 15 dias e onde ajudou Portugal a vencer a Alemanha e conquistar o direito a jogar de novo no relvado do Bayern Munique, desta vez com a Espanha. E que jogo fez Nuno Mendes...

Yamal e Nico Williams foram-se apagando. De la Fuente mexeu na equipa pela primeira vez aos 74 minutos e trocou de maestros. Pedri por Isco e Fabián Ruiz por Merino. Seis anos depois do seu último jogo, Isco entrou e obrigou logo Diogo Costa a voar para impedir que La Roja voltasse a liderar o marcador. Era cada vez mais evidente que ambas as equipas estavam preparadas para ter paciência e jogar mais meia hora, apesar do cansaço ser evidente e alguns jogadores. Cristiano Ronaldo deu sinais de estar esgotado fisicamente e foi substituído por Gonçalo Ramos, saindo aplaudido de pé por portugueses e espanhóis. Já com Rafael Leão em campo, o extremo do AC Milan ganhou um livre direto perigoso, que Bruno Fernandes desperdiçou a fechar o jogo.

No início do prolongamento, uma perdida incrível de Gonçalo Ramos acabou por motivar a equipa portuguesa para uma grande primeira parte e uma gestão meticulosa nos últimos 15 minutos. A equipa sabia que podia contar com Diogo Costa para segurar, pelo menos, um pênalti e foi isso que o goleiro fez, perante Morata, o infeliz capitão de La Roja que, assim, passou o troféu a Portugal e Ronaldo, depois do pênalti decisivo de Rúben Neves. 

Título e Texto: Isaura Almeida, Diário de Notícias, 9-6-2025, 0h03


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