Telmo Azevedo Fernandes
“A democracia está em risco”; “elegeram um louco”; “a
prazo o país estará ainda em pior e o povo arrependido do seu voto”.
Foi o que disseram em 2023 a esmagadora maioria dos comentadores, políticos, jornalistas e outras tribos de ativistas acéfalos portugueses sobre Javier Milei e a Argentina. Estes personagens com acesso ao espaço público continuaram a dizer o mesmo durante uns tempos, até que se calaram que nem ratos sobre a situação econômica e social argentina, isto para não terem de reconhecer a sua cegueira ideológica, preguiça mental ou desonestidade intelectual.
![]() |
Foto: Juan Pino/EFE |
O partido de Milei foi fundado
em 2021, e além da Presidência da República conquistou no passado dia 18 de
maio o primeiro lugar nas eleições para a Assembleia Legislativa da Cidade de
Buenos Aires, com 30,13% dos votos. Os libertários prometem agora replicar a
sua vitória à escala nacional nas eleições de outubro para o Congresso
Nacional.
A batalha de Milei é, acima de
tudo, cultural e, portanto, entre nós a própria Iniciativa Liberal esteve do
lado oposto ao movimento protagonizado pelo presidente da Argentina. Mesmo
relativamente às suas políticas económicas, os dirigentes da IL vieram muitíssimo
tarde, cheios de medo e quase a pedir desculpa dizer que, talvez, uma ou outra
medida de Milei não tivesse sido mal pensada…
Acontece que a gestão do economista libertário e conservador fiscal defensor do mercado livre tem aberto caminho à recuperação económica e social de milhões de pessoas. Desde que se tornou presidente, Milei controlou o défice orçamental, reduziu a burocracia e a despesa pública insustentável e improdutiva, suspendeu a maioria dos controlos de capitais, tem a inflação sob controlo, revogou regras de declaração de impostos e taxas destinadas a desbloquear uma potencial injeção de 200 mil milhões de dólares na economia doméstica, enquanto implementou outras reformas estruturais no seu país.
O resultado foi uma estrondosa
reviravolta na economia argentina, em que a “hiperinflação” desceu para uns
meros 2,2% em fevereiro e a projeção de crescimento do PIB para o próximo ano é
de 5,5%, um dos mais significativos a nível internacional. Os títulos de ações
e obrigações negociados em bolsa têm atraído a atenção de investidores globais
traduzindo-se em entradas sustentadas e substanciais de capital estrangeiro
para a Argentina, num voto de confiança.
A própria UNICEF veio
reconhecer esta semana a sua surpresa pelo facto de num contexto de ajustes
fiscais severos, reformas estruturais e um plano de austeridade, mais de 1,7milhões de crianças tenham saído da pobreza num só ano. Um feito a todos os títulos
notável! Mas outros indicadores sociais também melhoram como os salários reais,
a recuperação do poder de compra e um recorde histórico no número de pessoas
empregadas.
O fenómeno Milei é
recorrentemente caracterizado como extremista, esdrúxulo, marginal, mas na
verdade, trata-se apenas da aplicação de princípios sólidos e coerentes de boa
governação que já tivemos no passado na Europa e nos Estados Unidos, tempos há
muito esquecidos entre nós.
A história mostra que as
sociedades que assentam na ética do mercado e que abraçam a liberdade alcançam
níveis mais elevados de prosperidade e desenvolvimento. Infelizmente, na Europa
e em Portugal estamos numa rota oposta ao caminho que a Argentina está agora a
trilhar.
A minha crónica-vídeo de
hoje, aqui:
Título, Texto e Vídeo: Telmo
Azevedo Fernandes, Blasfémias,
4-6-2025
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Não publicamos comentários de anônimos/desconhecidos.
Por favor, se optar por "Anônimo", escreva o seu nome no final do comentário.
Não use CAIXA ALTA, (Não grite!), isto é, não escreva tudo em maiúsculas, escreva normalmente. Obrigado pela sua participação!
Volte sempre!
Abraços./-